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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

SITUAÇÃO CRÍTICA EM CRICIÚMA

Os últimos três dias foram de fortes temporais em alguns pontos do Estado, sobretudo no norte e Criciúma. Por falar nessa última cidade, localizada no sul catarinense, ontem e hoje houve fortes temporais sobre a cidade, ocasionando alagamentos, inclusive no centro onde há tempo não alagava.

ONTEM (27/01):

Identificado acima na imagem de satélite, o temporal veio por volta das 15:30h e, de acordo com relatos de moradores, houve muitas descargas elétricas (raios). A temperatura do topo das nuvens estava a -70ºC. Na estação meteorológica automática da Epagri-Ciram localizada na cidade, mais especificamente no Morro do Céu, choveu 51,8 milímetros em apenas quarenta minutos de duração! De acordo com a MetSul Meteorologia, medições feitas no centro da cidade acusaram 90 milímetros neste mesmo período! É como se fosse jogar 90 litros de água em cada espaço de 1 metro quadrado de Criciúma.


HOJE (28/01):

Apesar de menos intenso, o acumulado foi ainda alto, chegando a chover 43,0 milímetros em um curto espaço de tempo, o suficiente para voltar a alagar as ruas da cidade (fotos abaixo).


EXPLICAÇÃO:

Bom, temos a circulação de um sistema de baixa pressão sobre o oceano, bem próximo do litoral gaúcho. Além disso formou-se um Vórtice Ciclônico - VC, ou seja, outro sistema de baixa pressão, porém mais organizado e localizado a uma altitude de mais ou menos 5 mil metros. O calor presente sobre SC, associado a umidade vinda do mar através da baixa pressão e o levantamento forçado desse ar quente e úmido provocado pelo Vórtice Ciclônico, se tornaram fatores determinantes para os temporais no sul de SC. Criciúma, por ficar próximo da serra geral, tem já uma ascenção melhor do ar, daí o alto volume de chuva.

A previsão, de acordo com o CPTEC/INPE, é de manutenção desse quadro de instabilidade nos próximos dias.

DADOS: CPTEC/INPE, INMET, EPAGRI-CIRAM, METSUL, DIÁRIO CATARINENSE, DIÁRIO DE CRICIÚMA.

domingo, 24 de janeiro de 2010

DEPOIS DOS MAIS DE 200 MILÍMETROS DE CHUVA NO LITORAL NORTE , DOMINGO É DE SOL E CONVECÇÃO EM SC

Antes de começar a falar do domingo, quero relatar as chuvas significativas registradas no litoral norte de Santa Catarina na sexta-feira e ontem. Tudo pela circulação marítima associada a cavados, que são áreas de baixa pressão atmosférica e funcionaram como sugadores de umidade do oceano. Como o relevo do litoral norte é formado pela serra do mar quase encostada no oceano Atlântico, choveu absurdamente. Para se ter uma idéia, em Itapoá, próximo de Joinville chegou a chover 228 milímetros de chuva na estação do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) em 24 horas, ou seja, quase a média esperada para todo o mês de janeiro que é 250mm!. No pluviômetro de nosso colaborador David de Andrade de Joinville, foi acumulado 185 milímetros de precipitação no mesmo período.

De acordo com informações da defe civil catarinense, houve alagamento e deslizamentos de terra na região, deixando 310 estão desalojados e oito desabrigados em Joinville. O nível dos rios aumentaram e comprometeram as famílias ribeirinhas, além da ponte do rio Saí-Mirim em Itapoá.

Neste domingo, voltou a chover sobre a região na parte da manhã, porém em forma de pancadas rápidas, somando 18,6mm em Itapoá. No restante do Estado o dia foi de sol com bastante variação de nuvens, além do calor e sensação de abafamento. Em Indaial a máxima foi de 30,4ºC, porém com umidade relativa de 72%, levando a sensação acima dos 45ºC! Em Criciúma não foi diferente, fez 31,6ºC com umidade de 67%!

Já no meio da tarde houve formações de núcleos convectivos sobre o Estado. Por volta das 15h em São Miguel do Oeste uma pancada de chuva com descargas elétricas, acusou 10,2 milímetros. Logo mais tarde, as 17h, uma chuva forte cai em Xanxerê, somando 20,8mm na estação do INMET, com ventos de até 48,9Km/h.

