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sábado, 29 de janeiro de 2011

DA INSUFICIÊNCIA AO EXCESSO DE CHUVA

A primavera e o final do ano de 2010 foram marcados pela chuva abaixo do normal no sul do estado de Santa Catarina, motivado pelo fenômeno La Niña, que é o resfriamento anormal das águas superficiais do oceano Pacífico equatorial. Com a presença desse fenômeno, o sul do Brasil apresenta insuficiência de chuvas. No oeste e meio-oeste, as tempestades da primavera, associdas com Complexos Convectivos de Mesoescala, acabaram "mascarando" os efeitos do La Niña. No entanto se pensarmos a fundo, é possível notar irregularidade na distribuição espacial dessas chuvas, o que mostra não ser um fator bom.

Durante todo o mês de Outubro de 2010, as chuvas ficaram muito abaixo da média climatológica no sul do estado. Em Urussanga, por exemplo, o mês teve um total de 84,7mm quando o normal era 150mm. Em Turvo, o rio Amola Faca chegou a ficar somente no leito cheio de pedra (foto abaixo), o que dificultou o abastecimento de água e a irrigação do arroz.

Rio Amola Faca em Outubro-2010
No entanto com as chuvas da semana passada, Turvo teve acumulados 266mm de precipitação entre os dias 17 até 22. O rio Amola Faca, que outrora estava seco, agora transbordou, deixou pontes submersas e invadiu áreas ribeirinhas, como é visto na foto abaixo.

Rio Amola Faca em Janeiro-2011
A causa para esse súbito aumento na quantidade de chuvas, mesmo com o La Niña atuando, está no Atlântico. Segundo dados da NOAA, a água do oceano Atlântico Sul está mais quente que a média desde o litoral do RJ até parte da costa da Argentina (área entre o laranja e roxo na figura abaixo).
Especificamente no litoral catarinense, a anomalia está entre 1 e 1,5ºC. Isso está sendo causado pelo ciclo lunar de 19 anos, que agora está em seu pico. Assim o nível do mar fica acima da média entre os trópicos, acelerando as corrente marítimas quentes provenientes do equador, que conseguem assim chegar a latitudes mais altas que o comum. A nossa corrente quente é chamada Corrente do Brasil, que em virtude desse ciclo lunar, está mais ao sul. Esse também é o motivo das águas mais quentes que o normal entre a América do Sul e África ao longo da latitude de 40º até 60º. O que mais comprova isso é olhar para as mesmas latitudes no Atlântico Norte e ver a mesma anomalia.

Com oceano Atlântico Sul mais aquecido sobre o litoral catarinense, haverá mais evaporação e consequentemente mais disponibilidade de vapor d'água na atmosfera, o que culmina em chuvas mais abundantes. O mapa abaixo mostra o total de chuva precipitada neste mês de janeiro até o dia 27, com destaque para o sul e litoral norte do estado.



DADOS: CPTEC/INPE, NOAA, METSUL, ENGEPLUS

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

MASSA DE AR QUENTE E ÚMIDO FAVORECE ABAFAMENTO TEMPESTADES ISOLADAS EM SC

O dia de ontem e o de hoje foram caracterizados pelo forte calor e abafamento. As maiores temperaturas hoje foram de 33,9ºC em Caibi, 33,8ºC em Indaial e 33,7ºC em Criciúma. Devido a alta umidade, e sensação térmica foi as alturas. Em Indaial, onde fez 33,8ºC, a sensação chegou a 43ºC em virtude da umidade de 64%.

Houve também aumento na força das tempestades sobre Santa Catarina, que serão relatadas a seguir.

Ontem

Já ontem, uma enorme célula convectiva se formou sobre o sul do estado. O radar meteorológico (imagem abaixo) localizado no Morro da Igreja em Urubici, detecta refletividade de 35 até 45 dBZ, mostrando intensidade moderada a forte. 


No céu, vemos as nuvens Cumulunimbos avançando sobre Urussanga. 

Urussanga
Na própria Urussanga, choveu apenas 1mm  e o vento chegou a 43,2km/h. Porém em Criciúma, a chuva forte despejou 17,6mm no pluviômetro da estação automática do CIRAM. 44,1km/h. Já em Orleans (foto abaixo) e Lauro Muller, além da chuva, houve queda de granizo acompanhado de ventos fortes.

Orleans
Na Grande Florianópolis, a chuva foi tão isolada, que Biguaçú apresentou 19mm acumulados, enquanto São José apenas 0,3mm. Na capital nem sequer choveu. Quem observava a tempestade, era possível notar que ela tinha dificuldade em se deslocar para leste, se limitando ao interior.

Ao longo do fim da tarde e noite as nuvens com desenvolvimento vertical foram explodindo em convecção, chegando a alturas onde os topos atingiam temperaturas de até -80ºC, como mostra a animação de imagens de satélite no canal realçado.


Em Novo Horizonte, oeste catarinense, uma forte tempestade por volta das sete horas da noite, provocou chuva de 25,2mm em menos de uma hora. No final da noite, outra intensa célula convectiva se organizou no norte e Vale do Itajaí (imagem abaixo). Em Massaranduba, por exemplo, choveu 44,6mm durante a tempestade. Já Indaial, no vale, teve acumulado de 49,8mm próximo da meia-noite.

Hoje

Apesar de o dia ter começado parcialmente nublado por nuvens médias do topo Altostratus e Altocumulus, durante a tarde a intensa convecção levou a formação de novas células convectivas, que novamente explodiram em tamanho pelo estado. A nova animação de imagens de satélite relata bem a formação dessas Cumulunimbos.


Em Chapecó, no oeste, uma só pancada no início da tempestade, levou o pluviômetro  a acusar 36mm de acumulação. Em Caçador, meio-oeste, choveu 38mm agora pouco as 23h. Um pouco antes, por volta das oito horas da noite, quem também teve forte precipitação foi Lebon Régis, com 36,8mm.

No sul do estado voltou a chover consideravelmente. Em Nova Veneza o temporal causou alagamentos. Criciúma teve acumulado de precipitação de 13,4mm. A foto abaixo mostras nuvens carregadas chegando na cidade.

Criciúma
Já no Vale, as 20h, quem novamente teve chuva forte foi Indaial, onde a estação automática do CIRAM acumulou 34,4mm numa só pancada. Na mesma região, o município de Blumenau teve 15mm de chuva. Indo ao norte catarinense, a mesma célula acabou provocando chuva forte também novamente em Massaranduba, com 27,2mm. A imagem de radar abaixo mostra a intensidade moderada dessa célula sobre o Vale e norte catarinense.


Na Grande Florianópolis, a chuva associada ao temporal acabou passando novamente no interior da região, desta vez na parte serrana. Em Anitápolis, por exemplo, choveu 18,2mm as três horas da tarde.

O motivo para a formação dessas grandes células convectivas associadas a tempestades localmente fortes ontem e hoje, é ainda a presença de uma área de baixa pressão (cavado) sobre Santa Catarina, como pode-se ver na figura abaixo, representada pelos traços pretos.
A presença desse cavado acaba gerando diferença de pressão entre este e a Alta Pressão Subtropical do Atlântico Sul,  provocando aumento na circulação de ar quente e úmido dentro do território catarinense, proveniente da floresta amazônica. Na figura anterior, note que há uma frente fria no oceano. Na superfície esse sistema frontal não conseguiu adentrar. Porém em altitude, a entrada do cavado frontal ajudou na incursão de ar mais frio na média troposfera, o que deu a condição para a formação dos granizos. Na figura abaixo, os índices K (contorno) e Totals (colorido) altos, denotam bem essa característica.
DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, REDEMET, ENGEPLUS

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

TEMPORAIS ISOLADOS MARCAM A SEMANA EM SANTA CATARINA

Em meio a quase um milhão de afetados pelas enxurradas dos últimos 7 dias, esse início de semana é marcado pela formação de novos temporais por Santa Catarina, influenciados ainda pela área de baixa pressão que se estende do mar até o litoral (traços pretos na figura abaixo), e que acaba impulsionando a entrada de ventos quentes e úmidos provenientes da floresta amazônica até o território catarinense.
Ontem essa convergência de ventos úmidos ainda não era tão definida. Analisando os índices de instabilidade na figura abaixo, vemos que os índices Totals (colorido) e k (contorno) estão mais altos no oeste, meio-oeste e litoral catarinense, denotando uma atmosfera bastante úmida e com uma incursão de ar frio a 5000 metros de altitude, o que ajuda a formar grandes temporais.
Em Criciúma, o dia de sol com máxima de 32,3ºC, acabou terminando com nuvens escuras do tipo Cumulunimbos chegando na cidade (foto abaixo). Segundo o portal Engeplus, lâminas de água se formaram nas ruas da cidade. A estação do CIRAM registrou um acumulado de precipitação de 17,8mm em menos de uma hora de duração.

Criciúma
Ainda no sul do estado, Orleans também apresentou temporais, com algumas quedas de árvores devido ao vento. Próximo dali, Urussanga teve 35mm numa forte pancada de chuva as quatro horas da tarde. Em Morro Grande, cidade que está na listas das atingidas pelas enxurradas, choveu hoje 29,8mm. Jacinto Machado foi um exemplo de como essas chuvas convectivas são isoladas. Por lá, choveu 25,6mm na localidade Serra da Pedra, ao passo que no Picadão apenas 10mm.

No Alto Vale os temporais mais intensos se deram a noite, quando ainda estava relativamente quente. De acordo com as estações do CIRAM, choveu 42,2mm em Rio do Oeste. Por causa dessa chuva, o nível do rio Itajaí D'oeste subiu para 7,45 metros, alagando algumas ruas em Taió. Para alagar as casas, o rio precisa chegar a 8,30m. A Barragem Oeste, localizada no município, teve de fechar algumas de suas comportas devido a elevação das águas. 

