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quinta-feira, 31 de março de 2011

CHUVAS DIMINUIRAM E SOL CONSEGUIU APARECER MAIS EM SC

Parcialmente nublado hoje as 8h em Itajaí-SC
A foto acima, tirada por Thiago Relvas do site Terra Waves, nos mostra o céu de Itajaí as 08h:05 da manhã desta quinta-feira. Note que havia nuvens, mas em quantidade bem menor que ontem. Naquele horário, a estação do CIRAM (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina) registrava temperatura de 20,3ºC. A chuva por lá cessou por volta das 4 horas da madrugada, tendo bons aparecimentos de sol e voltando a precipitar um pouco agora a noite. No total choveu 6,6mm.

Assim se comportou o dia de hoje em boa parte do centro-leste catarinense, ou seja, chuva nos extremos do dia e sol no decorrer do período. A quantidade de chuva em relação as 24 horas de ontem diminuiu muito, sendo que o maior valor se deu em Indaial com 8,2mm, seguida de Itajaí e Timbé do Sul, com 6,6mm e 5,2mm, respectivamente. No Vale, o rio Itajaí-Açu que passa por Rio do Sul alcançou 5,2 metros, deixando em estado de alerta o CEOPS. Em Apiúna, Blumenau e Ibirama o nível é de atenção. No entanto, como a chuva está menos frequente e menos intensa, os níveis dos rios já começaram a baixar desde a tarde.

O que causou a diminuição das chuvas no estado, foi a desintensificação do Jato Subtropical e a entrada de uma crista entre médios e altos níveis da troposfera sobre o estado catarinense. Esse sistema é uma área alongada de alta pressão atmosférica, que inibe a ascenção do ar até esses níveis. Os ventos neste sistema vão de sudoeste para nordeste, como pode-se notar nas duas figuras abaixo, uma com ventos em 500 hPa (5km de altitude) e outra com ventos em 200 hPa (10km de altitude).
Com isso, a circulação marítima voltou a ficar limitada ao litoral, em função apenas das barreiras montanhosas que geram nuvens orográficas. O sistema de alta pressão que advecta essa umidade marítima é visto na próxima figura, representado pela letra A.
As temperaturas, como previsto pelo CIRAM, se elevaram mais hoje, tendo máximas de 28,1ºC em Caibi, 26,6ºC em Itapoá, 26,5ºC em Concórdia, 26,3ºC em Urussanga, 25,6ºC em Turvo e 25,4ºC em São José.

Agora a noite, o Jato Subtropical voltou a se intensificar a acaba gerando nuvens sobre grande parte do estado, pois a indução de ascenção do ar causada por ele decresce a pressão e faz a umidade marítima chegar. e gerar nuvens estratificadas na média troposfera (Altostratus). No entanto, a região mais atingida pela circulação de umidade do sistema de alta pressão é realmente o leste do estado, onde há nuvens do tipo Stratus, Stratocumulus e por ventura Nimbostratus. Na imagem de satélite no canal infra-vermelho mostrada abaixo, percebemos cobertura de nuvens sobre SC as 20h. Note que a nebulosidade está menos aparente neste canal, indicando que são nuvens "quentes", ou seja, nuvens que não ganham tanto desenvolvimento vertical e são formadas basicamente por água no estado líquido.


Para a sexta-feira, de acordo com o CIRAM, a tendência é de variação de nuvens com sol em todo o estado. A diferença é que no interior pode chover apenas a noite, enquanto que no leste a chuva fica concentrada nos extremos do dia. As temperaturas máximas alcançam 30ºC no oeste, 26ºC no leste e 23ºC no planalto serrano.

Na próxima postagem, não deixe de acompanhar a análise do mês de março aqui no blog Paulo Tempo. Aguarde!

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, CEOPS, TERRA WAVES.

quarta-feira, 30 de março de 2011

CHUVA DAS ÚLTIMAS 24 HORAS JÁ ULTRAPASSA 70 MILÍMETROS EM SC

A frente semi-estacionária que estava ontem sobre Santa Catarina, acabou sendo desconfigurada devido a diminuição do gradiente de temperatura nesta quarta-feira. Na parte leste do estado, o ramo frio frontal deslocou-se para o alto mar e assim o ar mais frio conseguiu adentrar, porém de forma mais oceânica. As 9 horas da manhã de hoje, o centro do sistema de alta pressão estava no oceano Atlântico a leste do Uruguai. (letra A na figura abaixo).
Esse sistema de alta pressão advectava umidade do oceano para o continente, o que associado as barreiras montanhosas localizadas no estado catarinense, acabou gerando nuvens de forma orográfica. Contudo, não foi somente a orografia que fez chover tanto hoje. Em altitude tivemos a participação do Jato Subtropical, que são ventos fortes lá no alto da troposfera, e que induzem a ascenção do ar dos baixos níveis. Esse jato é visto na próxima imagem.
Com essa indução, tivemos a formação de uma área com ventos ciclônicos (sentido horário) no sudoeste do Paraguai até uma altitude 3000 metros. Em superfície o Jato Subtropical gerou o chamado cavado invertido, ou seja, uma área com pressão menor na borda oeste de um sistema de alta pressão, que neste caso é o que está no mar. Com essas áreas de baixa pressão atmosférica estabelecidas nos baixos níveis da troposfera, o ingresso de umidade oceânica não ficou limitado a superfície, o que é comprovado na radiossondagem feita hoje de manhã no aeroporto Hercílio Luz em Florianópolis, onde vemos que a umidade relativa fica acima dos 70% até 3190 metros de altitude. (clique para ampliar)
Isso permitiu que a umidade ultrapassasse a barreira montanhosa e conseguisse alcançar áreas do oeste, meio-oeste e planalto norte catarinense. Na imagem de satélite no canal visível as 15h, podemos notar a cobertura de nuvens em boa parte do estado. O cavado invertido é representado pelos traços pretos. É também possível notar que a frente fria que desviou do leste catarinense se tornou semi-estacionária na costa de SP. 

