De acordo com a defesa civil estadual, já chega a 24 o número de cidades atingidas pela chuva em Santa Catarina, sobretudo Orleans, São Martinho e Lauro Muller, que decretaram situação de emergência. O nível dos rios no sul de Santa Catarina subiram muito de ontem para hoje. O rio Tubarão por exemplo, monitorado pela empresa de serviços agronômicos Plantar, subiu mais de 3 metros desde ontem, chegando a marcar 5 metros e 73 centimetros na tarde de hoje. O rio Araranguá segue sendo monitorado pela defesa civil.
Em Tubarão a intensa precipitação desde ontem, culminando na madrugada provocou um acumulado de 133,0 milímetros na estação particular da Plantar. O resultado foram ruas alagadas (foto abaixo). Quarenta mil pessoas foram afetadas na cidade.
Criciúma, que registrou no nesses dois dias 160,9 milímetros de chuva, também teve estragos, com ruas alagadas (foto abaixo), deslizamentos e um saldo de 4 pessoas desalojadas.
Em Imaruí, além da intensa precipitação, um tornado na madrugada causou destelhamentos e danos na região, como pode ser visto na foto abaixo.
Na Grande Florianópolis houve queda de barreira na BR101 no trecho de Paulo Lopes, causando interrupção do tráfego de veículos. Máquinas já trabalhavam no local. Veja na foto abaixo:
Na parte litorânea da Grande Florianópolis choveu 87,4 milímetros em São José. Em Anitápolis, que fica na parte mais alta da região, choveu 127,2 milímetros, com deslizamentos de terra e uma casa que supostamente teria sido jogada no rio (foto abaixo).
Acompanhe na tabela abaixo os valores de precipitação acumulada entre ontem e hoje em Santa Catarina:
Laguna | 196,4mm |
Morro da Igreja | 171,3mm |
| Criciúma | 160,9mm |
| Turvo | 139,7mm |
| Jacinto Machado | 132,4mm |
| Morro Grande | 131,7mm |
| Anitápolis | 127,2mm |
| Siderópolis | 106,6mm |
Urubici | 105,3mm |
| São Joaquim | 101,6mm |
| São José | 87,4mm |
| Florianópolis | 73,8mm |
| Antônio Carlos | 63,0mm |
Além da intensa precipitação, uma forte rajada de vento de 110,8km/h atingiu Laguna por volta das 7 horas da manhã. Especula-se a possibilidade de microexplosão, ou seja, quando correntes de ar descem das nuvens de tempestade a uma velocidade enorme, batendo no chão e assim se espalhando para os lados, causando uma rajada forte em superfície.
Na Grande Florianópolis, norte do Estado e Vale do Itajaí o sol ainda tentou aparecer, mas entre muitas nuvens. A chuva se limitou mais a madrugada. No restante do território catarinense o sol apareceu melhor, entre nuvens.
O Vórtice Ciclônico (baixa pressão em altitude), que provocou a chuva de ontem, se aprofundou para os baixos níveis da troposfera, dando início a um processo de ciclogênse (formação de ciclone extratropical) sobre SC, bem acima da Grande Florianópolis e sul do Estado. Nesses processos sempre costuma chover bastante. Veja na imagem de satélite, ilustradas com os principais sistemas de hoje: o ciclone extratropical (B) e o sistema de alta pressão (A).
A diferença de pressão entre uma alta pressão em alto mar com 1033 hPa (Hectopascais) e o ciclone no litoral catarinense com 1009 hPa, foi o motivo de ter ventado bastante hoje. Agora a noite, por exemplo, Laguna tinha ventos acima dos 100km/h! Siderópolis apresentava rajadas de 73km/h.
Com a formação do ciclone extratropical, uma frente fria foi formada no litoral do RJ, como também pode ser vista na imagem de satélite anteriormente mostrada.
A tendência, segundo o Ciram, é que amanhã continue chovendo na madrugada no sul e Grande Florianópolis, devido a influência do ciclone. No decorrer do dia o tempo melhora nessas regiões, primeiramente na Grande Florianópolis onde já deve fazer sol. Os ventos ainda devem estar ativos, com rajadas de 50 a 60km/h. Há chance de ressaca no litoral sul.
DADOS: CPTEC/INPE, INMET, EPAGRI-CIRAM, MARINHA, METSUL, DIÁRIO CATARINENSE