No meio-oeste também choveu localmente forte. Em Caçador, por volta das 22h um forte temporal despejou 50,8mm de chuva no pluviômetro da estação automática do CIRAM. Como os acumulados divergem em valores, teve-se 30mm em outro ponto do mesmo município. No oeste, após o calor de 33,4ºC em Caibi, os temporais isolados chegaram, acompanhados de vento forte. Em Novo Horizonte, por exemplo, a rajada máxima foi de 67,6km/h, com precipitação de 24mm.

Continua a convergência de ventos úmidos e quentes em Santa Catarina, o que favorece altas temperaturas, sensação de abafamento e temporais isolados no final do dia e noite.

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI CIRAM, MARINHA DO BRASIL, ENGEPLUS, JORNAL DE SC.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

TEMPORAIS FICAM MAIS ISOLADOS EM SANTA CATARINA

O estado catarinense experimentou um dia com maior presença do sol, tanto ontem como hoje. No entanto, sempre aquele aumento de nuvens no decorrer do dia, devido a convecção onde o ar quente e úmido se eleva. Essa umidade e também advecção de calor provinha da Amazônia, através de correntes de vento numa altitude de 1500 metros de altitude. Tais correntes de vento chegam até aqui ocasionadas pela presença de uma área alongada de baixa pressão (cavado) entre o sul de SC e norte do RS (traços pretos na figura abaixo). 
Numa altitude de 5km, um Vórtice Ciclônico (sistema de baixa pressão) na altura costa gaúcha, induzia o levantamento do ar quente e a formação de nuvens de desenvolvimento vertical sobre Santa Catarina, que está na borda desse sistema. Na figura abaixo é possível identificar esse sistema na análise de ventos na média troposfera, representado pela sigla VC.

Mediante a animação de imagens de satélite abaixo, entre as 13h e 19h, podemos notar a evolução das células convectivas sobre o território catarinense ao longo da tarde.


Em Lages, a foto abaixo tirada pelo colaborador Thiago Paes, mostra o temporal se aproximando do bairro Boqueirão. Segundo dados da estação do CIRAM (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina), choveu apenas 3,6mm. 

Lages
Como vemos na animação de imagens de satélite mostrada anteriormente, o oeste e meio-oeste catarinense teve nuvens com alto desenvolvimento vertical, com topos frios de até -70ºC. Em Dionísio Cerqueira, por exemplo, as 4 horas da tarde um intenso temporal caiu e despejou 22mm na estação automática do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), sendo que o vento atingiu velocidade de 56km/h durante duas rajadas. Um pouco mais cedo, por volta das 14h, quem teve temporal foi Rio Das Antas no meio-oeste, onde choveu 36mm em menos de uma hora de duração. Ali do lado, em Caçador, a chuva se mostrou com valores bem divergentes. Enquanto no oeste da cidade choveu 22,4mm, na parte leste apenas 0,2mm.

No sul do estado, o município de Turvo, que teve muitos prejuízos com a enxurrada, teve chuva hoje por volta do meio-dia, acumulando 9,4mm, porém com valores também bem divergentes dentro do município. Em Morro Grande, o temporal chegou as 18h, com chuva forte e acumulado de 17,4mm. Lembrando que só nos últimos 8 dias já choveu 273,5mm por lá.

Na Grande Florianópolis, chegou a chover fraco, com 1,8mm em Santo Amaro da Imperatriz e 1,2mm em Anitápolis. Na capital, era possível ver a nuvem Cumulonimbus Capilatus avançando de sudoeste na praia do Campeche (foto abaixo). Apesar disso, não provocou mais que 0,3mm no bairro Itacorubi.

Florianópolis
O planalto norte catarinense registrou chuvas associadas a tempestades agora no fim da noite desta segunda-feira. Em Canoinhas, precipitou 25mm no pluviômetro na estação do CIRAM as 23h. Em Major Vieira choveu apenas 2mm, mas o vento chegou a 43km/h na hora da chuva.

Voltando a falar dos estragos causados pela intensa chuva dos últimos dias, segundo a defesa civil, subiu para 61 o número de cidades que foram afetadas, sendo que 43 decretaram situação de emergência. São elas: Alfredo Wagner, Águas Mornas, Armazem, Araquari, Balneário Arroio do Silva, Balneário Barra do Sul, Barra Velha, Bombinhas, Cocal do Sul, Corupa, Criciúma, Forquilinha, Grão Pará, Guaramirim, Governador Celso Ramos, Gravatal, Içara, Ilhota, Imaruí, Itapoá, Jaraguá do Sul, Jacinto Machado, Lauro Muller, Maracajá, Massaranduba, Meleiro, Morro da Fumaça, Morro Grande, Nova Veneza, Palhoça, Passo de Torres, Pedras Grandes, Santo Amaro da Imperatriz, São Francisco do Sul, Siderópolis, São José do Cerrito, São João do Sul, Rio do Campo, Taió, Tubarão, Turvo, Timbé do Sul, Urussanga.