Choveu bastante no centro-norte catarinense hoje. O maior acumulado de chuva se deu em Joinville com 70,6mm, seguida de Concórdia com 69,1mm. A chuva no oeste e meio-oeste foi distribuída entre o fim da manhã e agora a noite. Já no planalto norte e litoral norte chove desde ontem. Veja na tabela a seguir, mais detalhes dos acumulados de precipitação das últimas 24 horas no estado.
Cidade (ESTAÇÃO Chuva (mm) em 24 horas
Joinville (CIRAM)70,6
Concórdia (CIRAM)69,1
Joaçaba (INMET)66,2
Rio do Oeste (CIRAM)63,2
Caibi (CIRAM)61,8
Itapoá (CIRAM)61,6
Chapecó (CIRAM)60,7
Celso Ramos (CIRAM)54,4
Lebon Régis (CIRAM)53,4
Campos Novos (INMET)51,4
Xanxerê (CIRAM)51,0
José Boiteux (CIRAM)50,4
Canoinhas  (CIRAM)49,6
Rio das Antas (CIRAM)47,4
Aurora (CIRAM)45,6

A preocupação nesta noite é com o nível do Rio Itajaí-Açu no Alto-Vale. Em Rio do Sul, segundo o Sistema de Alerta de Cheias da Bacia do Itajaí, o nível do rio era de 4,7m as 23h. Por enquanto está em estado de atenção, mas quando passar os 5 metros entra em estado alerta. A partir dos 6 metros as regiões mais baixas podem sofrer alagamentos. Nas últimas 12 horas já choveu 30,7mm. Isso sem contar que nos últimos dias precipitou bastante nessa região.

No oeste, o município de Jardinópolis teve forte enxurrada hoje a tarde, com alagamentos e destruição parcial de ruas (foto abaixo). O rio Santo Antônio que passa pela região, chegou a 3,5 metros, cobrindo pontes e regiões ribeirinhas. Não há estação meteorológica lá, mas vimos na tabela que choveu entre 50 e 60mm na região. Como foi dito, essa chuva se concentrou num período inferior a 12 horas.
Jardinópolis-SC
Chegou a fazer frio durante a madrugada e manhã de hoje, mesmo com a cobertura de nuvens que impedia maior perda radiativa diurna. As menores temperaturas mínimas foram anotadas em Campo Belo do Sul com 7,0ºC, Morro da Igreja com 8,1ºC e São Joaquim com 10,0ºC. Durante o dia a nebulosidade deixou as temperaturas máximas baixas, com valores de 25,2ºC em Florianópolis e 23,4ºC em Caibi.

Como ventava nas partes mais altas do estado, a sensação térmica as 9 horas da manhã era de quase zero grau no pico do Planalto Sul catarinense, como mostra a figura abaixo.

Para a quinta-feira, o CIRAM (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina) prevê ainda um dia parecido com hoje, ou seja, nebulosidade e chuvas ocasionais. As temperaturas sobem um pouco mais, chegando a 28ºC no oeste e 26ºC no litoral.

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL

terça-feira, 29 de março de 2011

FRENTE SEMI-ESTACIONÁRIA SOBRE SANTA CATARINA

No dia de ontem , segunda-feira, a frente fria formada no Uruguai conseguiu avançar pelo centro-leste catarinense, associada a um ramo semi-estacionário no interior do estado. Como são áreas com baixa pressão atmosféricas, a advecção de ventos quentes e úmidos de noroeste oriundos da floresta amazônica, se direcionou para o estado de SC, como pode-se ver na figura a seguir.
Os índices de instabilidade K (contorno) e Totals (colorido) estavam simultaneamente mais significativos no oeste, meio-oeste e litoral (figura abaixo), indicando a presença de grande e extensa quantidade de ar quente e úmido nos baixos níveis e um máximo de advecção de ar frio na média troposfera sobrejacente. Isso potencializada a condição de temporais pois cria cisalhamento vertical de vento, que é a grande diferença de direção e velocidade dos ventos entre altitudes diferenças e as vezes bem próximas.
As regiões com maiores valores de índices de instabilidade k e totals, foram realmente as mais atingidas ontem por temporais e ventos fortes na passagem do ramo frio frontal e também do ramo semi-estacionário. A imagem de satélite das quatro e meia da tarde da segunda-feira, nos mostra nuvens com alto desenvolvimento vertical, com topos frios que no interior alcançaram até -80ºC, o que nos diz que a nuvem chegou a uma altitude superior a 15km.

O dia praticamente não foi de muito sol, tendo até chovido na madrugada. Contudo o pouco que o sol apareceu ajudou a dar mais energia ao sistema. Por volta das 15h, o temporal chegou a Grande Florianópolis. Na capital, as rajadas de vento no aeroporto Hercílio Luz alcançaram 80km/ħ. Pelas características foi uma frente de rajada (gust front), que acontece quando o ar frio descende dos altos níveis e gera uma corrente de ventos muito forte, a qual ascende o ar quente na dianteira, por isso é chamada de frente de rajada. Uma dessas características foi a forte queda de temperatura, que chegou a a cair de 27,1ºC para 21,4ºC em menos de uma hora. Outra foi a virada do vento, que era de noroeste mas virou bruscamente para sul na rajada máxima. A chuva até que foi relativamente bem distribuída, com acumulado de 7,3mm no Itacorubi e 6,9mm em Capoeiras. No último bairro, onde os ventos chegaram a 48km/h, o colaborador Eduardo Hames tirou foto mostrando as nuvens verticais.
Florianópolis-SC
Antes de chegar na capital, a tempestade havia passado por São José com as mesmas características. A temperatura caiu de 27,5ºC para 21,7ºC (ver gráfico abaixo) em um período de uma hora e o vento teve brusca mudança na direção. A rajada máxima foi 54,3km/ħ. Em todo o tempo de chuva, São José teve um pouco mais de acumulação, registrando 10,2mm. O colaborador Piter Scheuer afirmou ter observado uma nuvem funil (princípio de tornado mas que não toca o chão) no bairro Campinas.
Gráfico de temperatura em São José-SC
No meio-oeste, um dos municípios mais atingidos pelo temporal associado a frente semi-estacionária, foi Caçador, onde choveu 19,2mm nos primeiros minutos de precipitação. O vento teve também brusca mudança na direção, chegando a uma velocidade de 61,2km/h na rajada, o que causou prejuízos em 100 casas, além de falta de energia elétrica em alguns bairros. Outras áreas do meio-oeste também tiveram bastante ventania, como em Abdon Batista e Celso Ramos, com 55,8km/h e 46,2km/h, respectivamente.