Quase no mesmo horário, outra tempestade desabava sobre Ituporanga no Alto Vale do Itajai, acumulando 26,8 milímetros em sua duração. A temperatura na cidade que era de 29,1ºC, caiu para 20,1ºC em menos de uma hora com o avanço da chuva e do vento de 46,4Km/h!.

Na Grande Florianópolis, ameaçou chover, porém a célula convectiva pegou mais força sobre o noroeste da região, não tendo assim dados de chuva dessa área onde pode ter chovido. Sobre o resto da região a célula só regrediu até se deformar. Observe uma foto dela se aproximando abaixo.

Abaixo você confere uma imagem do satélite GOES-12 no canal Infravermelho Realçado, do horário das 17h de hoje, mostrando as células convectivas dispostas sobre SC.

Essa configuração do tempo se deve ao deslocamento de áreas de baixa pressão atmosférica sobre SC, aliadas ao ar quente e úmido presente. Esses sistemas persistem e assim a segunda-feira deve ser de tempo instável e até nublado, principalmente no litoral. Pode voltar a chover forte no litoral norte!

DADOS: CPTEC/INPE, INMET, EPAGRI-CIRAM, DEFESA CIVIL, A NOTÍCIA

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

NEBULOSIDADE MAIS ESTRATIFORME SOBRE SANTA CATARINA

Essa era a imagem de satélite (Clique para ampliar) em alta resolução ao meio-dia de hoje, registrada pelo satélite de órbita polar TERRA, com o sensor MODIS. Pode-se observar que havia bastante nebulosidade baixa sobre o centro-leste de Santa Catarina, nuvens do tipo Stratus e Stratocumulus. Na foto abaixo tirada em Florianópolis, você confere como estava o céu, ou seja, a vista da parte de baixo dessas nuvens observadas pelo satélite.

Essa cobertura de nuvens provocou chuva fraca e deixou as temperaturas máximas mais baixas. Em Itapoá, choveu 26,4 milímetros e a temperatura alcançou 24,7ºC as duas horas da madrugada, ficando em torno dos 23ºC durante o dia. Em São José a temperatura chegou aos 25,2ºC e a chuva acumulou 5,8mm durante todo o dia. Laguna teve 22,8ºC com precipitação acumulada de 12mm.

Pelo Sul do Estado, até Urussanga onde fez muito calor nos últimos dias, teve máxima de apenas 22ºC! No Vale do Itajai, Indaial obteve máxima de 24,5ºC, tendo uma chuva acumulada de 28,4mm. Chegando ao meio-oeste, o termômetro de Joaçaba acusou máxima de 23,9ºC, com chuva pouco acumulada. No oeste, São Miguel do Oeste teve a maior máxima do Estado, com 26ºC e tempo bom. Já as mínimas também caíram, especialmente no planalto sul, fazendo 9,8ºC no Morro da igreja em Urubici e 11,9ºC em São Joaquim

As nuvens de hoje foram provocadas pela recente passagem da frente fria, e também a circulação de umidade do oceano para o continente, impulssionada por uma pequena área de baixa pressão (cavado) sobre o leste catarinense.

A tendência, segundo o CPTEC/INPE, é que na sexta-feira o sol apareça sobre SC, porém com mais nuvens no leste. A partir de sábado, a formação um cavado em altitude e o direcionamento da umidade e calor da amazônia para o território catarinense deve provocar temporais sobre o oeste e meio-oeste do Estado.

DADOS:
CPTEC/INPE, INMET, MODIS/NOAA

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

CICLONE IMPULSSIONA AR MAIS FRESCO PARA O ESTADO

O ciclone extratropical formado já se encontra no oceano com pressão atmosférica de 985 hPa em seu centro, assim como mostra a carta sinótica acima, extraída do site do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos - CPTEC.

Esse ciclone gerou um sistema frontal sobre o Sul do Brasil, o qual avança para o oceano sen adentrar o Brasil, até porque nesta época do ano dificilmente as frentes conseguem realizar tal deslocamento. Durante esta madrugada e em alguns momentos do dia, a junção da umidade e calor vindos da floresta amazônica e a presença do ciclone e cavados embebidos na circulação, provocaram a formação de temporais isolados e pancadas de chuva ao longo do dia sobre Santa Catarina.

