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domingo, 13 de novembro de 2011

SEGUNDO SISTEMA CONVECTIVO DE MESOESCALA DESTA PRIMAVERA EM SC

Após a formação de um cavado (área alongada de baixa pressão atmosférica) ontem sobre Santa Catarina, o qual provocou chuvas principalmente no Sul do estado e divisa com o PR, a instabilidade no ar aumentou consideravelmente sobre a Argentina e Paraguai. Na análise de ventos a 12km de altitude as 22h de ontem (figura abaixo), podemos notar a presença de um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis - VCAN (sistema fechado de baixa pressão em altitudes superiores) entre o território chileno e argentino. Esse VCAN propagava ondas atmosféricas ciclônicas para o nordeste da Argentina, intensificando o cavado.
Durante a madrugada, esse reforço do VCAN, contribuiu para que os ventos úmidos e quentes da floresta amazônica convergissem para o Sul do Brasil, incluindo Santa Catarina. No gráfico abaixo, vemos as velocidades e direções do vento na estação meteorológica do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) no Morro da Igreja em Urubici, a 1810m de altitude. Note que durante a madrugada, o vento teve brusca virada de Sudoeste para Norte/noroeste, ou seja, ventos amazônicos.
Tudo isso acabou culminando na formação de um SCM (Sistema Convectivo de Mesoescala), que é um aglomerado de nuvens verticais que se unem, sendo que a dissipação de uma ajuda na intensificação de outra. É o segundo SCM dessa primavera (veja o primeiro aqui). Na animação de imagens do satélite GOES-12 no canal infravermelho com realce, podemos ver a evolução do sistema, explodindo em convecção ao longo do dia, sobretudo no fim da manhã e início da tarde.

Na próxima imagem, vemos a quantidade de descargas elétricas que havia nas nuvens de desenvolvimento vertical associadas ao SCM por volta das 11h:30min. Veja que elas se concentravam mais no oeste catarinense.
Em relação as chuvas, elas ocorreram em algumas cidades de quase todo o estado, com exceção do Alto Vale do Itajaí e boa parte do Litoral. As mais intensas, segundo estações meteorológicas monitoradas pelo CIRAM (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina) e INMET, foram no Oeste e encosta da Serra Geral. Chegou a chover 19,8mm em Dionísio Cerqueira e 20mm em Timbé do Sul.

Comparando as análises de perfil vertical de umidade (linha verde) em Dionísio Cerqueira (oeste) e Orleans (sul), vemos que a camada úmida difere em espessura entre ambas as cidades, sendo que Dionísio Cerqueira tinha a camada mais espessa, com valor de umidade relativa acima 60% até um pouco mais de 6km de altitude. Já Orleans, tinha umidade mais alta até 2500m, sendo que nem sequer choveu.
Ainda no oeste, Novo Horizonte também teve chuva considerável, com 13,4mm. Pelos dados vindos de estações, não houve registro de vendavais. Também nenhuma notícia de granizo foi publicada nos meios de comunicação. Os demais acumulados de chuva pelo estado foram de 9,6mm em Canoinhas, 9,4mm em Três Barras, 7,8mm em Itapoá e 7,3mm em Massaranduba.

Com a cobertura de nuvens e a presença ainda de ar frio marítimo, as temperaturas subiram pouco durante o domingo, com máximas de 20,9ºC em São José, 19,9ºC em São Miguel do Oeste, 18,4ºC em Joaçaba e 16,7ºC em Canoinhas.

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL.
Mapas de criação própria

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