A partir de hoje, todos os sábados o blog Paulo Tempo terá uma postagem especial com temas ligados à meteorologia, além da já postagem normal. Na postagem especial de hoje irei comentar sobre um assunto bem interessante: A diversidade de fenômenos meteorológicos em SC. Você está convidado a ler e entender melhor os termos que serão empregados abaixo. Santa Catarina é um estado de clima Subtropical, ou seja, chuvas bem distribuídas durante o ano e temperaturas que variam bastante do inverno para o verão. Na nossa climatologia consta que temos uma diversidade de fenômenos meteorológicos para um estado só. Já enfrentamos enchentes, secas extremas, neve, geada, frio intenso, ciclones extratropicais, granizo, tornados e trombas d’água. Mas o que não estava no nosso clima era um furacão, como o Catarina em 2004. No fim de março de 2004, previsões indicavam a chegada de um furacão em SC, o primeiro já registrado no oceano atlântico sul. Os meteorologistas o batizaram como Catarina. O fenômeno provocou ventos de até 180Km/h no sul do Estado, causando muita destruição e morte nessa região.Veja abaixo uma imagem de satélite mostrando o furacão Catarina.
O furacão é um tipo de ciclone tropical. É um sistema de baixa pressão intenso e com núcleo quente tanto em superfície quanto nos altos níveis da troposfera. São formados nas áreas tropicais, com água quente (26.5ºC) e ventos convergentes em superfície. A sua rotação é comandada pela força da rotação da terra, chamado efeito Coriolis. Os furacões se dissipam quando passam por águas frias ou pelo continente, pois começa a faltar umidade e calor disponível. O Catarina originou-se de uma baixa pressão que se desprendeu de uma frente fria que havia passado pela região sul. Como a água do mar estava com temperaturas favoráveis, os ventos convergentes criaram rotação e originaram o furacão.
Outro fenômeno na climatologia catarinense são os ciclones extratropicais. O ultimo que tivemos provocou ventos fortes e muita chuva em SC, principalmente no sul. Esses ciclones são muito comuns, sendo registrados com freqüência no outono e inverno. Diferente dos furacões, eles possuem núcleo frio e sua formação ocorre associado a uma frente fria.. O s ventos da massa de ar frio e da massa de ar quente convergem a tal ponto de criar uma rotação ao redor de uma baixa pressão, graças ao efeito Coriolis. Veja abaixo a imagem de satélite mostrando um ciclone extratropical ocorrido em junho de 2007.
Todos os invernos os apaixonados por frio esperam pela geada e a neve. Não é de se estranhar, pois esses dois fenômenos são quase que comuns nessa época do ano, principalmente as geadas. Um dos mais fortes eventos de neve aconteceu em 1955 quando houve nevascas que interromperam o tráfego de veículos na serra catarinense. Em Joaçaba chegou a nevar por um dia inteiro.
As geadas se formam quando o orvalho congela. Para isso a noite tem de ter céu limpo e as temperaturas têm que estar em 0ºC ou abaixo disso. Para que aconteça a neve, é preciso de umidade alta, céu nublado, temperaturas negativas e o ponto de congelamento do ar em níveis mais baixos da troposfera. Veja abaixo imagens de neve e geada em SC.
Todos os verões vemos fenômenos assustadores com poder grande. São os tornados. Ao contrário do que muitos dizem, eles são comuns na climatologia catarinense. So que agora com a tecnologia das câmeras digitais, estão sendo mais registrados. Dentre os diversos episódios do fenômeno, temos o de Criciúma em 2005, Florianópolis em 2006, Campos Novos em 2007 e Tubarão em 2008, Tornado é um redemoinho de vento, formado dentro de uma nuvem de tempestade. Apesar de pequenos, podem provocar muitos estragos. A sua característica é marcada pela distorção apenas dos objetos por onde o redemoinho passa, sendo que ao redor tudo fica normal. Também temos as trombas d’água que nada mais são do que tornados formados sobre o mar.Veja abaixo algumas imagens de tromba d’água e tornado.
Infelizmente alguns fenômenos trazem tristeza a população por suas perdas. É o caso das enchentes severas, como a acontecida de 1974 em Tubarão. Este ano também tivemos enchente na grande Florianópolis no fim do mês de janeiro. Inclusive há imagem dela abaixo.
Assim como há a enchente, têm-se também as secas severas, como a de julho de 2006 que deixou 195 cidades em situação de emergência no Estado.
Agora o comentário será sobre as temperaturas que como foi mencionado anteriormente, sofrem grande variação do inverno para o verão. A temperatura mais baixa já registrada em SC foi de -14ºC em Caçador, no dia 30 de junho de 1952. Já a temperatura mais alta foi de 44.6ºC em Orleans, no dia 6 de janeiro de 1963. A temperatura mais baixa já registrada em Florianópolis foi de 0ºC, no ano 2000.
Bem, com essa postagem pode se concluir que SC apresenta uma diversidade grande de fenômenos meteorológicos. Mas também cabe ressaltar que todos eles estão dentro de nossa climatologia, exceto o Furacão. Talvez até essa exceção seja equivocada, pois quem sabe há vários anos atrás não teríamos tido outros furacões que não foram registrados. Vale a pena refletir sobre isso.
FONTE DOS DADOS:
-> EPAGRI-CIRAM
-> AGÊNCIA BRASIL
-> ABAIXO DE ZERO
-> WIKIPEDIA.