Por volta das 2 horas de hoje, nuvens de desenvolvimento vertical com topos frios de até -70ºC cobriram o oeste de SC. Em São Miguel do Oeste, a chuva mais intensa acompanhada de trovoadas durou em torno de três horas, somando 19,6mm na estação automática do INMET, sendo que choveu fraco antes e depois disso. Em Itá, próximo de Chapecó, a estação do CIRAM obteve 15,0mm acumulados durante a madrugada. Na imagem de satélite no canal infravermelho realçado abaixo, pode-se ver a formação destaca para melhor visualização.

No meio-oeste, em virtude do deslocamento das nuvens do oeste, Xanxerê teve um temporal durante a madrugada, onde por volta das 5 horas a estação automática do INMET acusou 15mm de precipitação em apenas uma hora, continuando a chover posteriormente de forma menos intensa.

No Vale do Itajai, a cidade de Indaial onde a temperatura máxima alcançou os 32,6ºC com umidade de 60%, registrou chuva forte com descargas elétricas devido a uma célula convectiva isolada das demais. Segundo o INMET, choveu 9,2mm durante o evento. Na imagem de satélite abaixo consegue visulizar a célula destacada, não deixando de notar as nuvens com topos frios de até -80ºC.

No baixo Vale, um significativo núcleo convectivo com nuvens de topos frios de -80ºC provocou chuva forte. Em Itajai chegou a precipitar 24,3 milímetros de chuva em apenas um hora. Acompanhe na imagem de satélite a seguir.

Na Grande Florianópolis o dia foi muito abafado. A temperatura máxima em São José chegou aos 34,4ºC. Em minha estação localizada na parte continental de Florianópolis, tive máxima de 34,2ºC. Ao longo da tarde a nebulosidade que havia diminuido, voltou a preencher o céu, provocando chuva. Na estação do INMET em São José a chuva que começou as 15h acumulou 15,6mm. Em Águas Mornas, a estação do CIRAM teve 10,2mm somados no pluviômetro. Essa era imagem do céu carregado da capital catarinense durante a tarde.

Já venta consiravelmente em alguns pontos do litoral catarinense devido a circulação do ciclone. Na estação automática de São José localizada próximo do mar, já obtem-se rajadas de vento de até 50,4Km/h. Em Laguna os ventos já atingem os 62,6Km/h. Junto com o vento, também tem-se a entrada de um ar mais frio em Santa Catarina, porém nada significativo. Logo o ar volta a se aquecer novamente.

Para a quinta-feira, a previsão é de melhora no tempo no centro-oeste do Estado. No entanto no leste e áreas próximas do PR ainda deve chover, por vezes de forma intensa em função de um cavado (área alongada de baixa pressão) em superfície. Na sexta-feira o tempo também fica melhor nessas áreas, assim como em todo o território catarinense.

DADOS: CPTEC/INPE, INMET, EPAGRI-CIRAM

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

TEMPORAIS ASSOCIADOS A CICLOGÊNESE EM SANTA CATARINA



Acima você vê a impressionante imagem de satélite no canal infravermelho realçado das 04h de hoje, mostrando um intenso sistema convectivo sobre parte região Sul do Brasil e países adjacentes. Ele provocou precipitações intensas e temporais fortes no RS. Em Santa Catarina, apesar de está na borda do sistema, não houve volumes significativos de acordo com estações meteorológicas oficiais.

Hoje está sendo um dia de muita instabilidade em Santa Catarina. Fez bastante calor e principalmente abafamento em praticamente todo o território catarinense. Em Urusanga, sul do Estado, a temperatura chegou aos 34,8ºC, sendo que a umidade relativa na hora do registro era de 64%, levando a sensação térmica acima dos 45ºC. Em Indaial, no Vale do Itajai, não foi diferente. A máxima chegou aos 33,9ºC, com umidade relativa de 66%.

Na Grande Florianópolis, nem a estação do Instituto Nacional de Meteorologia em São José que fica próximo do mar da Baia Sul, se livrou do abafamento. Por lá a máxima atingiu os 30,4ºC com umidade relativa de 74%.

