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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

LA NIÑA JÁ FAVORECE ESTIAGEM AGRÍCOLA NO OESTE CATARINENSE

Segundo informações da empresa Agritempo, a estiagem agrícola, ou seja, ausência de chuvas diárias acima de 10mm, já completa até 150 dias consecutivos no oeste catarinense. As piores situações estão nos municípios de Campo Erê, São Bernadino, Saltinho e Santa Terezinha do Progresso. A figura abaixo mostra bem essa condição.


Neste mês de dezembro, está chovendo tãao pouco no oeste, que em Xanxerê o acumulado até ontem não ultrapassava 30mm, segundo dados da estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia. Como mostra a próxima figura, nos últimos quatro dias, não houve chuva na região, ficando esta mais concentrada entre o Meio-Oeste e Litoral.


Esta estiagem faz parte de um dos principais efeitos do fenômeno natural La Niña (resfriamento anômalo das águas superficiais do oceano Pacífico equatorial e leste), que causa uma mudança de posição da célula de circulação atmosférica de Walker e assim altera a distribuição de chuvas pelo Mundo. No sul do Brasil o fenômeno provoca diminuição das chuvas, com estiagens nos interiores da região. 

Na próxima figura, com valores de anomalia de temperatura do mar global, nota-se anomalias negativas de até -3ºC sobre o Pacífico equatorial (área circulada), caracterizando o fenômeno La Niña.
Como em situações de La Niña os ventos alíseos de sudeste/leste sopram com maior velocidade, as águas quentes ficam represadas no Pacífico oeste e assim ocorre a ressurgência no Pacífico leste e equatorial, onde as águas ficam frias. Águas quentes significam baixas pressões atmosféricas, sendo o contrário para as águas frias. Por isso, a diferença de pressão atmosférica aumenta entre as duas partes do oceano Pacífico. No gráfico abaixo, temos o chamado ìndice de Oscilação Sul, que mede a diferença de pressão atmosférica entre Tahiti na Polinésia Francesa e Darwin na Austrália. Valores positivos significam La Niña. Veja nesse gráfico que os valores de diferença estão em 22 hPa, sendo que o La Niña do início deste apresentou diferença de 35 hPa.
Segundo o CIRAM, o La Niña deve se estender pelo início de 2012, com intensidade fraca a moderada. Por isso, as chuvas ficarão menos frequentes e ainda mais irregulares. Quem deve continuar sofrendo com a seca é o oeste. As temperaturas médias devem ficar abaixo do normal, não descartando tanto picos de frio quanto de calor. Como disse Ronaldo Coutinho da Climaterra, não se espante se você tiver que puxar um edredom em pleno mês de janeiro.

DADOS: INMET, AGRITEMPO, EPAGRI-CIRAM, NOAA, INSTITUTO DE METEOROLOGIA DA AUSTRÁLIA.

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