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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

PREDOMÍNIO DE SOL E NÉVOA SECA EM SANTA CATARINA

Os focos de queimadas no Brasil central já alcançaram um patamar preocupante há vários dias e vem piorando. Segundo os satélites ambientais operados pelo CPTEC/INPE (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), já foram detectado 40254 focos de queimadas esse ano no Brasil. O último ano em que houve um valor tão alto foi em 2007 quando foram detectados naquele ano 59915 focos. No entanto o período de seca no interior do país perdura climatologicamente até Outubro, ou seja, o número de focos pode aumentar e superar 2007. Acompanhe no mapa abaixo os pontos com focos de queimadas registradas nas últimas 24 horas, bem como a quantidade de fumaça no ar (microgramas por metro cúbico).



Note as manchas vermelhas entre a Bolívia, centro-oeste e sul da região norte do Brasil. Elas representam as áreas com maior quantidade de monóxido de carbono no ar. Note que delas segue um corredor até o Sul do Brasil, através de ventos de noroeste a 1500 metros de altitude, representados pela seta branca na figura. Observe que sobre Santa Catarina as cores entre azul claro e amarelo queimado, as quais indicam valores entre 40 e 80 microgramas por metro cúbico, um valor alto e responsável por essa névoa seca que deixou o dia fosco sobre o território catarinense. Na imagem do satélite Aqua com o sensor MODIS em alta resolução, é possível notar essa névoa cobrindo o Estado. Veja:


Durante os últimos três dias, devido a névoa não é possível visualizar o Morro do Cambirela, que é o mais alto da Grande Florianópolis. Hoje a tarde tirei fotos de onde se encontra o morro, mas nada dele. Veja:


O pôr do sol sobre o Estado foi mais uma vez com coloração avermelhada indicando a concentração de fumaça no ar, como mostra a foto abaixo registrada hoje na capital catarinense.


Além da névoa, também houve nevoeiros marítimo e em cidades próximas do mar durante o início da manhã de hoje. Na foto a seguir, registrada pelo surfista Clóvis Albano do site Terra Waves, observe a paisagem embaçada, com o mar quase invisível sobre Navegantes no litoral norte catarinense.


No extremo sul do Estado, a situação foi diferente. Houve maior cobertura de nuvens como pôde ser visto na imagem do satélite Aqua, umidade relativa superior a 80%, vento de sudeste e registro de chuva, isso mesmo! Após 20 dias sem alguma gota d'água precipitando. Segundo o Ciram (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina), choveu 3,6 milímetros em Jacinto Machado, 2,2mm em Timbé do Sul e 1mm em Morro Grande. É pouco, mas já é alguma coisa. As outras áreas do sul do Estado apresentam temperaturas mais agradáveis em relação ao início da semana, com máxima de 21,0ºC em Urussanga.

No litoral do Estado, o vento virou de noroeste/norte para sul/sudeste durante a tarde de hoje. Porém não houve reflexo em chuva. Apenas as máximas ficaram mais agradáveis nessa região, com valor de 21,4ºC em Florianópolis e 18,7ºC em São Francisco do Sul no litoral norte.

No restante do território catarinense fez calor, principalmente no oeste e interior do norte do Estado. Hoje até São Joaquim teve temperatura maior que muitas cidades do litoral e sul do Estado, fazendo 24,3ºC na cidade mais fria do país. Sobre o planalto as maiores temperaturas máximas foram: 29,9ºC em Massaranduba, 29,8ºC em Chapecó, 29,5ºC em Indaial, 28,3ºC em Caibi e Joaçaba, 27,5ºC em Curitibanos, 27,1ºC em Celso Ramos e 26,6ºC em Major Vieira. Os valores de umidade relativa nessas áreas também ficou muito baixo devido ao predomínio do tempo seco. De acordo com o Ciram os valores chegaram a 31% em Novo Horizonte, 31,8% em Campos Novos e 42% em São Joaquim.

O que temos configurado hoje no Sul do Brasil é um cavado invertido (área de baixa pressão) entre o RS e extremo sul de SC, que se derivou da frente semi-estacionária, como pode ser visto na ilustração abaixo (traços pretos).


A tendência é que esse sistema continue oscilando nessa área nos próximos dias. A partir de domingo a chuva volta a SC, acabando com esses 20 dias de seca. Isso devido a uma nova frente fria que antes será antecedida de um cavado em altitude. O Ciram indica inclusive temporais com granizo no domingo. Já para a sexta-feira, o sol continua atuando. Haverá presença de nevoeiros pela manhã e névoa seca durante o resto do dia. No extremo sul catarinense o sol consegue aparecer mais e não chove.

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, TERRA WAVES.

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