Em Mirim Doce, no litoral norte, foi decretado estado de calamidade pública. Hoje geólogos e a defesa civil afirmaram que é alto o risco de desabamento da pista da BR-101 no Morro dos Cavalos, pois a terra está deslizando por baixo do asfalto. No sul do estado, a SC-445 está com risco de novos deslizamentos se não houver obras de contenção. No Costão da Serra, famílias ainda estão isoladas, o que não é diferente em algumas partes do município de Maracajá que ainda estão alagadas (foto abaixo).

Maracajá
A tendência é que o cavado continue atuando, provocando ingresso de umidade da floresta amazônica e assim formação de nuvens convectivas associadas e chuvas de verão. Risco de temporais e chuva localmente forte. As temperaturas sobem bastante ao longo da semana, podendo passar dos 35ºC na quinta e sexta-feira.

DADOS: INMET, EPAGRI-CIRAM, CPTEC/INPE, MARINHA DO BRASIL, ENGEPLUS, DIÁRIO CATARINENSE

sábado, 22 de janeiro de 2011

PERSISTÊNCIA DA CHUVA MANTÊM EM ALERTA A DEFESA CIVIL CATARINENSE

Neste sábado, a área de baixa pressão teve um pequeno deslocamento para sul, atingindo agora com mais intensidade a Grande Florianópolis e sudeste catarinense. Com a pressão baixa ocasionada por esse sistema, tivemos duas fontes de umidade ingressando no estado. Uma vem do oceano a partir da circulação dos ventos de um sistema de alta pressão, que acabam entrando de leste a nordeste na costa, como é visto na figura abaixo.
A outra fonte de umidade são ventos quentes e úmidos vindos da floresta Amazônica numa altitude de 1500 metros. Na próxima figura, é possível identificar esse vento chegando no estado, aliando-se ao vento marítimo.

Nas duas imagens de satélite abaixo, veja que durante a madrugada as nuvens com maior desenvolvimento vertical e mais carregadas de gotículas estavam no litoral, sudeste do estado e parte do oeste.


Na Grande Florianópolis, a madrugada foi de chuva muito forte. No bairro Capoeiras, uma estação particular registrou acumulado de 93mm nas primeiras doze horas do dia de hoje, ou seja, mais da metade esperada para todo o mês de janeiro. Na Lagoa da Conceição, parte leste da ilha, outra estação meteorológica acusou 87mm no mesmo espaço de tempo. A estação automática oficial do CIRAM, localizada no bairro Itacorubi teve 80,5mm. O resultado foram novos alagamentos e deslizamentos de terra, principalmente nos bairros Cachoeira do Bom Jesus, Jurerê, Vargem Grande, Ingleses e Canasvieiras. No bairro Ingleses, o rio da Palha transbordou e causou significativo alagamento no Ilha Shopping, dando prejuízos aos comerciantes. Em Canasvieiras a força das águas entravam em casas e condomínios (foto abaixo).

Florianópolis
Já em São José, cidade vizinha a capital, a estação do INMET no bairro Praia Comprida apontou 74,8mm acumulados durante a chuva, sendo que apenas entre as 3 e 6 horas da madrugada já havia chovido 70,6mm. Aconteceram também alagamentos, como no loteamento Benjamim em Forquilhinhas, onde um córrego transbordou e pessoas tiveram que ser retiradas com barcos (foto abaixo).

São José
Em Palhoça, vários bairros tiveram alagamentos. Segundo a defesa civil, o total de pessoas afetadas até o momento é 25 mil. Ainda em Palhoça, a BR-101 no Morro dos Cavalo foi interditada completamente após queda de barreiras. Em Águas Mornas a BR282 que liga a Serra a capital também está interditada pelo mesmo motivo. 

No sul do estado voltou a chover forte neste sábado, principalmente no decorrer da tarde, com acumulados significativos em várias cidades. Em Morro Grande onde a defesa civil contabiliza 1200 pessoas afetadas, choveu 86,6mm. Em Timbé do Sul, localizada na encosta da Serra Geral, foi acusado 93,8mm no pluviômetro do CIRAM. No Município de Turvo, as 24 horas de hoje somaram 92,4mm, sendo que em 2 horas de duração o valor já ultrapassava os 60mm. Como o solo está saturado em virtude das últimas chuvas dessa semana, os 25mm hoje na região de Criciúma foram o bastante para provocarem novos deslizamentos de terra, como na rodovia SC445, entre Criciúma e Siderópolis (foto abaixo).

SC445 entre Criciúma e Siderópolis
A imagem de satélite a seguir, das 18h:30min, mostra os núcleos de convecção formados no final da tarde de hoje no leste catarinense, que trouxeram novamente chuva forte, principalmente em Palhoça e em parte do sul catarinense, que inclusive foi relatado anteriormente.


No Norte catarinense, a quantidade de chuva hoje foi bem menor que os dias anteriores. Porém os mais de 150mm ocorridos ontem ainda deixavam rastros. Em Joinville já são 6285 pessoas desalojadas. A segunda cidade mais atingida é Jaraguá do Sul onde há 1080 desalojados. Como o solo também está saturado, novos deslizamentos estão sendo registrados, como o ocorrido na SC416 entre Jaraguá do Sul e Pomerode (foto abaixo). 
SC416 entre jaraguá do Sul e Pomerode
A excessão em questão de chuva hoje fica por conta de São Francisco do Sul, onde ainda no início dessa madrugada havia chovido mais 77,5mm. De acordo com o CIRAM, nos últimos 6 dias já choveu impressionantes 588,1mm por lá, sendo mais que o dobro da média mensal esperada para janeiro. O município decretou já situação de emergência e ficou isolado durante este sábado devido a queda de pontes.

