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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

CAVADO INVERTIDO NO RS INFLUENCIA SUL E LITORAL CATARINENSE

O cavado invertido comentado ontem, (área na borda de um sistema de alta pressão onde o ar sofre uma queda de pressão atmosférica em relação ao ar vizinho) aliado as chamadas correntes e jato (ventos fortes) lá no alto da troposfera, provocou uma banda de nuvens entre o RS e sul de Santa Catarina. No Vale e litoral catarinense, a nebulosidade mais presente hoje foi provocada pelos ventos de sudeste e também pelas correntes de jato. Na imagem de satélite ao meio-dia de hoje, é possível identificar essa nebulosidade.


As nuvens com maior desenvolvimento vertical se encontram no território gaúcho, as quais inclusive provocaram temporal e granizo em Porto Alegre na madrugada de hoje. Voltando a falar sobre Santa Catarina, houve novamente registro de chuva, ainda em pouca quantidade. Segundo o Ciram, os maiores acumulados foram de 1mm em Jacinto Machado e Timbé do Sul.

As temperaturas não se elevaram tanto hoje nessas áreas mais nebulosas, ficando agradáveis e sem sensação de frio. O impressionante foi a significativa queda da temperatura máxima em Indaial com relação a ontem. Para se ter uma idéia, a tarde de ontem teve 29,5ºC, já hoje não passou de 20,4ºC. As máximas pelo restante do Estado ficaram em: 23,3ºC em Urussanga, 23,1ºC em Jacinto Machado, 22,7ºC em Meleiro, 22,1ºC em Morro Grande, 22,0ºC em Florianópolis e 20,6ºC em Itajaí. Além da nebulosidade, ainda havia nevoeiro marítimo, como mostra a foto abaixo tirada por Rogério Zara Straatmann do site Terra Waves em Imbituba, onde o horizonte próximo estava invisível.


Apesar desses ventos de sudeste em superfície, o que se verificava a 1500 metros de altitude eram ventos de noroeste por todo o Estado, assim como esteve nos últimos dias. Ou seja, o cavado invertido sobre nós mal consegue se manter acima dessa altitude. Na figura abaixo, com análise de direção dos ventos e temperatura em 850 hPa (1500 metros de altitude) do modelo numérico GFS, podemos comprovar isso.


Por isso mesmo assim houve transporte de poluentes (microgramas por metro cúbico) do interior do Brasil para o Estado catarinense, com maior quantidade no oeste e meio oeste, como pode ser visto na figura abaixo.


Por falar no oeste e meio-oeste, o maior predomínio do sol nessas áreas, além do norte e planalto norte, provocou temperaturas bem mais elevadas que o litoral e sul do Estado. De acordo com o Ciram, fez hoje 30,1ºC em Chapecó, 29,7ºC em Caibi, 27,9ºC em Xanxerê e Major Vieira, 27,1ºC em Novo Horizonte e 26,5ºC em Joaçaba.

Para o sábado a tendência é que o cavado invertido continue provocando variação de nuvens no sul e planalto sul, com chance de chuva fraca e muito isolada no extremo sul. A Epagri-Ciram prevê máximas de até 30ºC no planalto e em torno de 25ºC pelo leste. O interessante e preocupante fica para esse domingo, quando volta a chover em Santa Catarina, com alto risco de temporais com vendavais e queda de granizo, sobretudo na divisa com o RS. O que virá é uma frente fria da Argentina, que novamente deverá fica semi-estacionária e provocando chuvas fortes no centro-sul catarinense ao longo da próxima semana. O início de agosto pode trazer de volta o frio intenso.

ENQUANTO ISSO NO MUNDO:

O furacão Danielle adquiriu muita intensidade nesta sexta-feira, chegando a categoria 4 na escala Saffir-Simpson que vai até 5. A velocidade dos ventos estavam as 23h desta noite em 212km/h. A pressão no olho do sistema caiu para 942 hPa, o que é um valor muito baixo em furacões. Danielle se desloca para noroeste a 16,6km/h de velocidade de deslocamento. Está muito próximo das Ilhas Bermudas, como pode-se ver na imagem de satélite abaixo:


Segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA, o furacão deve mudar sua rota e seguir para nordeste amanhã, se convertendo para um ciclone extratropical devido ao encontro com águas mais frias.

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, NHC, APOLO 11, TERRA WAVES.

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