No oeste, onde estavam as nuvens mais carregadas, tivemos forte chuva em Dionísio Cerqueira, a qual despejou 29,2mm no pluviômetro do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) na primeira hora de precipitação. Em Chapecó, o vento chegou a 50km/ħ e a chuva acumulou 14,2mm nos primeiros minutos. Já em Novo Horizonte, tanto o vento quanto a chuva foram bem intensos, com rajada máxima de 51,1km/h e uma precipitação acumulada de 27,6mm em pouco tempo. Não houve notícias de estragos nessa região.

Outra área do estado bastante atingida pelos temporais foi o Vale do Itajaí. Por volta das 16h:30, hora da imagem de satélite mostrada anteriormente, o município de Blumenau teve chuva e ventos fortes, os quais causaram destelhamentos e queda de energia elétrica, além também de alguns alagamentos relâmpagos (foto abaixo). Segundo a estação meteorológico da RBS, o vento alcançou 49,9km/h e a temperatura teve um decréscimo de 3,3ºC em poucos minutos. Além de Blumenau, outros municípios do Vale e também do litoral norte catarinense tiveram problemas de abastecimento de energia devido ao forte vento, sendo eles Luís Alves, Massaranduba e Timbó. Em Massaranduba, não há dados de vento, mas a estação do CIRAM registrou um valor de chuva de 8,8mm em pouco tempo.

Blumenau-SC
No sul do estado, a maior parte da região teve chuva mais distribuída ao longo do dia. No entanto na parte norte desta região, houve um máximo de precipitação associada a temporal, sendo que em Urussanga choveu 12,2mm no início da tarde.

Apesar de o ramo frio do sistema frontal ter atingido Santa Catarina, a presença de dois Anticiclones (sistema com pressão maior que a vizinhança e ventos no sentido anti-horário) nos níveis médios e altos da troposfera, um sobre o Sudeste e outro sobre o Centro-oeste do Brasil (letra A na figura a seguir), impediram seu deslocamento e assim nesta terça-feira temos a presença de uma frente semi-estacionária sobre todo o território catarinense. Por isso o tempo está com muitas nuvens e ocorre chuvas em muitas áreas. Nas últimas 24 horas, os maiores acumulados de chuva associada ao sistema descrito acima, foram de 56,2mm em Urubici, 36,8mm em São Joaquim, 27mm em Timbé do Sul, 25,6mm em Novo Horizonte, 23,2mm em Joinville, 23,0mm em Criciúma, 22,8mm em Itapoá, 22mm em Xanxerê e 20,8mm em Água Doce.
Como os ventos na frente semi-estacionária estão soprando de sudeste, houve advecção de ar frio para o estado, o que somado a nebulosidade, acabou deixando o dia bem ameno nesta terça-feira. As temperaturas mínimas ficaram todas abaixo dos 20ºC. As máximas não ultrapassaram muito os vinte e cinco graus, sendo que as cidades onde houve as maiores temperaturas foram Itapoá com 24,5ºC e Itajaí com 24,2ºC. Veja que essas cidades se situam no norte do estado, ou seja, mais próximas a parte quente do sistema.

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL

O QUE MAIS SE PROCURA E SE PUBLICA SOBRE METEOROLOGIA NA INTERNET

Navegando pela rede mundial de computadores, decidi entrar num recurso do site Google, chamado GoogleAdwords. Lá é possível ver o que mais se procura por mês na internet através de palavras chave. Interessado em saber o que as pessoas mais procuram sobre meteorologia na internet mensalmente, coloquei algumas palavras lá e esperei o resultado.

Das palavras que pesquisei, a mais procurada segundo o Google, foi Clima, seguida de previsão do tempo. Já a menos procurada foi geada. O resultado completo você confere na tabela abaixo:

Palavra-chave (PORTUGUÊS)Procuras por mês
Clima7.480.000
Previsão do tempo2.740.000
Tornado2.740.000
Neve1.830.000
tempestade110.000
granizo74.000
vendaval33.100
orvalho27.100
nevoeiro18.100
geada12.100

Mais curioso pelo recurso, coloquei essas palavras em inglês, a fim de ver o que o pessoal procura fora do Brasil. A palavra mais procurada dentre as que escolhi, foi Weather, que significa tempo (meteorológico). Em segundo lugar vem a palavra snow (neve). Agora as menos pesquisas pelos internautas de lingua inglesa foi curiosamente hail, que no português significa granizo. Veja mais na tabela:

Palavra-chave (Inglês)Procuras por mês
Weather (tempo)124.000.000
Snow (neve)16.600.000
Weather forecast (previsão do tempo)13.600.000
Storm (tempestade)11.100.000
Climate (clima)4.090.000
Frost (geada)4.090.000
Fog (nevoeiro2.740.000
Dew (orvalho)1.000.000
Hail (granizo)823.000

Não esquecemos do oriente. Na lingua japonesa, também foi feito a pesquisa, a qual nos mostra que a palavra mais procurada na terra do sol nascente é 天気予報, que significa previsão do tempo. A seguir vem a palavra 雪, ou seja, neve, se igualando a pesquisa feita na lingua inglesa. Em último lugar vem 雹 (granizo), assim também como no inglês. O interessante também, é ver que os amigos orientais procuram mais sobre orvalho do que nós e os de lingua inglesa. Confira mais abaixo:

Palavra-chave (japonês)Procuras por mês
天気予報 (previsão do tempo)124.000.000
雪 (neve)3.350.000
嵐 (tempestade)2.740.000
露 (orvalho)1.220.000
霜 (geada)1.220.000
霧 (nevoeiro)358.000
気候 (clima)201.000
竜巻 (tornado)27.100
雹 (granizo)8100

Além de pesquisar o que os internautas andam procurando sobre meteorologia na internet, também fiquei ansioso em saber quantos resultados na busca do google cada palavra tem, ou seja, a quantidade de coisas publicadas em sites e/ou blogs sobre cada uma, mesmo que seja de forma repetitiva. Na língua portuguesa, a palavra que tem mais publicações nos site de busca Google é clima, com 99.300.000 resultados encontrados. A menos publicada na internet é geada com 537.000. O curioso é que a palavra geada além de ser a menos publicada em sites e blogs, é também a menos procurada, como foi visto anteriormente. Outro ponto de destaque, é que segundo os dados de procuras e publicações, denota-se que os países com lingua portuguesa acessam pouco os conteúdos sobre neve, que não são poucos. O resultado completo você vê na tabela seguinte.