Com a formação do ciclone entre Uruguai e RS, houve intensa convergência de umidade e calor provindos da floresta amazônica. Foi o sinal verde para formação de nuvens carregadas provocando temporais. Em São Miguel do Oeste por volta das sete horas da noite de hoje uma forte chuva com descargas elétricas, provocou um acumulado de 19,2 milímetros de precipitação horária no pluviômetro da estação automática do INMET. Na estação do CIRAM em Itá, na região oeste, já choveu 27,2mm nas últimas horas. Em Concórdia já somam-se 20,4mm de chuva na estação do CIRAM.

DADOS: CPTEC/INPE, INMET, EPAGRI-CIRAM

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

FORMAÇÃO DE CICLONE AUMENTA ALERTA DE TEMPESTADES SEVERAS



Essa é a imagem de satélite no canal infravermelho realçado das 20:30h. Nota-se forte convecção sobre o centro e nordeste da Argentina, Uruguai, RS e parte de SC, associada ao deslocamento de um intenso cavado em altitude. Na figura abaixo, mostrando as correntes de ventos nos altos níveis da troposfera (em torno de 10km de altitude), você leitor pode identificar bem o cavado, representado por uma ondulação nas setas de direção do vento sobre a Argentina, contornada para melhor identificação.



Esse cavado está decrescendo a pressão atmosférica sobre todo o Sul do Brasil e assim atraindo o Jato de Baixos Níveis, que é uma corrente de ventos quentes e úmidos vindos da floresta amazônica. Com essa situação, Santa Catarina teve um dia muito quente e principalmente abafado. Em São Miguel do Oeste, a temperatura máxima foi de 28,0ºC. Porém a umidade relativa na hora do registro era de 90%!

No Vale do Itajai, o município de Indaial teve temperatura máxima de 33,7 na tarde desta segunda-feira. Houve formação de nuvens convectivas e pancadas de chuva, acumulando 8 milímetros durante o evento. Em Itapoá, no norte, o calor de 29,5ºC com umidade relativa de 74%, contribuiram para que juntamente ao cavado que havia passado ontem , provocasse formação de temporais. Na cidade acumulou-se 13,4 milímetros de chuva.

Na Grande Florianópolis o dia também foi de sol, porém apenas algumas nuvens convectivas de fraco desenvolvimento se formam ao horizonte, não provocando chuva. A temperatura máxima na estação de São José foi 30ºC. No sul e demais regiões do Estado a mesma situação, sendo registrado máxima de 33,6ºC em Criciúma.

As temperaturas continuam altas até agora durante a noite. A sensação de abafamento é grande. De acordo com o INMET e CIRAM, as 21h de hoje fazia 25,6ºC em São Miguel do Oeste e 25,5ºC em Araranguá.

A tendência é que que esse cavado diminua ainda mais a pressão em superfície, formando um ciclone extratropical sobre o sudeste do RS e nordeste do RS. Por isso alerta-se para temporais em Santa Catarina, com volumes altos de chuva e condição de granizo. Deve ventar bastante no litoral em virtude do ciclone.

DADOS: CPTEC/INPE, INMET, EPAGRI-CIRAM

domingo, 17 de janeiro de 2010

CAVADO E UMIDADE AMAZÔNICA PROVOCAM FORMAÇÃO DE TEMPORAIS EM SANTA CATARINA

O que ditou o tempo nesse domingo foi um cavado em altos níveis da troposfera sobre o mar próximo do litoral da Argentina, o qual provoca uma descida do ar para a superfície nessa área. Entretanto na borda nordeste desse sistema, o ar tende a subir e baixar a pressão. Essa queda de pressão provoca convergência de ventos úmidos e quentes da floresta Amazônica, cujo qual é chamado de Jato de Baixos Níveis.

Nós estamos justamente nessa região onde o ar sobe e forma nuvens através do calor e umidade provindos da floresta Amazônica. Com isso o dia até foi de sol em boa parte do território catarinense, porém no final do dia uma linha de instabilidade causada pelos sistemas descritos anteriormente, provocou formação de nuvens com grande desenvolvimento vertical, as chamadas Cumulonimbus, temidas pela aviação. Confira nas imagens de satélite no canal infravermelho realçado abaixo, o deslocamento rápido dessa banda de nuvens.

No sul do Estado, município de Armazen durante um temporal, um jovem de 21 anos morreu atingido por um raio enquanto jogava futebol. Pessoas que estavam num bar ao lado do campo disseram ter visto um forte clarão e logo foram socorrer o rapaz, porém já não adiantava mais nada.