Acompanhe na tabela abaixo, os valores mais altos acumulados de chuva nos últimos 6 dias em Santa Catarina.

Cidade (ESTAÇÃO)Chuva acumulada (mm) nos últimos 6 dias
São Francisco do Sul (INMET)588,1
Massaranduba (CIRAM)494,7
Florianópolis  (CIRAM)266,7
Criciúma (CIRAM)264,1
Urussanga (INMET)249,2
Campo Belo do Sul (CIRAM)244,7
Turvo (CIRAM)229,7
José Boiteux (CIRAM)217,7
Morro Grande (CIRAM)215,9
Rio do Oeste (CIRAM)206,3
São José (INMET)203,1

A previsão não é nada animadora. Segundo o CIRAM, deve chover nesse domingo, podendo ainda ser com moderada e forte intensidade. A maré astronômica já não vai estar tão alta quando esses últimos 3 dias, mas segue o risco de enchentes e principalmente deslizamentos de terra.

DADOS: INMET, EPAGRI-CIRAM, CPTEC/INPE, MARINHA DO BRASIL, DEFESA CIVIL, ENGEPLUS, DIÁRIO CATARINENSE, NOTÍCIAS DO DIA ONLINE.

SIGA AS DICAS EM CASO DE ENCHENTE OU DESLIZAMENTO:
  • Qualquer situação de emergência, ligue para a defesa civil: (48) 4009 9816 | 3244 0600
  • Se notar alguma rachadura em sua casa, infiltrações ou qualquer movimento do terreno, sai imediatamente e salve sua vida e das pessoas que estão com você no momento.
  • Evite caminhar pelas áreas inundadas, pois há risco de contrair leptospirose ou cair num buraco.
  • Evite se possível, trafegar com seu veículo pelas rodovias e ruas.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

CHUVA ULTRAPASSOU OS 200 MILÍMETROS NAS 24 HORAS DESTA SEXTA-FEIRA EM SANTA CATARINA

 23 cidades em situação de emergência devido aos alagamentos, e deslizamentos de terra em SC

A área de baixa pressão que influencia Santa Catarina, hoje recebeu reforço devido a entrada de um cavado a 5km de altitude. Esse sistema estimula o levantamento de ar em sua borda leste/nordeste, fazendo a pressão continuar decrescendo na superfície. Como há um sistema de alta pressão no oceano na altura do estuário do rio da Prata, sua circulação de ventos úmidos é "atraida" para o leste catarinense em função da diferença de pressão atmosférica. Na figura abaixo podemos notar que esse sistema de alta pressão (A) provoca ventos entre leste e sudeste na costa.

Ao chegar no leste esse vento úmido se depara com barreiras montanhosas e é obrigado e se elevar, formando nuvens do tipo orográficas. Como o cavado traz um ar mais frio na média troposfera (entre 3 e 5km de altitude), o topo dessas nuvens fica frio e a chuva se torna mais consistente e as chuvas são mais intensas. Em São Francisco do Sul por exemplo, choveu 281,9mm em 24 horas, o que é superior a média mensal para janeiro.

Como a lua está na fase cheia, a maré astronômica subiu consideravelmente. Em São Francisco do Sul a maré teve um pico de 1.6m na madrugada e 1.2m por volta das 18h. Essa combinação de maré alta e chuva torrencial, acaba por causar sérios alagamentos, que não param tão cedo pois o vento marítimo de leste/sudeste represa as águas no litoral. Na própria São Francisco do Sul, vários balneários foram alagados. Em Joinville, choveu 149,6mm na encosta da Serra do Mar. Por isso as águas que descem de lá rumo ao litoral se somam as que precipitaram no pé da serra e na cidade. As ruas ficaram tomadas pela água (foto abaixo), que em alguns bairros chegava a uma altura de um metro e meio. Os ônibus tiveram dificuldade de transitar e até o exército foi prejudicado. Segundo a defesa civil estadual, 150 mil pessoas foram afetadas.

Joinville
Outra cidade que sofre com as fortes chuvas é Jaraguá do Sul (foto abaixo). Praticamente todos os bairros de lá tiveram alagamentos, deslizamentos de terra, destruição de casas e ruas, além de queda de barreiras. Cerca de 1230 pessoas estão desabrigadas ou desalojadas. Em Corupá, no Planalto Norte, força da correnteza do rio destruiu pontes e deixou comunidades ilhadas. As quedas de barreiras também impediram o tráfego em muitas ruas. Houve alagamentos e prejuízos na agricultura do município, sendo que até o último levantamento, 3600 pessoasjá foram afetadas pelas enxurradas.