Palavra-chave (PORTUGUÊS)Publicações por mês
Clima99.300.000
tornado71.000.000
neve62.900.000
previsão do tempo6.400.000
tempestade4.070.000
granizo2.160.000
nevoeiro2.010.000
orvalho884.000
geada537.000

Na lingua inglesa, a palavra que possui mais publicações em sites ou blogs é weather com 785.000.000, seguida de snow (neve) e storm (tempestade) com 615.000.000 e 385.000.000, respectivamente. Perceba que a palavra neve é mais procurada e mais postada na internet na lingua inglesa e japonesa. A menos publicada é novamente hail (granizo), que também é a menos procurada dentre as listadas. Veja mais:

Palavra-chave (Inglês|)Publicações por mês
Weather785.000.000
snow615.000.000
storm385.000.000
climate226.000.000
fog147.000.000
frost123.000.000
weather forecast87.300.000
dew54.300.000
hail52.100.000

No japonês, a palavra com mais publicações na internet é 雪,que significa neve. Em segundo lugar vem a palavra 露, ou seja, orvalho, destacando que os japoneses tanto pesquisam quanto publicam mais sobre orvalho do que na lingua portuguesa e inglesa. No entanto, pela pesquisa vê-se que na lingua japonesa o conteúdo menos postado em meios de comunicação (sites,blogs) é sobre tornado.

Palavra-chave (Japonês|)Publicações por mês
雪 (neve)686.000.000
露 (orvalho)279.000.000
霜 (geada)182.000.000
霧 (nevoeiro)152.000.000
嵐 (tempestade)73.300.000
天気予報 (previsão do tempo)26.300.000
気候 (clima)10.900.000
雹 (granizo)2.080.000
竜巻 (tornado)2.060.000

Vale ressaltar que esse mecanismo usado, possui bastante falhas, principalmente no que diz respeito a tradução, ambiguidade e repetições de conteúdos. Isso decai a confiabilidade dos dados apresentados. Outra observação é sobre a palavra tornado, que é tanto usada para o português quando para o inglês, cujo o último também aceita "tornadoes". Contudo, podemos nesta postagem ter uma noção do que se pesquisa e se publica relacionado a meteorologia. Espero que gostem. Abraço a todos e até mais.

DADOS: GOOGLE, GOOGLE ADWORDS

domingo, 27 de março de 2011

TEMPORAIS COM CHUVA FORTE E VENDAVAIS MARCARAM ÚLTIMO FIM DE SEMANA DE MARÇO

O final de semana foi marcado por intensos temporais sobre boa parte do território catarinense. Choveu bastante durante esses eventos tempestuosos, sobretudo no oeste, meio-oeste, planalto sul e litoral sul. Ontem, sábado, na parte da manhã Criciúma foi atingida por um desses temporais, tendo rajadas de vento de até 53,9km/h na estação da prefeitura. No morro do Cechinel, por ser obviamente mais alto, as rajadas de vento foram mais intensas do que a registrada na cidade, o que culminou em queda de postes e árvores (foto abaixo). Durante todo o dia houve pancadas de chuva por lá, acumulando no total 31,2mm.

Criciúma - SC
Na imagem de satélite da manhã e tarde de ontem, podemos notar as nuvens verticais que provocaram os temporais no sul e também em outras áreas do meio-oeste e com menor intensidade no litoral.


O maior acumulado de chuva de ontem se deu no litoral sul do estado, com 83,8mm em Timbé do Sul, sendo que esse valor foi distribuído ao longo do dia, com maior intensidade entre a metade e final da tarde. Em seguida temos a serra catarinense, onde a chuva caiu ao longo de quase todo o dia, somando 81,9mm em São Joaquim. Na cidade mais fria do Brasil as rajadas de vento também foram intensas, sendo detectado 63,3km/h as onze horas da manhã.

Nas outras regiões do estado também choveu bastante, mas essa precipitação novamente foi distribuída entre as horas do dia. Os maiores acumulados foram de 46,2mm em Celso Ramos, 37,4mm em Rio do Oeste, 27,2mm em Curitibanos e 22,2mm em Xanxerê.
No entanto, no Vale do Itajaí e centro-norte do estado, a chuva forte veio a noite, como mostra a imagem de satélite acima. Em São Francisco do Sul, por exemplo, um forte temporal por volta das 22h provocou um acumulado de chuva que em pouco tempo somava 43,4mm, sendo que os ventos chegaram a 57,1km/h em duas rajadas. Itajaí não foi diferente, tendo precipitado na cidade 32,4mm de chuva, com rajada máxima de vento de 49,3km/h. O município de Massaranduba também apresentou precipitação considerável, com 26,6mm as onze horas da noite. No oeste, apesar das nuvens com topos frios de até -80ºC, não choveu mais que 5mm.

O motivo dessas instabilidades, foi o aumento da divergência de ventos em altitude (área circulada na figura abaixo, onde os ventos se desencontram), a qual estimula a ascenção do ar dos baixos níveis troposféricos.
Com a ascenção de ar, a pressão decai e ventos oriundos da floresta amazônica advectam calor e umidade para Santa Catarina, o que é visto na próxima figura.
Os índices de instabilidade (figura abaixo) K (contorno) e Totals (colorido) estavam mais altos pela manhã na divisa com o RS e principalmente no planalto sul e litoral sul (cores vermelhas). Isso denuncia que a troposfera estava bastante quente e úmida, e que essa umidade ia além dos níveis mais baixos, ou seja, ultrapassava os 3000 metros. Além disso, havia significativo ar frio na média troposfera, o que auxilia na condensação. Por isso choveu bastante.
Entre ontem e este domingo, a divergência de ventos em altitude, o ingresso de umidade amazônica e também a intensificação do Jato Subtropical (ventos fortes em altitudes superiores), acabaram gerando uma frente fria no leste do RS, associada a um ciclone extratropical. Esse sistema frontal acabou sendo desviado para o oceano antes mesmo de atingir SC. Por isso, hoje, domingo, as instabilidades continuaram, ainda pelo mesmo motivo.

