Estamos em outubro, mês de primavera e sempre ligado a dias quentes. Esse pensamento pode ser enganoso no meio popular, pois a primavera possui ainda noites frias, sobretudo na primeira metade da estação. Essa condição de frio tardio é ainda mais acentuada quando temos um início de La Niña (resfriamento anômalo das do oceano Pacífico leste e equatorial), cujo fenômeno voltou a se estabelecer nesse mês, após uma condição de neutralidade registrada durante o inverno.
No gráfico acima, temos os valores de anomalia de temperatura do mar em relação a média climatológica, sobre a região chamada Nino 3.4, que corresponde a área entre as longitudes 165ºW e 120ºW sobre a linha do equador. Veja que na última semana, o valor era negativo com -0,68ºC, indicando a presença fraca do La Niña, pois o parâmetro de classificação é abaixo de -0,5ºC.
O ciclone extratropical que se formou no sudeste gaúcho e está agora no oceano Atlântico, foi quem impulsionou o ingresso de ar mais frio e seco para Santa Catarina. A figura abaixo mostra a posição tanto do ciclone (letra B) quanto do anticiclone pós frontal (letra A).
Na imagem do satélite Terra com o sensor Modis em alta resolução, podemos ver o sistema frontal completo associado ao ciclone extratropical em alto mar (clique aqui para ver imagens dos últimos minutos). Veja que sobre Santa Catarina, o anticiclone impede a formação de nuvens, com exceção de algumas poucas no litoral do estado, que na verdade são nevoeiros ou nuvens stratus.
No Planalto Sul catarinense, tivemos o efeito dos vales e baixadas, onde o ar frio mais denso se deposita durante o período noturno, acentuando o frio nessas áreas. Em São Joaquim, por exemplo, esta sexta-feira amanheceu com temperatura mínima de 2,0ºC numa região mais baixa da cidade, ao passo que num topo a estação do INMET registrou 6,8ºC. A menor temperatura do estado, contudo, foi em Bom Jardim da Serra e Urupema, com 0,7ºC e 0,9ºC, respectivamente.
Como essas temperaturas do parágrafo anterior são registras por padrão a 1,5m de altura, a temperatura na altura do solo, ou seja, mínima da relva, teve valores negativos. Isso favoreceu o congelamento do orvalho e assim formando a geada, como ocorreu em Urupema (foto abaixo). Foi a segunda geada desse mês de Outubro no município, sendo considerada tardia e associada a condição de La Niña.
No Planalto Sul catarinense, tivemos o efeito dos vales e baixadas, onde o ar frio mais denso se deposita durante o período noturno, acentuando o frio nessas áreas. Em São Joaquim, por exemplo, esta sexta-feira amanheceu com temperatura mínima de 2,0ºC numa região mais baixa da cidade, ao passo que num topo a estação do INMET registrou 6,8ºC. A menor temperatura do estado, contudo, foi em Bom Jardim da Serra e Urupema, com 0,7ºC e 0,9ºC, respectivamente.
Como essas temperaturas do parágrafo anterior são registras por padrão a 1,5m de altura, a temperatura na altura do solo, ou seja, mínima da relva, teve valores negativos. Isso favoreceu o congelamento do orvalho e assim formando a geada, como ocorreu em Urupema (foto abaixo). Foi a segunda geada desse mês de Outubro no município, sendo considerada tardia e associada a condição de La Niña.
Geada em Urupema-SC |
Nevoeiro em Orleans-SC |
Após as 09h o nevoeiro havia sido convertido para uma névoa úmida apenas nas montanhas, deixando a cidade mais visível. O colaborador José Luiz Mattei novamente clicou e nos mandou a foto (abaixo). O calor latente liberado na condensação do vapor d'água na formação do nevoeiro, aqueceu o ar e deixou o dia bastante quente.
Após nevoeiro, restou a névoa úmida em Orleans-SC |
Se a manhã teve dígitos próximos de zero grau na Serra, o contrário aconteceu a tarde em muitas regiões do estado, sobretudo no Vale. Tudo graças ao ar seco. A maior temperatura foi de 31,5ºC em Itajaí, seguida de Indaial com 31,3ºC. Nas outras cidades fez 30,8ºC em Massaranduba, 30ºC em Porto União, 29,1ºC em Três Barras, 28,4ºC em Ituporanga e 27,1ºC em Criciúma.
Recentemente foi noticiado sobre a iminente erupção do vulcão chileno Hudson, que desde 1991 estava inativo. O vulcão está expelindo bastante cinzas e a pergunta é se elas pode chegar aqui em Santa Catarina. Olhando os campos de vento na média troposfera, ou seja, a 6km de altitude, observa-se que eles não favorecem por enquanto a chegada das cinzas do vulcão Hudson ao território catarinense. Vale ressaltar a importância em saber a altura das cinzas, o que ainda não foi avaliado.
Assim que a situação se alterar, ou seja, houver mudança na direção dos ventos que facilite a chegada das cinzas, estarei atualizando e trazendo informações aqui neste blog, de forma técnica e sem sensacionalismo.
DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, NOAA, PREFEITURA DE URUPEMA
Mapas de criação própria