Jaraguá do Sul
No Vale Do Itajaí, a chuva que desce do Alto Vale aliada aos 54mm acumulados hoje sobre Blumenau, acarretaram também em destruição de pontes no Morro do Baú em Ilhota, além de deslizamentos de terra. Em Massaranduba onde choveu 137mm, a rodovia que liga o município a Blumenau e Jaraguá ficou interditada em função de 15 quedas de barreira e árvores na pista.

Na Grande Florianópolis, o município de São José apresentou alagamentos e transbordamento do Rio Araújo. De acordo com a estação do INMET, choveu 69,4mm hoje, principalmente no início da tarde. Já em Florianópolis, tivemos 30,7mm acumulados no bairro Itacorubi. Porém como são chuvas orográficas há bastante diferença de valores entre um local e outro. A pior situação na cidade está nos bairros Pantanal e Caeira do Saco do Limões, que registraram deslizamentos de terra. De acordo com o jornal Diário Catarinense, ocorreram alagamentos no Trevo da Seta e no bairro Rio Tavares.

O sul catarinense voltou a registrar novos estragos. Em Siderópolis choveu forte na madrugada e novamente alagou parte da cidade (foto abaixo), principalmente a encosta da serra. Em Urussanga, a chuva forte veio com mais força agora a noite, já acumulando 86,8mm. Já foi decretado situação de emergência, sendo que 1500 pessoas foram afetadas nos últimos 3 dias por lá.

A previsão é de um sábado com chuva, que pode ser forte principalmente pela manhã no estado. A defesa civil continua em alerta para os deslizamentos de terra e alagamentos. Mais informações em breve aqui no blog Paulo Tempo.

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, DEFESA CIVIL, ENGEPLUS, DIÁRIO CATARINENSE, A NOTÍCIA

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

NORTE CATARINENSE TEM CHUVA FORTE E DESLIZAMENTOS PREOCUPAM O LITORAL

O sistema de baixa pressão formado ontem em superfície pelo Vórtice Ciclônico, deslocou-se mais para alto mar, mas estendeu uma área alongada com baixa pressão atmosférica sobre o território catarinense, representada na figura abaixo pelos traços pretos.
Note que os ventos do sistema de baixa pressão no oceano acabam entrando de sul a sudeste no litoral catarinense, trazendo umidade marítima e formando nuvens do tipo orográficas. Em Florianópolis, por exemplo, o dia foi com variação de nuvens e chuvas bem isoladas e passageiras. Na foto abaixo, é possível ver essa condição na praia da Joaquina no meio da tarde.

Subindo mais um pouco na troposfera, temos ventos predominantes de noroeste em SC numa altitude de 1500 metros, impulsionada pela baixa pressão. Esses ventos trazem umidade da floresta amazônica para Santa Catarina, contribuindo para a manutenção das nuvens. Na figura abaixo, pode-se detectar esses ventos.

Ao longo do dia, a grande quantidade de umidade favorecida pelos sistemas acima, aliada a incursão de ar frio na média troposfera, contribuiu para o rápido resfriamento do topo das nuvens, deixando-as mais carregadas. A imagem de satélite abaixo mostra essas células já desenvolvidas.


Por volta das dez horas dessaa noite, o município de São Francisco do Sul no litoral norte, teve forte temporal, com acumulado 63,7mm em menos de uma hora de duração. Como choveu forte durante a madrugada, o total de precipitação que caiu por lá hoje somou 145,3mm. Em Corupá, a forte correnteza do Rio da Anta, motivado pelas fortes chuvas, causou o removimento do aterro sobre as cabeceiras da ponte sobre a BR280, interditando o trânsito de veículos. Em Jaraguá do Sul, um operário morreu ao ser atingido por um raio. Por lá aconteceram alagamentos (foto abaixo).

Já em Joinville, a chuva desde ontem já acumulou 149,4mm numa estação particular localizada na zona sul da cidade. Só hoje choveu 80,3mm. Essa combinação de forte chuva, associada a lula cheia que causa subida da maré, acabou resultando em alagamentos pela região, chegando a atingir mais de 1 metros de altura de água, como mostra o vídeo abaixo.






A preocupação agora em todo o leste catarinense é com o solo encharcado e vulnerável pelas fortes chuvas ocorridas nos últimos dias, que pode acarretar em deslizamentos de terra caso volte a chover, mesmo que em pouca quantidade. Em Criciúma, por exemplo, já houve um deslizamento hoje no bairro Vera Cruz, como é visto na foto a seguir.

A segunda preocupação é a velha combinação de chuva intensa, maré alta pela lua cheia e ventos marítimos que represam as águas no continente. Esse foi o motivo do alagamento em Joinville e será também dos outros municípios litorâneos, principalmente entre essa sexta e sábado, quando um sistema de alta pressão em alto mar deve levar muita umidade para a costa catarinense. Em Jacinto Machado, no extremo sul do estado, já precipitou 71,6mm nesta quinta-feira, contudo sem registro de danos.