Note que na segunda imagem de satélite, por volta das 15:30h, as nuvens carregadas já atingiam a Grande Florianópolis. Nas fotos abaixo tiradas por mim em São José, mostram como estava o céu da cidade na hora da imagem de satélite.


Belas Mammatus


Cumulonimbus a sudoeste


Nuvem interessante que se formou

Na estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia localizada em São José no bairro Praia Comprida, bem próximo de onde foi tirado as fotos acima, foi registrado uma precipitação de 21,8 milímetros em uma hora, sendo que ainda choveu um pouco antes e depois dessa forte pancada. Em Florianópolis no bairro Itacorubi, foi registrado 15,8mm de chuva na estação controlada pelo Ciram. Haviam muitas descargas elétricas na hora da tempestade, atingindo a rede elétrica e provocando falta de energia em alguns pontos da região.

No norte do Estado também houve fortes temporais. No pluviômetro do observador David de Joinville, colaborador do blog Paulo Tempo, foi acumulado 43mm de chuva. Em Itajai o pluviômetro da estação meteorológica do Ciram acusou 17,0mm de precipitação horária.

A tendência é que o tempo melhore a partir da manhã dessa segunda-feira. Porém no oeste e divisa com o PR ainda haverá condições para pancadas de chuva no final do dia. As temperaturas sobem, chegando aos 32ºC em alguns pontos. Na terça-feira um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (sistema de baixa pressão em altitudes elevadas) se deslocará da Argentina, aumentando as nuvens em SC e trazendo condições para tempestades severas sobre o Estado.

DADOS: CPTEC/INPE, INMET, EPAGRI-CIRAM.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

STORM RELATOS: TEMPESTADE DO DIA 13/01/2010 NO VALE DO PARAÍBA-SP

Local: São José do Barreiro-SP
Autor do relato: Claudio Ferreira Fraguito
Data: 13/01/2010


Imagem de satélite mostrando o núcleo sobre a localidade, bem na divisa entre SP e RJ. Note as cores em azul, indicando nuvens com topos frios de até -70ºC.


A seguir tem-se a imagem do radar do Pico do Couto, onde as vermelhas acima de São José do Barreiro indicam uma precipitação estimada em 50 milímetros por hora.


RELATO:

Claudio Ferreira Fraguito: __Por volta das 18hs estava se formando uma célula a nordeste daqui. Logo que ela maturou, a atividade elétrica dela foi bem intensa. A leste tinham uns enormes anvils (bigornas) bem brilhantes. Fiquei observando que também a nordeste começava uma corrente ascendente bem rápida, que estava sendo intensificada pelas rajadas descendentes da célula a nordeste. Se formou então uma bela Shelf Cloud a nordeste. Começou uma intensa precpitação e não tardou a aparecer os raios ali também.Tava lindo de se ver. Essa tempestade atingiu onde eu estava uns 10 minutos depois, mas já bem mais fraca. Não foi o que eu esperava, pelo menos pra cá, porque onde ela começou ouvi dizer que foi intensa.

Quero agradecer ao colaborador Cláudio pelo relato. Participe você também! Descreva uma tempestade ocorrida em sua localidade e mande para o email: paulotemposc@gmail.com
Se quiser pode mandar fotos também!

DADOS:
CPTEC/INPE, REDEMET

STORM RELATOS: TEMPESTADE DO DIA 18/12/2009 NO NORTE DO RJ

Local: Campos dos Goytacazes-RJ
Autor do relato: Antônio Ivo Gomes Barbosa
Data: 18/12/2009

Essa era a imagem de satélite no canal infravermelho realçado no dia do ocorrido, mostrando nuvens com topos frios de até -70ºC.


Abaixo a imagem do radar do Pico do Couto-RJ. Note a cor amarela encima da cidae referida, indicando uma precipitação estimada entre 5 e 7 milímetros por hora.


