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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

TEMPORAIS FICAM MAIS ISOLADOS EM SANTA CATARINA

O estado catarinense experimentou um dia com maior presença do sol, tanto ontem como hoje. No entanto, sempre aquele aumento de nuvens no decorrer do dia, devido a convecção onde o ar quente e úmido se eleva. Essa umidade e também advecção de calor provinha da Amazônia, através de correntes de vento numa altitude de 1500 metros de altitude. Tais correntes de vento chegam até aqui ocasionadas pela presença de uma área alongada de baixa pressão (cavado) entre o sul de SC e norte do RS (traços pretos na figura abaixo). 
Numa altitude de 5km, um Vórtice Ciclônico (sistema de baixa pressão) na altura costa gaúcha, induzia o levantamento do ar quente e a formação de nuvens de desenvolvimento vertical sobre Santa Catarina, que está na borda desse sistema. Na figura abaixo é possível identificar esse sistema na análise de ventos na média troposfera, representado pela sigla VC.

Mediante a animação de imagens de satélite abaixo, entre as 13h e 19h, podemos notar a evolução das células convectivas sobre o território catarinense ao longo da tarde.


Em Lages, a foto abaixo tirada pelo colaborador Thiago Paes, mostra o temporal se aproximando do bairro Boqueirão. Segundo dados da estação do CIRAM (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina), choveu apenas 3,6mm. 

Lages
Como vemos na animação de imagens de satélite mostrada anteriormente, o oeste e meio-oeste catarinense teve nuvens com alto desenvolvimento vertical, com topos frios de até -70ºC. Em Dionísio Cerqueira, por exemplo, as 4 horas da tarde um intenso temporal caiu e despejou 22mm na estação automática do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), sendo que o vento atingiu velocidade de 56km/h durante duas rajadas. Um pouco mais cedo, por volta das 14h, quem teve temporal foi Rio Das Antas no meio-oeste, onde choveu 36mm em menos de uma hora de duração. Ali do lado, em Caçador, a chuva se mostrou com valores bem divergentes. Enquanto no oeste da cidade choveu 22,4mm, na parte leste apenas 0,2mm.

No sul do estado, o município de Turvo, que teve muitos prejuízos com a enxurrada, teve chuva hoje por volta do meio-dia, acumulando 9,4mm, porém com valores também bem divergentes dentro do município. Em Morro Grande, o temporal chegou as 18h, com chuva forte e acumulado de 17,4mm. Lembrando que só nos últimos 8 dias já choveu 273,5mm por lá.

Na Grande Florianópolis, chegou a chover fraco, com 1,8mm em Santo Amaro da Imperatriz e 1,2mm em Anitápolis. Na capital, era possível ver a nuvem Cumulonimbus Capilatus avançando de sudoeste na praia do Campeche (foto abaixo). Apesar disso, não provocou mais que 0,3mm no bairro Itacorubi.

Florianópolis
O planalto norte catarinense registrou chuvas associadas a tempestades agora no fim da noite desta segunda-feira. Em Canoinhas, precipitou 25mm no pluviômetro na estação do CIRAM as 23h. Em Major Vieira choveu apenas 2mm, mas o vento chegou a 43km/h na hora da chuva.

Voltando a falar dos estragos causados pela intensa chuva dos últimos dias, segundo a defesa civil, subiu para 61 o número de cidades que foram afetadas, sendo que 43 decretaram situação de emergência. São elas: Alfredo Wagner, Águas Mornas, Armazem, Araquari, Balneário Arroio do Silva, Balneário Barra do Sul, Barra Velha, Bombinhas, Cocal do Sul, Corupa, Criciúma, Forquilinha, Grão Pará, Guaramirim, Governador Celso Ramos, Gravatal, Içara, Ilhota, Imaruí, Itapoá, Jaraguá do Sul, Jacinto Machado, Lauro Muller, Maracajá, Massaranduba, Meleiro, Morro da Fumaça, Morro Grande, Nova Veneza, Palhoça, Passo de Torres, Pedras Grandes, Santo Amaro da Imperatriz, São Francisco do Sul, Siderópolis, São José do Cerrito, São João do Sul, Rio do Campo, Taió, Tubarão, Turvo, Timbé do Sul, Urussanga.

Em Mirim Doce, no litoral norte, foi decretado estado de calamidade pública. Hoje geólogos e a defesa civil afirmaram que é alto o risco de desabamento da pista da BR-101 no Morro dos Cavalos, pois a terra está deslizando por baixo do asfalto. No sul do estado, a SC-445 está com risco de novos deslizamentos se não houver obras de contenção. No Costão da Serra, famílias ainda estão isoladas, o que não é diferente em algumas partes do município de Maracajá que ainda estão alagadas (foto abaixo).

Maracajá
A tendência é que o cavado continue atuando, provocando ingresso de umidade da floresta amazônica e assim formação de nuvens convectivas associadas e chuvas de verão. Risco de temporais e chuva localmente forte. As temperaturas sobem bastante ao longo da semana, podendo passar dos 35ºC na quinta e sexta-feira.

DADOS: INMET, EPAGRI-CIRAM, CPTEC/INPE, MARINHA DO BRASIL, ENGEPLUS, DIÁRIO CATARINENSE

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