De acordo com a defesa civil estadual, aumentou para 30 o número de cidades catarinenses afetadas pelas enxurradas, são elas: Agrolândia, Anitápolis, Armazém, Balneário Arroio do Silva, Ilhota, Corupá, Cocal do Sul, Criciúma, Florianópolis, Criciúma, Grão Pará, Içara, Imarui, Jaraguá do Sul, Joinville, Maracajá, Meleiro, Mirim Doce, Morro da Fumaça, Nova Veneza, Orleans, Palhoça, Passos de Torres, Pedras Grandes, Santo Amaro da Imperatriz, Schroeder, Siderópolis, Sombrio, Tubarão e Urussanga. O número de pessoas afetadas nessas cidades já chega a 215.293, sendo os maiores valores em Criciúma, Jaraguá do Sul, Maracajá e Tubarão.

No oeste e meio-oeste a umidade proveniente da floresta amazônica, vista na figura do início da postagem, contribuiu para alguns temporais isolados. Em Chapecó, onde a temperatura chegou a 29,1ºC, a chuva veio  e e poucas pancadas despejou 32,5mm na cidade. No Alto Vale do Itajaí voltou a chover novamente forte, acusando 69,6mm em José Boiteux. Desde ontem o acumulado de precipitação alcançou 208,6mm por lá, superando a média mensal.

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM DEFESA CIVIL, ENGEPLUS.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

VÓRTICE CICLÔNICO SEGUE PROVOCANDO CHUVAS LOCALMENTE FORTES EM SANTA CATARINA

Ainda pela madrugada desta quarta-feira, chovia em boa parte do litoral e sul do estado, até com moderada a forte intensidade em alguns locais. Desde a tarde de ontem até o dia de hoje, os acumulados já ultrapassaram a média mensal, como em Criciúma onde choveu 187,3mm até pelo menos as 13h de hoje. Na capital catarinense choveu 84mm no bairro Itacorubi e 122mm no centro. 

De acordo com a defesa civil estadual, 16 municípios catarinenses foram afetados pelas chuvas fortes de ontem, sendo que oito deles já decretaram situação de emergência. São eles: Tubarão, Siderópolis, Gravatal, Forquilhinha, Imaruí, Maracajá, Nova Veneza e Pedras Grandes. O transbordamento do rio Sangão influenciou o município de Forquilhinha (foto abaixo), onde também passa esse rio. Segundo o portal Engeplus, só há acesso por apenas um bairro. 


Durante essa tarde voltou a chover forte localmente. A imagem de satélite abaixo, mostra as nuvens que se formaram novamente no período vespertino em SC. Veja:


Em Criciúma, onde choveu a média do mês em menos de 6 horas, a precipitação desta tarde acumulou 26,6mm. Parece muito menos, porém o solo já estava muito encharcado e vulnerável, que qualquer chuva pode causar deslizamentos. Por causa desse fator, uma cratera se abriu numa estrada entre os bairros Mina do Toco e Montenegro, como mostra a foto a seguir.


O município de Turvo, no sul, registrou fortes pancadas de chuva por volta das cinco horas da tarde, despejando 74,8mm na estação automática do CIRAM (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina).

Contudo, os maiores valores de chuva somente de hoje, se deram desta vez no Alto Vale do Itajaí. Em Rio do Oeste choveu 119,4mm. Já José Boiteux teve acumulado de 111,6mm. Ou seja, em ambas as cidades, choveu 75% da média esperada para todo o mês de janeiro. Ainda no Vale, Blumenau teve chuva  de 29,6mm hoje  as 18h, como é visto na foto fornecida pelo colaborador Jaime Batista.


No norte catarinense também choveu forte. Em Joinville, por exemplo, em menos de duas horas foi acumulado 56,4mm no bairro Quiriri. Como a lua está cheia, pode ocorrer alguns alagamentos pela cidade. 


Analisando os ventos em altitude (figura acima), percebe-se que o Vórtice Ciclônico - VC (centro de baixa pressão)  a 5km de altitude, se deslocou para o mar, estando as 10 horas da manhã de hoje na altura do litoral norte do RS e litoral sul de SC. O VC forma nuvens com desenvolvimento vertical apenas em suas bordas, além de resfriar ainda mais o topo dessas nuvens devido a incursão de ar frio na média troposfera. Como ontem o centro desse sistema estava no oeste, não houve chuvas por lá. No entanto hoje mudou. Em Caibi, por exemplo, um temporal em torno das 19h provocou um acumulado de 23mm, com ventos de 50km/h. 

Com a evolutiva queda de pressão a superfície, o Vórtice Ciclônico na média troposfera acabou formando um sistema de baixa pressão em superfície a leste da costa catarinense (figura abaixo). A gênese desse sistema, acarretou em fornecimento de umidade do oceano, o que associado ao relevo acidentado, formou as novas células de precipitação registradas hoje no leste do estado. 

A tendência é que o sistema de baixa pressão a superfície gerado pelo Vórtice Ciclônico, continue causando ingresso de umidade no leste catarinense. Com isso, a quinta-feira deve ser de muita variação de nuvens e chance de chuva isolada no início e fim do dia. No interior, sol e pancadas de chuva de verão. Temperaturas altas em todo o território catarinense, com máxima de 32ºC no oeste.