RELATO:

Antônio Ivo Gomes Barbosa: __Acordei de madrugada, era pouco mais de uma hora da manhã. Não acordei a toa. Uma trovoada havia me despertado. Acordado, mas sonolento, me contentei, mas não vi aquela tempestade muito legal, parecia ser uma qualquer. Engano meu (para a minha felicidade)! Uma outra trovoada rasgou o céu bem acima de nós, daquelas que mais pareciam estilhaços de vidro. Mas foi rápida. Foi o bastante para que eu ficasse bem animado, o suficiente para me levantar e examinar a situação. Fui em direção a porta para observar através do vidro, e nem precisava chegar muito perto para ver a enorme quantidade de descargas elétricas que iluminavam o quintal. Havia algo de errado na piscina: parece que a bomba havia ligado sozinha, pois a cascata jorrava água abundantemente. Eu ia acordar minha família imediatamente, mas nem foi preciso. mamãe estava no corredor, perguntando se eu havia escutado a trovoada. "E como!". A tempestade estava muito forte. Como que em uma cena de filme, papai teve que ir desligar a bomba, que realmente estava ligada. Os relâmpagos iluminavam muito a piscina, e tudo em todos os lugares. Vez ou outra, trovoadas fortes e pesadas sacudiam o céu. Vi um enorme raio caindo na direção da zona rural, de cima para baixo. No susto, me afastei da porta.

Esse foi o relato do nosso colaborador Antônio, para o qual vai meu grande agradecimento. Participe você também! Aqui você é autor!. Mande o seu relato para o email: paulotemposc@gmail.com

DADOS: CPTEC/INPE, REDEMET

sábado, 9 de janeiro de 2010

STORM RELATOS: TEMPORAL DO DIA 06/01/2010 EM FLORIANÓPOLIS

Cidade: Florianópolis
Local de observação: Praia Brava

Autor: Paulo Ricardo Hames

Pela manhã da quarta-feira, sexto dia de 2010, haviam poucas nuvens do tipo cumulus, porém com rápido desenvolvimento. No RS havia um sistema frontal, o qual junto com a advecção de umidade e calor da floresta amazônica, favorecida pelo Jato de Baixos Níveis (JBN) , provocava muita instabilidade no Estado vizinho. Observe mais claramente na imagem do satélite GOES-12 no canal infravermelho realçado a seguir.

Ao longo da manhã e tarde, a aproximação da frente fria e a atuação do Jato de Baixos Níveis acabaram por exercer influência sobre o território catarinense, sobretudo no sul e litoral. A imagem de satélite abaixo, no mesmo canal, pode-se observar nuvens bem evoluídas, com topos frios de até -60ºC.

A tarde as temperaturas subiram ainda mais, sendo que na Grande Florianópolis obteve-se 32,7ºC em São José (INMET) e 33,6ºC em Florianópolis (ESTAÇÃO PAULO TEMPO). No decorrer do período um forte núcleo de convecção associado a instabilidade, se formou e atingiu a Grande Florianópolis. Na imagem de satélite abaixo pode-se notar nuvens com topos frios de até -80ºC no sistema.

Pelo radar (imagem abaixo) do Morro da Igreja, controlado pela Aeronáutica, o sistema sobre a Grande Florianópolis acusou bastante refletividade, indicando nuvens densas e com bastante chuva, sendo que a classificação destas foi forte de acordo com o radar.

Logo mais o núcleo convectivo entrou na capital Florianópolis com muita força. Eu estava na praia Brava, norte da ilha e registrei a formação e a aproximação do sistema. Confira nas fotos abaixo feitas por mim, cada momento do temporal. Em minha opinião, já é por enquanto o melhor deste ano.


Nuvens Cumulonimbus se formando




Tempestade chegando



Chuva a sudoeste



Linda nuvem Arcus


Shelf Clould (nuvem de prateleira)




Chuva chega na praia, com muito vento e raios.


Segundo o satélite GOES-12 (imagem acima), a temperatura do topo das nuvens já chegava a -80ºC sobre a capital.

Acima, vemos a imagem do radar do Morro da Igreja na hora do temporal. Note que justamente acima no norte da ilha de Florianópolis é onde chove mais intensamente (cor vermelha). É também identificada a praia Brava, a qual não possui uma estação meteorológica oficial, mas de acordo com a informação do próprio radar, estimou-se que naquele horário sobre a região chovia 50 milímetros por hora.

Essa foi a primeira postagem do ano e também do quadro "STORM RELATOS", onde são descritos os temporais observados sobre o Brasil. Aqui você é autor!. Mande o seu relato para o email: paulotemposc@gmail.com

DADOS: CPTEC/INPE, INMET, REDEMET