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sábado, 10 de abril de 2010

SEMANA DE FRIO, ENCHENTES E RESSACAS INTENSAS. O QUE ESPERAR AGORA?

Frio de 2ºC na serra catarinense, enchentes no RJ e ondas gigantes na costa brasileira.

Quem acompanhou o tempo e os jornais dessa semana, sabe da agitação que foi este período. Tudo começou com a entrada de uma frente fria no domingo de Páscoa. Antes dela o céu se apresentava limpo como mostra a foto abaixo tirada no dia 02 de abril em Orleans, sul catarinense.

Após a passagem do sistema frontal frio, as temperaturas consequentemente declinaram em virtude da entrada de uma massa de ar frio, considerada até agora a mais significativa desse ano. Em Santa Catarina as temperaturas mínimas decairam bastante em diversas áreas, chegando a marcar 2,0ºC em Urupema, no Planalto Sul. Na tabela abaixo você confere as temperaturas mínimas mais baixas dessa semana observadas em algumas estações meteorológicas de Santa Catarina.

Urupema

2,0ºC
São Joaquim

2,8ºC

Três Barras4,2ºC

Lages

5,7ºC
Canoinhas
5,8ºC

Major Vieira

6,4ºC
Curitibanos
6,5ºC
Joaçaba7,3ºC
Anitápolis10,1ºC
São Miguel do Oeste10,5ºC
Urussanga13,6ºC
Indaial13,6ºC
Florianópolis (Ciram)15,7ºC
São José16,4ºC
Fpolis (Paulo Tempo)17,2ºC

Durante toda a semana as temperaturas permaneceram baixas, inclusive durante o dia. No leste catarinense, a associação de um intenso sistema de alta pressão sobre o oceano Atlântico e a  intensificação de uma baixa pressão em alto mar na altura do PR, causaram ventos moderados e as vezes fortes de sudeste em toda a costa catarinense, trazendo assim ar frio e úmido marítimo e provocando chuvas isoladas e passageiras. A população já coloca o tempo como maluco, pois num mesmo dia, fazia sol, chuva e ainda havia vezes em que chovia com sol. Porém já se sabe que é isso é comum em situações de circulação de umidade. 

Enquanto isso, já no início da semana, quem sofria com a enchente e deslizamentos de terra era o Rio de Janeiro. Desde a grande enchente de 1966 não chovia tanto no Estado. Para se ter uma idéia, houve cidades que em 24 horas choveu quase 300 milímetros de chuva, ou seja, quase o dobro do mês em 1 dia! O motivo foi a frente fria que impulssionada por um centro de baixa pressão em alto mar, avançou e encontrou um ambiente muito quente e úmido, com convergência de umidade e calor da floresta amazônica, a qual mantinha a Zona de Convergência de Umidade - ZCOU (classificação feita apenas pelo Cptec/Inpe).

Veja na imagem de satélite abaixo, ilustrada pelo blog Paulo Tempo, os sistemas atuantes durante o começo dessa semana. Note que os ventos eram de sudeste no litoral catarinense, o que perdurou durante toda essa semana.

No decorrer da semana, a frente fria se deslocou  e chegou a Bahia com forte intensidade, o que não é muito comum nessa época do ano. O ar frio consequentemente atingiu todo o centro-sul do Brasil, em pleno começo do outono. Também, segundo a MetSul, poucas vezes um ciclone extratropical, agora formado, ficou tão ao norte que a climatologia. Mas lembre-se, isso não tem nada a ver com o aquecimento global, o qual virou motivo de tudo hoje em dia. O que pode ter ocasionado esse posicionamento do ciclone é a anomalia de temperatura do mar, que estava mais alta que o normal. Essa anomalia vem persistindo e foi crucial na tempestade tropical Anita, em março desse ano.

A intensificação desse ciclone em associação a diferença de pressão entre este e o anticlone pós frontal, gerou ondas muito altas na costa catarinense. Em Balneário Camboriu a praia foi tomada pela água. No porto de Itajai e Navegantes os navios ficaram parados devido as ondas de até 4 metros de altura, isso mesmo: 4 metros!

Para o domingo e início da semana, de acordo com o CPTEC e CIRAM, o tempo segue instável, com aberturas rápidas de sol e chuvas rápidas ao longo de todo o dia, assim como vem ocorrido. A excessão fica no oeste catarinense, onde o sol predomina.

DADOS: CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, METSUL, INMET, CLIMATERRA, DIÁRIO CATARINENSE

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