Na figura abaixo, vemos novamente os índices k (contorno) e Totals (colorido) plotados. Perceba que neste domingo os valores mais significativos não se encontravam mais no sul do estado, mas sim no oeste, parte do meio-oeste e do planalto norte. Geralmente onde mais choveu, justamente por causa da extensão vertical da umidade e do significativo ar frio na média troposfera. 
Na imagem de satélite das 12h, é possível observar intensos núcleos com nuvens convectivas de alto desenvolvimento vertical, as chamadas Cumulonimbus.

O maior valor de chuva deste domingo aconteceu em Concórdia no oeste, com 74,2mm, concentrados sobretudo entre final da manhã e início da tarde. Em seguida bem Campos Novos no meio-oeste, onde choveu 65,8mm, também concentrados no mesmo período. Em Celso Ramos, além da chuva de 50,2mm, a rajada de vento atingiu altos 145km/h por volta do meio-dia. Não houve registro de estragos ou feridos até o momento.

No planalto norte, a chuva veio forte e em forma de poucas pancadas, diferentemente da chuva mais distribuída observada no oeste e meio-oeste. Em Porto União, por exemplo, em apenas uma hora choveu 47,8mm, segundo dados da estação automática do CIRAM. A chuva foi tão mal distribuída, que ali próximo, na cidade de Irineópolis não houve sequer um mílimetro de precipitação.

Veja na próxima figura, a diferença entre as temperaturas sobre SC e as registradas na Argentina. Perceba que o ar frio no território argentino é significativo, sendo que na região de Buenos Aires os valores estavam entre 12 e 15ºC as 9 horas da manhã, horário da figura.
Essa massa de ar frio não consegue adentrar sobre todo o território sul do Brasil em virtude daquele anticiclone (sistema com pressões maiores que a vizinhança e ventos no sentido anti-horário) na média troposfera, o qual é visto a seguir (letra A).
Para a segunda-feira, o CIRAM prevê um dia com tempo instável e chuvas no decorrer de todo dia, podendo ser associadas a fortes temporais. No fim do dia, o afastamento do anticiclone da média troposfera para MG, acaba proporcionando a entrada de uma frente fria. Na retaguarda desse sistema chega a massa de ar frio, que segundo o CIRAM, pode provocar mínimas de 7ºC na quarta-feira na Serra.

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, MASTER

sexta-feira, 25 de março de 2011

FRENTE FRIA SE AFASTA MAS CAVADO MANTÊM INSTABILIDADE

Nublado com chuva em Laguna - SC
A instabilidade que começou ontem pelo estado em virtude da convergência de umidade da floresta amazônica para o estado por conta da presença de uma frente semi-estacionária no RS, provocou um dia com pancadas fortes de chuva no território catarinense. Antes de nos ater ao dia de hoje, gostaria de mencionar o alto acumulado de chuva ontem a noite no litoral norte catarinense, que aconteceu um pouco depois da postagem do blog, e que perdurou pela primeira hora desta sexta-feira. Em São Francisco do Sul, chegou a chover 63,2mm em menos de duas horas de duração.

Nesta sexta-feira, a frente fria passou pelo litoral gaúcho e desviou para o oceano. No entanto, o sistema deixou uma área alongada de baixa pressão (cavado) nos níveis baixos da troposfera entre SC e o estado gaúcho. Isso aconteceu por dois motivos. Um é a presença do Jato Subtropical na divisa de nosso estado com o RS, que induz a elevação do ar e a queda de pressão atmosférica abaixo dele. Esse jato é visto na figura abaixo pelas partes coloridas, onde o vento alcança até 170km/h no sudeste gaúcho.
O segundo fator é o afastamento de um Anticiclone (área com circulação de ventos no sentido anti-horário) na média troposfera para o PR e leste do Paraguai (letra A na figura abaixo), o que contribui para o avanço de um cavado que se encontrava as 9 horas de hoje no nordeste argentino.
Com a queda de pressão atmosférica, aumenta ainda mais a convergência de umidade e calor através dos Jatos de Baixos Níveis (ventos fortes de noroeste vindos da floresta amazônica). O oeste do estado, cuja região enfrentava 10 dias seguidos sem chuva, registrou chuvas localmente fortes na manhã de hoje, justamente devido ao afastamento daquele anticiclone de médio nível Por volta das 07 horas, uma intensa célula convectiva se localizava na divisa da região com o sul/sudoeste do PR, como é visto na imagem de satélite abaixo.

Em Novo Horizonte, o acumulado de precipitação foi de 39,2mm durante o temporal. Um pouco depois, as 10 horas, quem tinha chuva era Chapecó, porém com apenas 2,8mm. Já o meio-oeste teve pancadas de chuva no meio da tarde, com registro de 7,0mm em Abdon Batista. No sul do estado, o dia foi mais nublado e com chuva ocasional, somando 23,8mm em Jacinto Machado. Ainda no sul, Nova Veneza teve 18mm. Choveu também, de forma mais fraca, no Vale e Planalto Serrano, com até 6,4mm em Indaial.

Na imagem de satélite das 15h:45min, podemos notar nuvens com maior desenvolvimento vertical no oeste, parte do meio-oeste, planalto sul e litoral sul catarinense.


No sul do estado, a cobertura de nuvens fez a região ter as menores temperaturas máximas desta sexta-feira. Para se ter uma idéia, as máximas foram mais altas em São Joaquim onde fez 23,6ºC, do que em Jacinto Machado que obteu 21ºC. Contudo a menor máxima da região foi em Timbé do Sul com 19,2ºC. No Vale do Itajai, as temperaturas ficaram também mais amenas, com registro de 23,1ºC no município de Lontras. Por outro lado, nas outras áreas do estado fez calor, sendo que no oeste, a estação do CIRAM acusou 33,4ºC em Caibi e 27,4ºC em Itajaí.

O sábado deve seguir semelhante ao dia de hoje, ou seja, variação de nuvens, calor e pancadas de chuva com possíveis trovoadas e até granizo isolado. Pode fazer até 31ºC no oeste, sendo que nas outras áreas varia entre 26 e 28ºC.

