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domingo, 5 de setembro de 2010

MASSA DE AR FRIO PROVOCA TEMPO ESTÁVEL E AMENO EM SANTA CATARINA

Finalmente podemos destacar aqui no blog o frio característico de nossa estação, ou seja, o inverno. No entanto é sabido que são comuns períodos de temperaturas mais elevadas durante o inverno, os chamados veranicos, sobretudo em anos de La Niña (resfriamento das águas superficiais do oceano Pacífico equatorial  e a oeste da costa Sul-americana.) Por falar em La Niña, veja abaixo como anda o comportamento da região onde ocorre o fenômeno nesta última semana, mediante o mapa de anomalias de temperatura superfícial do mar.


Note pela escala, que sobre a faixa equatorial as águas do oceano Pacífico estão com temperaturas até 3,5ºC abaixo do normal. As águas mais frias se estendem pela costa do Chile, Peru e Equador (áreas em azul). Esse resfriamento acontece quando os ventos do sistema de alta pressão subtropical do oceano Pacífico apresenta ventos mais intensos que o normal, empurrando as águas quentes da costa sul-americana para oeste e fazendo as águas frias localizadas lá nas profundezas do oceano virem para a superfície (ressurgência). As águas quentes que foram empurradas vão parar lá na costa australiana, como é representado na imagem pelas áreas entre laranja e vermelho.

O La niña está sendo responsável por esse período tão seco que estamos presenciando e que deve perdurar por boa parte da primavera e verão. Isso porque as frentes frias começam a vir acompanhadas de ciclones extratropicais mais intensos, que fazem essas frentes atravessarem muito rápido pelo estado, desviando para o mar na maior parte das ocasiões. Como aconteceu ontem, quando a frente fria causou um acumulado inferior a 5 milímetros na maior parte do Estado catarinense, sendo que a noite o sistema já se encontrava entre o litoral do PR e oceano Atlântico.

O fenômeno tanto provoca veranicos, como traz grandes e pequenos eventos de frio, como o atual. Após quase um mês de tempo quente e com fumaça no ar, o domingo nos trouxe de volta o ar frio, mesmo com pouca intensidade. O dia conseqüentemente foi de frio, tendo temperaturas mínimas em torno de 2ºC na região serrana. Acompanhe na tabela a seguir os valores de temperatura mínima hoje no restante do Estado.

CidadeTemp. Mín (ºC)
Morro da Igreja (INMET)2,3
São Joaquim (INMET)3,9
Major Vieira (INMET)3,8
Anitápolis (CIRAM)5,4
Campos Novos (INMET)5,6
Novo Horizonte (CIRAM)6,0
Celso Ramos (CIRAM)6,4
Dionísio Cerqueira (INMET)6,5
Curitibanos (INMET)7,5
Urussanga (INMET)8,5
Itajaí (INMET)11,5
São José (INMET)11,8
Florianópolis (PAULO TEMPO)12,2

Porém observe que nas cidades do oeste e meio-oeste não fez tanto frio como esperado. O motivo está na nebulosidade, provocada pela circulação de umidade do ciclone extratropical em alto mar. São ventos de sudeste que chegam ao planalto norte gáucho e planalto catarinense. Veja na imagem do satélite Terra com o sensor MODIS hoje as 9 horas da manhã.


Já em parte da serra e leste do Estado a imagem mostra céu limpo devido aos ventos predominantes de sul e sudoeste. Assim estava o céu de Florianópolis hoje:


Durante a tarde o sol conseguiu aparecer nas áreas onde estava nublado pela manhã. Isso por causa do deslocamento do ciclone extratropical ainda mais para o alto mar. As temperaturas máximas ficaram bem amenas, registrando 20,7ºC em Urussanga, 19,4ºC em Major Vieira, 17,3ºC em Joaçaba e 15,5ºC em Chapecó.

Também em virtude desse ciclone, os ventos ainda continuaram intensos durante este domingo, o que dificultou a formação de geada, mesmo onde o céu estava limpo. As rajadas hoje alcançaram os 70,5km/h em Laguna no litoral sul. No Morro da Igreja, se esses ventos não foram bons para geada, serviram para levar a sensação térmica a -15ºC. O vento lá no pico do sul do Brasil chegou a 68,7km/h. 

A tendência é que a segunda-feira seja de sol em todo o Estado. As temperaturas ficam baixas pela manhã com até 3ºC na serra. Pela tarde se elevam chegando aos 24ºC. Entre amanhã e terça-feira a propagação de uma área de baixa pressão pelo Paraná pode provocar chuva e trovoadas no centro-norte catarinense.

DADOS: INMET, EPAGRI-CIRAM, CPTEC/INPE, MODIS.

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