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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

RESUMO E ANÁLISE DE SETEMBRO-2010

O mês de setembro deste ano de 2010, foi marcado pelo aumento da frequência dos ciclones extratropicais e ingressos de ar quente em relação aos meses anterioes de 2010. Como ainda chegaram fortes massas de ar frio, o constraste acabou gerando frentes frias muito ativas. Houve a volta dos SCM (Sistema Convectivo de Mesoescala), fenõmeno comum na primavera.

Começando pelas temperaturas, como foi dito ainda tivemos entradas de ar frio, sobretudo no início e meados do mês. Foi registrado valores de 2,3ºC no Morro da Igreja e  3,9ºC em São Joaquim. Entre meados e fim do mês, outra massa de ar frio mais intensa levou as mínimas a -1,7ºC em Urupema e 0ºC em São Joaquim. Mesmo o litoral não escapou do frio, registrando 7,1ºC em Araranguá e 8,9ºC em Florianópolis no mesmo período. Entretanto, apesar dos ingressos de ar frio, o mês fechou com temperatura mínima entre normal e acima da média em Santa Catarina, principalmente no oeste onde esses valores ficaram até 5ºC acima da média climatológica. Acompanhe mais detalhes no mapa abaixo.
Quem impulsionava essas entradas das massas de ar frio, eram os ciclones extratropicais, muito comuns principalmente a partir desta época. Esses sistemas provocaram ventos fortes, sobretudo no litoral e planalto sul. Na tabela abaixo você confere alguns dos maiores valores acusados nas estações meteorológicas do CIRAM (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina) e INMET (Instituto Nacional de Meteorologia).

Cidade/EstaçãoVento máximo (km/h)
Siderópolis (CIRAM)118,7
Morro da Igreja - Urubici (INMET)115,9
Laguna (CIRAM)99,3
São Joaquim (CIRAM)66,6

Além do frio e do vento, setembro também obteve dias quentes, principalmente no oeste, meio-oeste e sul do estado catarinense. Os picos de calor se deram justamente nos dias que antecediam as frente frias, devido ao forte ingresso de ar quente de norte. As maiores temperaturas registradas foram de 33,1ºC em Caibi, 31,8ºC em Concórdia, 31,0ºC em Chapecó e 30,0ºC em Joaçaba. Comparado a média climatológica de temperaturas máximas para setembro, os valores ficaram dentro do normal, como mostra o mapa abaixo.
De uma maneira geral, a temperatura média mensal ficou dentro do normal na maior parte do estado. A excessão ficou por conta do sul catarinense onde o mês teve temperaturas de até 2ºC abaixo do normal para setembro. Já no planalto norte, elas ficaram ate 3ºC acima do normal. O mapa abaixo mostra bem essa situação.
Para alívio dos catarinenses, houve a volta da chuva, as quais chegaram a ser registradas em 20 dias pelo leste e 15 no centro-oeste. Em muitas cidades, inclusive no Vale e norte do estado, não chovia há mais de 30 dias. Os maiores acumulados se deram justamente da metade para o fim do mês, principalmente associados aos sistemas convectivos e passagens de frente frias mais ativas. As cidades mais afetadas por esses temporais foram o oeste, planalto sul e Grande Florianópolis. No gráfico abaixo, podemos ver que em Chapecó a estação do INMET registrou um pico superior a 60mm de chuva no dia 23, associada a um temporal. 
Na tabela a seguir, você confere os maiores acumulados de precipitação total mensal em Santa Catarina.

CidadePrec. Mensal (mm)
Itapiranga (CIRAM)270,1
São Joaquim (CIRAM)246,4
São Miguel do Oeste (INMET)195,2
Lages (CIRAM)146,8
Campos Novos (INMET)132,4
Florianópolis (CIRAM)126,5
Chapecó (CIRAM)119,9
São José (INMET)97,9
Urussanga (INMET)96,3
Ituporanga (CIRAM)88,8
Blumenau (CIRAM)81,1
Campo Erê (CIRAM)77,4
Indaial (INMET)75,6
Itajaí (CIRAM)71,9
Rio do Campo (CIRAM)64,0
Videira (CIRAM)58,5
Matos Costa (CIRAM)54,0
Joinville (CIRAM)50,6
Rio Negrinho (CIRAM)41,3
Major Vieira (INMET)29,6

Por outro lado, apesar de ter voltado a chover, o total mensal ainda ficou abaixo da média no norte e parte do meio-oeste, como é visto na própria tabela. O mapa abaixo, mostra essas anomalias de chuva em relação a média climatológica de setembro no estado. Perceba que no oeste e no planalto sul há uma mancha azul clara, representando a região onde choveu 25mm acima da média. 
Segundo o CIRAM, com a presença do fenômeno La Niña (resfriamento das águas do oceano Pacífico equatorial), segue ainda a tendência de uma primavera com chuva muito abaixo da média em Santa Catarina. Mas cabe ressaltar que a média de chuvas dessa época é muito superior ao do inverno, por isso o que chama-se de chuva abaixo da média deve ser entendido como uma chuva que deveria cair nos meses de junho/julho.

DADOS: CPTEC/INPE, INMET, EPAGRI-CIRAM, CLIMATERRA.

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