DADOS: INMET, EPAGRI-CIRAM, CPTEC/INPE, MARINHA DO BRASIL, ENGEPLUS, DEFESA CIVIL.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

VÓRTICE CICLÔNICO TRAZ CHUVA FORTE PARA O SUL CATARINENSE

O cavado comentado ontem, se converteu em um Vórtice Ciclônico, que é um centro de baixa pressão localizado numa altitude de aproximadamente 5km. Na figura abaixo, podemos identificar esse sistema pela sigla VC, onde os ventos giram em torno de um centro no oeste da região Sul do Brasil.

Como o levantamento do ar é permitido apenas nas bordas leste e nordeste desse sistema, a pressão atmosférica cai, o vento quente e úmido da Amazônia e do oceano Atlântico chega mais intenso e as nuvens com desenvolvimento vertical se formam. O sul do estado foi a região mais atingida, com acumulados de chuva superiores a 100mm. Isso é evidenciado pela imagem de satélite abaixo, onde um grande aglomerado de nuvens com topos frios de até -50ºC cobrem a região (área circulada). 


Na tabela abaixo você confere os valores de precipitação acumulada na região e também na capital, lembrando que a maioria esmagadora foi em menos de 6 horas de duração.

Cidade (ESTAÇÃO)Precipitação acumulada (mm) 18/01/2011
Criciúma (CIRAM)162,4
Urussanga (INMET)143,4
Nova Veneza (CIRAM)97,2
Morro Grande (CIRAM)71,4
Turvo (CIRAM)70,4
Meleiro  (CIRAM)63,2
Florianópolis (CIRAM)64,3
Jacinto Machado (CIRAM)53,6

Criciúma
Em Criciúma choveu 162,4mm, ou seja, todo o esperado para o mês de janeiro. em apenas 6 horas Já no início da precipitação, a estação do CIRAM havia acumulado 107,8mm em duas horas. Houve alagamentos pela cidade (foto acima), sendo que em algumas partes a água chegava a alcançar 1 metro de altura. Vários supermercados e estabecimentos foram afetados. O túnel do terminal central chegou a ficar submerso. Nos bairros Santa Catarina e Operária Nova, ocorreram deslizamentos de terra. No Morro do Cechinel houve queda de barreira, interditando a principal rua. Já no bairro Imperatriz, o alto acumulado de chuva em pouco tempo causou o transbordamento do Rio Sangão, fazendo com que os móveis das casas boiassem nas águas. O rio Criciúma também estava perto de transbordar no início desta noite.

Já em Siderópolis, o prefeito da cidade decretou situação de emergência devido ao estragos causados pela chuva. Segundo ele, ainda será feito um levantamento de tudo que ocorreu. A foto abaixo mostra o alagamento por lá.

Siderópolis
No município de Maracajá, também no sul catarinense, a forte chuva provocou alagamentos (foto abaixo), fazendo com que 70 famílias deixassem suas casas. O prefeito também deve decretar situação de emergência amanhã, segundo o Portal Engeplus informou.

Maracajá
Situação de alerta também em Cocal do Sul, onde várias ruas estão alagadas e moradores estão retirando os móveis de suas residências. Em Urussanga, a localidade de Rio Salto está atenta a elevação de um rio, que pode transbordar a qualquer momento (foto abaixo). As águas já formaram uma cratera no meio da ponte.

Urussanga
Em Nova Veneza onde choveu 97,2mm, as áreas próximas ao Palácio Municipal no centro da cidade, ficaram alagadas, como mostra a foto a seguir.

Nova Veneza
A chuva de 84mm registrada em Tubarão por uma estação particular da empresa Plantar Agronomia, causou alagamentos em diversos pontos da cidade, além do deslizamento de uma pedra no bairro Caruru. Em Morro Grande, que teve precipitação de 71,4mm, apresentou alagamentos, como mostra a próxima foto.

Morro Grande
Em Florianópolis, a chuva que cai forte desde o fim da noite, já acumula 64,3mm na estação do CIRAM no bairro Itacorubi. Segundo o jornal Diário Catarinense Online, a rodovia que vai para o sul da ilha está intransitável devido ao alagamento. Há móveis boiando e pessoas ilhadas. Alagamento também na avenida Mauro Ramos, Beira Mar Norte e no início das duas pontes. Os hospitais Celso Ramos e Infantil também estão parcialmente alagados. Houve deslizamento de terra no Saco dos Limões, Carvoeira e na Vila Aparecida.

Florianópolis
Nas outras áreas do estado também houve pancadas de chuva, com menores valores. Exceto São Francisco do Sul, norte catarinense, onde choveu 57,2mm, porém sem registro de estragos por enquanto. A tendência para a quarta-feira é ainda a persistência das chuvas no centro-leste catarinense, podendo ser fortes. No oeste e meio-oeste chove no fim do dia. Em breve mais informações.

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, ENGEPLUS, DIÁRIO CATARINENSE