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL

quinta-feira, 24 de março de 2011

TEMPERATURA BEIRA OS 35ºC NO SUL E CHUVA FORTE ATINGE O CENTRO-LESTE CATARINENSE

O aquecimento pré frontal gerado pela aproximação de uma frente fria, causou uma noite e dia quentes em Santa Catarina nesta quinta-feira, sobretudo no leste. Já pela manhã, as temperaturas estavam perto dos 27ºC, como mostra a figura com análise de temperaturas as 9 horas de hoje.
Diferentemente de ontem , o sol apareceu bem hoje no estado. No litoral, havia um pouco mais de nuvens, mas nada que estragasse o belo amanhecer na praia da Ribanceira em Imbituba, como é visto na foto a seguir, retirada do site Terra Waves.

Imbituba - SC
Se as temperaturas já estavam elevadas pela manhã, no período da tarde elas ultrapassaram os trinta graus facilmente, chegando até a beirar os trinta e cinco graus! Em Criciúma, por exemplo, a temperatura máxima foi de 34,8ºC, sendo a mais alta de março até o momento. Ali próximo, em Urussanga, o valor máximo alcançou 34,4ºC. No restante do estado, as mais altas foram de 33,5ºC em Meleiro, 33,4ºC em Turvo, 33,0ºC em Jacinto Machado, 32,3ºC em Indaial e 31,9ºC em Massaranduba.

No decorrer da tarde, a frente fria foi deslocando-se gradativamente pelo litoral gaúcho, com uma parte semi-estacionária no continente. Porém, esse sistema causava convergência de ventos quentes e úmidos da floresta amazônica para Santa Catarina, o que favoreceram instabilidades pré frontais, inclusive fortes, mesmo sem a chegada do sistema frontal em si. A imagem de satélite das cinco horas da tarde, nos mostra nuvens com alto desenvolvimento vertical concentradas desde o meio-oeste até o sul do estado, além de uma pequena parte do extremo oeste.
Nesse horário, alguns municípios do meio-oeste catarinense registravam chuva isolada e localmente forte. Em Curitibanos, por exemplo, uma só pancada já havia despejado 15mm na estação do CIRAM, sendo 20,6mm durante todo o evento. No sul do estado, choveu ainda mais forte. No município de Jacinto Machado, por exemplo, durante as poucas horas de precipitação, o valor acumulado chegou a altos 75,2mm, sendo mais de 40mm só na primeira pancada de chuva. Nas outras áreas da região também choveu consideravelmente, com valores entre 20 e 30mm.
Durante esta noite, as nuvens de alto desenvolvimento vertical se deslocaram para o Vale do Itajaí, Grande Florianópolis e parte do Litoral Norte (satélite acima). A primeira região citada, foi a mais atingida em termos de quantidade de chuva. Para se ter uma idéia, em Apiúna choveu 75,6mm. Em Lontras não foi muito diferente, tendo 62,8mm precipitados em menos de 2 horas de duração. Na Grande Florianópolis e Litoral Norte os valores foram bem mais baixos, com máximo de 10,2mm em Massaranduba.

Agora acompanhe na tabela a seguir, os valores mais altos de chuva acumulada nesta quinta-feira em Santa Catarina, nas estações do CIRAM (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina) e INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), além de algumas particulares.

Cidade (ESTAÇÃO Chuva (mm) em 24 horas
Apiúna (CIRAM)75,6
Jacinto Machado (CIRAM)75,2
Lontras (CIRAM)62,8
Aurora (CIRAM)52,6
Ituporanga (CIRAM)44,0
Turvo (CIRAM)35,8
Indaial (CIRAM)22,2
Urussanga (CIRAM)20,8
Curitibanos (CIRAM)20,6
Campo Belo do Sul (CIRAM)19,8

No oeste catarinense, apesar daquela célula convectiva formada durante a tarde de hoje, não houve registro de chuva nas estações meteorológicas da região. Entrando mais a fundo nesse assunto, a região oeste e parte do meio-oeste já tem 10 dias seguidos sem chuva até a tarde desta quinta-feira, segundo o mapa abaixo (cor verde), disponível no site do CPTEC/INPE.

Para a sexta-feira, o CIRAM prevê uma dia semelhante a hoje, ou seja, variação de nuvens, muito calor e pancadas de chuva com trovoadas. No domingo, uma frontogênese acontece no Uruguai e assim uma frente fria avança finalmente para Santa Catarina.

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, TERRA WAVES

quarta-feira, 23 de março de 2011

ÁREA DE BAIXA PRESSÃO MANTÊM TEMPO INSTÁVEL NO NORDESTE CATARINENSE

Chuva em São Francisco do Sul
A área de baixa pressão formada em superfície sobre o nordeste de Santa Catarina devido a influência do cavado de altitude, hoje este concentrada na mesma região. Na imagem de satélite abaixo, vemos que durante a manhã de hoje a nebulosidade predominava no nordeste catarinense, principalmente no litoral. A área de baixa pressão que atua sobre o estado é representada pelos traços pretos, pois o sistema é também de caráter alongado, pois os ventos não fecham uma circulação em torno de um centro.


Com a presença de pressões baixas, além dos ventos marítimos, tivemos também o retorno dos ventos úmidos provenientes da floresta amazônica, numa altitude de 1500 metros. Essa corrente de ventos é vista na figura abaixo.
Entre o final da tarde e noite de hoje, o planalto norte do estado apresentou pancadas consideráveis de chuva, acumulando 20,4mm em Major Vieira, 18,4mm em Três Barras, 17,0mm em Mafra, 14,6mm em Papanduva e 9,2mm em Canoinhas. Nas outras áreas de SC, a chuva se concentrou na manhã e em algumas cidades também choveu no fim da tarde. Os maiores acumulados nessas áreas foi de 7,8mm em Massaranduba, 5,0mm em Joinville e 3,0mm em Itapoá.

A capital catarinense, que hoje comemora 285 anos de história, teve um dia com chuva de apenas 0,3mm no final da madrugada e variação de nuvens com algumas aparições do sol no decorrer do dia. A temperatura máxima alcançou modestos 27,6ºC, com sensação de abafamento em virtude da alta umidade do ar.

