Seja bem-vindo. Hoje é

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

AGOSTO SECO E COM FOCOS DE QUEIMADAS ACIMA DA MÉDIA EM SC

O mês de agosto de 2019 finalizou com um acumulado de chuva mensal abaixo da média climatológica em todo o território catarinense. Na maior parte do estado, foi o terceiro mês consecutivo com anomalias negativas de precipitação. O mapa abaixo mostra essa situação.





Veja que a pior situação encontra-se no Extremo Oeste e Oeste do estado, onde chegou a precipitar quase 160 mm abaixo do normal. Em Xanxerê, por exemplo, a normal climatológica para agosto é de 190 mm, porém choveu apenas 34 mm. Mesma situação em Pinhalzinho, onde precipitou 36 mm, quando o esperado era de 158 mm. 

Em muitos locais, dos 31 dias de agosto, somente 10 tiveram algum registro de chuva. Essa situação provoca ressecamento do solo e da vegetação, favorecendo um número grande focos de queimadas, algumas infelizmente pela ação humana. Por falar em queimadas, agosto desse ano teve número de focos acima da média histórica. É o que mostra o gráfico abaixo:



O número de focos em agosto desse ano (barra azul) foi de 939, contra uma média histórica de 831 (linha laranja). Historicamente, agosto é o mês do ano com maior número de focos de queimadas em SC. 

Um dos fatores que pode ter contribuído para a estiagem em agosto, bem como no último trimestre, é a posição média da Corrente de Jato(ventos fortes em altitude). Em agosto desse ano, a posição da Corrente de Jato estava mais ao sul do que o habitual, como mostra a figura a seguir.


Nos tons mais escuros de azul, estão as Correntes de Jato. Veja que elas se concentraram mais entre a Argentina e Uruguai. Além disso, as áreas de difluência de escoamento (onde o ar da superfície é estimulado a subir para altos níveis) também encontravam-se mais nessas áreas. Essa situação dificulta a passagem de sistemas transientes (frentes frias, Vórtices Ciclônicos, etc) para o estado de Santa Catarina, além de diminuir o suporte dinâmico aos sistemas de baixa pressão. 

Veja na próxima figura, que até as pressões médias ficaram até 4 hPa (hectoPascal) mais altas que a climatologia no estado. Isso decorre do predomínio mais de altas pressões do que baixas pressões. Frentes frias são baixas pressões, por exemplo. 


Fonte de Dados: EPAGRI-CIRAM, INMET, ANA, INPE/CPTEC

Nenhum comentário: