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segunda-feira, 17 de abril de 2023

DEPOIS DE TRÊS ANOS, O MENINO VOLTOU

Estou falando dele: O El Niño, que desde 2019 não dá as caras. Foram praticamente 3 anos de períodos de La Niña intercalados com neutralidade.  No entanto, nos últimos meses tem-se observado uma tendência de aquecimento do oceano Pacífico Equatorial. 

O Índice de Oscilação Sul (figura abaixo), que leva em conta a diferença de pressão atmosférica entre a ilha de Taiti na Polinésia Francesa e Darwin na Austrália, tem saído de valores mais positivos e tendendo a ficar próximo de zero. Valores positivos desse índice indicam La Niña. Já valores negativos, El Niño. Próximo de zero nos daria uma situação de neutralidade. A medição do último mês foi a menor desde abril de 2020. 



Entretanto, segundo a NOAA, o centro nacional de informações ambientais dos EUA, essa neutralidade será momentânea. Há 62% de chance de o fenômeno El Niño se desenvolver entre maio e julho desse ano. Os reflexos dele geralmente são sentidos de 2 a 3 meses depois, com o acoplamento oceano-atmosfera, ou seja, o tempo para que o clima responda ao oceano, com a modificação das áreas de chuva e de estiagem.

Se você é leigo em meteorologia, eu vou explicar o que significa. El Niño é o aquecimento anormal das águas superficiais do oceano Pacífico equatorial. A explicação mais plausível para ele é o enfraquecimento dos ventos alísios, aqueles que sopram dos trópicos para o equador. No Hemisfério Sul eles são de sudeste, ao passo que no Hemisfério Norte são de nordeste. Quando esses ventos enfraquecem, as águas quentes não se movimentam muito e ficam quase estacionadas sobre a região equatorial do Pacífico, provocando esse aquecimento anômalo. 

O El Niño modifica o clima de forma diferente, seja sazonal quanto regional.  Nos meses de verão e de inverno, o Sul do Brasil tende a ficar mais chuvoso, enquanto o Nordeste mais seco no verão e com pouca influência no inverno. 




Fonte dos dados: NOAA, CPTEC-INPE