No oeste e sul do estado, não podemos dizer que as temperaturas foram modestas. Não mesmo! O ingresso de calor levou as máximas acima dos trinta graus, chegando a alcançar hoje 33,6ºC em Criciúma. Na tabela abaixo, veja os maiores valores máximos de temperatura registrados hoje no estado.

Cidade (ESTAÇÃO Temperatura máxima (ºC)
Criciúma (CIRAM)33,6
Urussanga (INMET)33,0
Caibi (CIRAM)32,3
Turvo (CIRAM)32,2
Chapecó (CIRAM)31,2
Abdon Batista (CIRAM)29,1

O motivo de não ter chovido no oeste, meio oeste, planalto sul e sul do estado,  mesmo com ingresso de umidade, é o fato de essas áreas estarem no centro do cavado em altitude, ou seja, bem na parte onde o ar desce e não permite a formação de grandes nuvens. Com o secamento do ar, a umidade caiu hoje para 45% em Urussanga. Nas partes altas daa serra catarinense, o ar seco favoreceu nova queda de temperatura devido a perda radiativa noturna. Fez 10,5ºC no Morro da Igreja e 13,8ºC em Urupema.

Devido a presença de uma frente fria no litoral do Uruguai, a tendência é que as temperaturas continuem altas em Santa Catarina, com o ingresso de calor e umidade da floresta amazônica, caracterizando o chamado calor pré frontal. Na figura abaixo, note que a massa de ar mais frio na retaguarda da frente fria, já alcançava o centro e litoral norte da Argentina. Contudo, a parte mais forte dele está no sul do continente sul-americano, onde fazia entre 0 e 3ºC as 9 horas da manhã de hoje.
Para a quinta-feira, a previsão é que a frente fria se desloque lentamente pelo litoral sul do RS, com uma parte estacionária no continente. Apesar de o sistema não alcançar o território catarinense, o afastamento do cavado de altitude e o constante ingresso de umidade e calor da floresta amazônica podem favorecer pancadas de chuva em todo o estado. 

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, TERRA WAVES.

23 DE MARÇO - DIA METEOROLÓGICO MUNDIAL


Nesta quarta-feira, 23 de março, é comemorado o Dia Meteorológico Mundial. A data é comemorada desde 1961, tendo cada ano um tema envolvido. Em 2010, por exemplo, foi “60 anos ao serviço da segurança e do bem-estar”Já neste ano, o tema proposto é "O Clima e Você". Para comemorar esse dia tão precioso para quem é profissional da área e também para quem ama essa ciência tão maravilhosa, o blog Paulo Tempo fez um resumo da história da meteorologia, que segue abaixo.

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A meteorologia (do grego meteoros, que significa elevado no ar, e logos, que significa estudo) é a ciência que estuda a atmosfera terrestre, sobretudo a troposfera onde ocorre os fenômenos meteorológicos, tais como chuva, neve, granizo, raios, etc. Apesar da história da ciência atmosférica ter começado há cerca de três séculos antes de Cristo, quando pessoas faziam previsões amadoras do tempo com base na lua, sol e planetas, tudo realmente iniciou cientificamente a partir de Aristóteles, considerado o pai da meteorologia.

Aristóteles
Na Grécia Antiga, o filósofo Aristóteles, com base em suas pesquisas e esboços, publicou o livro chamado "Meteorológica", onde falava sobre o que conhecemos hoje como ciclo da água, além da divisão da terra em cinco zonas climáticas (tórrida, duas zonas frígidas e 2 temperadas).

  • No século IX, as primeiras idéias de agrometeorologia começavam a se desenhar através dos conceitos do naturalista Al-Dinaware. 
  • No ano de 1021, o árabe Alhazen, através de seus estudos sobre a refração atmosférica da luz, conseguiu por meio de geometria estimar a altura final da atmosfera, que em seu livro publicado era de 79km, o que comparado ao valor atualmente comprovado, chega a ser razoável. 
  • Em 1121, o cientista muçulmano Al-Khazini, dava luzes ao assunto "equilíbrio hidrostático", que é um balanço entre o campo gravitacional e o gradiente de pressão.
  • No século XIII, o germano Alberto Magno descobriu que as gotas de chuva eram pequenas esferas que estas eram refletidas pelo sol, formando o arco-íris.
  • Em 1441, o príncipe coreano Munjong inventou o primeiro pluviômetro padronizado.
  • Em 1451, o italiano Leone Battista Alberti, inventou o anemômetro (para medir o vento) de placa oscilante.
  • Em 1494, Cristóvão Colombo faz o primeiro relato da história, sobre um ciclone tropical em sua navegação.
Galileu Galilei

    • Em 1592, Galileu Galilei construiu um termoscópio, que associava a elevação de uma coluna de óleo com o aumento da temperatura. Depois construiu o primeiro termômetro.
    • Em 1611, Johannes Kepler faz o primero estudo científico sobre cristais de neve.
    • Em 1643, o italiano Evangelista Toricelli, inventou o barômetro de mercúrio.
    • Em 1648, o francês Blaise Pascal conclui que a pressão diminui com a altura e que há um vácuo acima da atmosfera.
    • Ferdinando II di Medice, fez a primeira rede de observações em estações meteorológicas convencionais, localizadas em Florença, Cutigliano, Vallombrossa, Polonha, Parma, Milão, Innsbruck, Osnabruck, Paris e Varsóvia.
    • Em 1662, o inglês Christopher Wren inventou o pluviômetro basculante.
    • Em 1686, o inglês Edmund Halley faz um estudo sobre vento Alísios e Monções, além de descobrir que o mecanismo das massas de ar depende do aquecimento solar.
    • Em 1714, o alemão Gabriel Fahrenheit, cria uma escala com seu sobrenome, para medir a temperatura num termômetro de mercúrio. 
    • Em 1735, o inglês George Hadley elabora uma pesquisa científica para explicar a circulação atmosférica mediante os ventos alísios.
    • Em 1742, o astrônomo sueco Anders Celsius, estabelece a escala centigrada de temperatura, que seria a antecessora da escala celsius.
    • Em 1783, o suiço Horace Benedict constroe o primeiro higrômetro de fio de cabelo..
    • Em 1802, publica em seu livro "Modificação das Nuvens", nomes das nuvens em latim.
    • Em 1806, o inglês Francis Beaufort propoe e escala de velocidade dos ventos denominada "Beaufort".
    • Em 1856, o norte-americano Wilian Ferrel propôs uma célula de circulação do ar em latitudes médias, e que os ventos eram defletidos e formavam os ventos de oeste, o que foi mais entendido no fim do século XIX.
    • No fim do século XIX, os primeiros Atlas de Nuvens foram elaborados.
    • Tor Bergeron descobriu pela primeira vez o mecanismo de formação da chuva.
    • Em 1912, Vilhelm Bjerkines elabora o primeiro modelo de ciclones, desde sua geração até a dissipação.
    • Carl Gustaf Rossby é o primeiro a explicar o escoamento atmosférico em grande escala através da dinâmica dos fluidos.
     O Telégrafo e as observações meteorológicas

