Florianópolis-SC |
As últimas 24 horas estão sendo de chuva constante e por vezes forte em boa parte do estado de Santa Catarina. As regiões que mais tiveram precipitação acumulada nesta segunda-feira foram o Planalto Sul, Litoral Sul, Alto Vale do Itajaí e Grande Florianópolis. Nessas áreas, que compreendem o sudeste do estado, os valores beiraram e ultrapassara os cem milímetros, de acordo com estações meteorológicas do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), CIRAM (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina) e algumas particulares, consideradas confiáveis pelo blog. Em Urupema, Planalto Sul, já choveu 112,2mm. No Litoral Sul, Jacinto Machado já teve 94,8mm acumulados até agora. Pela Grande Florianópolis, a cidade que mais choveu foi a capital com 62,2mm no bairro Itacorubi.
Acompanhe mais detalhes na tabela abaixo, mostrando apenas onde mais choveu.
Acompanhe mais detalhes na tabela abaixo, mostrando apenas onde mais choveu.
Cidade (ESTAÇÃO | Chuva 24h (mm) | Região |
Urupema (PARTICULAR) | 112,8 | Planalto Sul |
Urubici (INMET) | 98,4 | Planalto Sul |
Jacinto Machado (CIRAM) | 94,8 | Litoral Sul |
São Joaquim (CIRAM) | 89,6 | Planalto Sul |
Timbé do Sul (CIRAM) | 75,2 | Litoral Sul |
Turvo (CIRAM) | 72,2 | Litoral Sul |
Meleiro (CIRAM) | 64,2 | Litoral Sul |
Florianópolis (CIRAM) | 62,2 | Grande Fpólis |
São José (INMET) | 61,6 | Grande Fpólis |
Araranguá (INMET) | 58,4 | Litoral Sul |
Urussanga (INMET) | 57,8 | Litoral Sul |
Criciúma (CIRAM) | 52,0 | Litoral Sul |
Ituporanga (INMET) | 49,8 | Alto Vale do Itajaí |
Laguna (INMET) | 42,8 | Litoral Sul |
Santo Amaro da Imperatriz (PARTICULAR) | 40,1 | Grande Fpólis |
A chuva se iniciou em forma de temporais, cujo os quais já deram suas "caras" ontem em pontos isolados do estado, porém com chuvas irregulares e pouco acumulativas nos pluviômetros. Entretanto, ontem a tarde foi registrado granizo em Rio do Sul e Braço do Trombudo, municípios do Vale do Itajaí. Veja mais nos vídeos abaixo.
Rio do Sul:
Braço do Trombudo:
A célula convectiva que gerou essa precipitação de granizo no domingo, pode ser vista na figura abaixo. Vale destacar o caráter bastante isolado, mas mesmo assim a temperatura do topo das nuvens atingia -50ºC, o que indica que ela subiu consideravelmente.
Durante a madrugada e manhã de hoje, tempestades com descargas elétricas atingiam o sul catarinense. Na própria Jacinto Machado, que teve o terceiro maior valor de chuva de hoje no estado, uma forte pancada aconteceu por volta das 01h, quando precipitou 23,8mm em minutos. Ao longo da manhã, outras chuvas pontuais aconteceram em outros municípios, com presença de raios.
Na figura abaixo, vemos a detecção de chuvas feita pelo radar meteorológico localizado no Morro da Igreja em Urubici. Veja que chovia em praticamente todo o sudeste catarinense, sendo que as áreas entre amarelo e laranja são consideradas de chuva moderada a forte, ou seja, com uma intensidade média entre 15 e 40mm por hora.
Como comentado, aconteciam descargas elétricas junto a chuva. Isso pode ser visto na próxima figura. É possível também ver a cobertura de nuvens bem desenvolvidas nesta imagem, mediante o canal infravermelho do satélite GOES-12.
As descargas elétricas perduraram por praticamente a manhã inteira, sendo que em algumas vezes o trovão era forte. Na foto abaixo, disponível no site Terra Waves, vemos como estava o céu da capital as 08h:30. O registro foi na praia Mole, leste da ilha.
A defesa civil seguiu em alerta durante todo o dia e ainda está, sobretudo no monitoramento de rios e escorregamentos terrestres. Quatro municípios já informaram estragos pelas chuvas, sendo eles Lages, Timbé do Sul, Santo Amaro da Imperatriz e Urubici. Entre os danos estão deslizamentos de terra e alagamentos. Em Criciúma, chegou a ter um pouco de granizo.
O que vem provocando essa chuva toda é a presença de um cavado (área alongada de baixa pressão atmosférica) entre a superfície e a camada média da troposfera sobre a divisa do estado com o RS. Esse cavado pode ser visto na figura abaixo, represetado pelos traço pretos entre as linhas de pressão (isóbaras).
A presença da área de menor pressão (cavado), acabou fazendo o ar quente de noroeste invadir o Sul do Brasil e passar por uma troposfera mais fria sobre o litoral e oceano adjacente, gerando instabilidades e contribuindo para a convergência de umidade amazônica e marítima. Na própria figura mostrada acima, vemos o ar quente entrando pelos ventos de noroeste, bem como o ar frio e úmido marítimo entrando de sudeste, sendo que ambos se encontram no sul do estado. Na figura abaixo, temos um corte vertical da troposfera sobre Santa Catarina, de oeste a leste, entre os baixos níveis e uma altitude de 16km. Veja que da longitude 51ºW até 48ºW, o que representa o leste catarinense, a camada úmida se estende até 12km. Isso representa que a convergência de umidade excede a baixa troposfera e explica o porque choveu tanto e constantemente.
Nesta noite, as nuvens com maior desenvolvimento vertical já estão mais concentradas sobre o centro-norte do estado. Já são observadas também bastante descargas elétricas.
DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, RINDAT, DEFESA CIVIL, PORTAL ENGEPLUS, DIÁRIO CATARINENSE.
FOTO: TERRA WAVES
DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, RINDAT, DEFESA CIVIL, PORTAL ENGEPLUS, DIÁRIO CATARINENSE.
FOTO: TERRA WAVES
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