    Robert Fitzroy.
    A partir de 1837, a chegada do telégrafo proporciona uma coleta ampla de dados meteorológicos para formações das chamadas cartas sinóticas, onde são descritos os valores de pressão e os sistemas meteorológicos atuantes. O primeiro serviço nacional de meteorologia foi no Reino Unido, elaborado Robert Fitzroy. Começaram ai a fazer observações meteorológicas no mar.

    A previsão do tempo

    Em 1860 começaram a ser divulgadas as primeiras previsões do tempo do serviço nacional do Reino Unido, além de avisos de tempestades. Porém, o primeiro a argumentar que a previsão do tempo poderia ser feita com base em problemas de mecânica e física, foi Vilhelm Bjerkines em 1906.

    Lewis Fry Richardson
    Entretanto, foi em 1922 que a previsão numérica do tempo foi elaborada através de várias equações físico-matemáticas construídas por Lewis Fry Richardson enquanto trabalhava como motorista de ambulância na Segunda Guerra Mundial. Em 1950, os gigantescos cálculos numéricos de Lewis para fazer uma previsão do tempo, poderiam ser feitos por computadores, como é feito nos dias atuais, porém claro com muito mais tecnologia. O que se vê de previsão numérica hoje, foi o aperfeiçoamento feito em 1960 por Edward Lorenz, baseado em Lewis.


    As primeiras imagens de satélite mostrando as nuvens

    As  primeiras imagens de satélite mostrando as nuvens foram feitas pelo satélite TIROS-1, o que foi um grande marco para a meteorologia mundial.


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    terça-feira, 22 de março de 2011

    TEMPO INSTÁVEL NO NORDESTE CATARINENSE E MAIS SECO NO RESTANTE DO ESTADO

    A região nordeste de Santa Catarina ficou com a parte úmida do ar frio nesta terça-feira. O sistema de alta pressão pós frontal esteve e está hoje sobre o oceano Atlântico a leste da costa uruguaia, o que favorece o transporte de umidade do oceano para o continente mediante aos seus ventos de leste a nordeste, como é visto na figura abaixo.

    A chuva aconteceu e ficou concentrada na Grande Florianópolis, Vale do Itajaí, Litoral Norte e Planalto Norte. O valor mais alto ocorreu no bairro Quiriri em Joinville, onde choveu 17mm nas últimas 24 horas. Essa precipitação foi de caráter tão mal distribuído, que a estação do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) na Praia Comprida em São José registrou 7,2mm, enquanto que numa estação particular no bairro Capoeiras em Florianópolis, que fica perto, o acumulado não passou dos 2,6mm!. Na Lagoa da Conceição sequer choveu. A tabela abaixo, mostra valores acumulados de chuva nesta terça-feira em alguns municípios de Santa Catarina, nas estações do CIRAM (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina) e INMET.

    Cidade (ESTAÇÃO Chuva 24 horas (mm)
    Joinville (CIRAM)17,0
    Itapoá (CIRAM)9,4
    São José (INMET)7,2
    Massaranduba (CIRAM)6,6
    Indaial (CIRAM)5,4
    Florianópolis (CIRAM)4,3
    Aurora (CIRAM)4,0
    Ituporanga (INMET)3,4
    Major Vieira (CIRAM)1,8

    Perceba que nenhuma cidade do litoral sul obteve registro de chuva, mesmo estando na costa. Isso acontece por que temos um indutor de instabilidade, que na verdade é um cavado (área alongada de baixa pressão atmosférica) nos altos níveis da troposfera (10km de altitude), visto na figura abaixo pelos traços pretos.

    Esse sistema causa descida e secamento do ar em seu interior (onde estão os traços pretos representativos), mas induz o levantamento do ar em sua borda, que era justamente o nordeste catarinense. Sendo assim, a pressão decaiu nessa área do estado, fazendo a circulação marítima se direcionar especificamente para lá. Note que até no Planalto Norte choveu, mostrando que a camada úmida avançou além de 1000 metros. Na figura abaixo, perceba que na análise meteorológica rodada pelo modelo numérico ETA20 as 9h, a umidade relativa em Joinville estava acima de 70% desde os baixos níveis até próximo do nível de 650 hPa (aproximadamente 3500 metros de altitude).
    Como o centro do cavado (parte seca) estava sobre boa parte do estado, o ar seco e a atuação ainda do ar frio remanescente provocaram mais uma noite fria, sobretudo no interior do Litoral Sul e áreas altas do Planalto Serrano. A temperatura mínima do estado foi no Morro da Igreja com 9,7ºC. Em Timbé do Sul a mínima ficou 14,4ºC, o que é um valor baixo para março e também para a região onde tal município se encontra.

    Durante a tarde de hoje, as áreas sem muitas nuvens tiveram acelerado acréscimo de temperatura, chegando a fazer calor de 32,5ºC em Caibi. No sul do estado, se a manhã foi fria, não se pode dizer o mesmo da tarde. A amplitude térmica reinou e fez com, por exemplo, Criciúma, tivesse mínima de 15,8ºC contra uma máxima de  30,2ºC. 

    Para a quarta-feira, aniversário de Florianópolis e dia meteorológico mundial, o CIRAM prevê um dia com muita variação de nuvens e chance de chuva isolada a qualquer momento no leste do estado. No interior há chance de pancadas de chuva com trovoadas apenas no final do dia, de forma muito isolada. As temperaturas já não sobem tanto, ficando na marca dos 27ºC. Na serra as mínimas sobem mas ainda ficam amenas, com valores em torno dos 12ºC.

    DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL.