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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

ÁREA DE BAIXA PRESSÃO JÁ PROVOCA TEMPESTADES EM SANTA CATARINA

Uma área de baixa pressão atmosférica se formou entre o Paraguai, Argentina e oeste do Sul do Brasil. Esse sistema foi gerado a partir da forte área com divergência de ventos em altitude, que estimulam a subida do ar que está em superfície, criando uma área com menos pressão. Na figura abaixo, que mostra os ventos a 10km de altitude, essa divergência é representada na região circulada, onde uma parte dos ventos vai para sudeste e a outra para nordeste.
Com essa queda de pressão, os ventos aumentam sua velocidade a passam a soprar na direção norte/noroeste, chegando até o centro de baixa pressão. Esse vento de norte é mais sentido a 1500 metros de altitude onde a força de atrito causada por montanhas é menor. Com isso, neste nível da atmosfera temos o chamado Jato de Baixos Níveis, que traz considerável quantidade de umidade da floresta amazônica para a região onde a pressão caiu drasticamente. Esse jato é notado na figura a seguir, mediante as cores vermelhas onde o vento é mais forte.
A partir dessa situação, temos constante subida do ar, ingresso de umidade e formação de nuvens com alto desenvolvimento vertical, as quais provocam tempestades severas e possíveis granizos nesta noite naquela região, além do oeste catarinense. A imagem de satélite abaixo impressiona, mostrando nuvens com topos frios de até -80ºC (rosa) e pontos com -100ºC (brancos), associadas a baixa pressão (traços pretos).

Repare bem que a nebulosidade carregada toma a forma de um triângulo, com uma ponta no Paraguai e as duas outras pontas no oeste do Sul do Brasil. Se olharmos novamente a figura com ventos a 10km de altitude, veremos que as nuvens no satélite tomam o formato de um triângulo justamente devido a divergência das direções dos ventos.

Há registro já de raios no oeste, planalto sul e algumas partes no norte catarinense, como mostra a imagem abaixo.
Até o fim da noite desta sexta-feira, o oeste e meio-oeste catarinense já havia recebido um acumulado de chuva superior a 30 milimetros. Em Celso Ramos, por exemplo, a tempestade começou por volta das 19h e acumulou 38,4mm até o fim da noite. O vento na hora da chuva alcançou os 66,6km/h, como mostra o gráfico abaixo.
 Confira na tabela, os maiores acumulados de chuva esta noite em algumas cidades catarinenses.

Cidade (ESTAÇÃO)Chuva 24 horas (mm)
Celso Ramos (CIRAM)38,4
Dionísio Cerqueira (INMET)36,8
Chapecó (CIRAM)34,0
São Miguel do Oeste (INMET)31,2
Caibi (CIRAM)31,0
Campos Novos (INMET)27,6
Joaçaba (INMET)24,2
Campo Belo do Sul (CIRAM)23,0
Caçador (CIRAM)21,3
Rio do Oeste (CIRAM)20,8

Naquela imagem de satélite apresentada anteriormente, temos um ciclone extratropical (letra B) se intensificando lá no leste da Argentina, estendendo uma frente fria até o Uruguai (aquela banda de nuvens orientada de sul a norte) onde se associa a área de baixa pressão. Segundo a Marinha do Brasil, o ciclone apresentava pressão atmosférica central de 996 hPa as 22h.

A tendência é que amanhã pela manhã o ciclone esteja no mar a leste da costa argentina, provocando rajadas de ventos mais fortes em alto mar. Em SC os ventos devem ser menos sentidos devido a distância. Além dos ventos, o ciclone extratropical deve impulsionar a entrada da frente fria no estado catarinense, provocando um sábado chuvoso. Na figura abaixo, podemos notar esses sistemas descritos, onde a frente fria é a divisa entre o vento de sudoeste e o de norte.  
Na retaguarda, temos o avanço do ar frio pela Argentina o qual vai deixar a manhã de domingo de eleição com frio em SC. Segundo a empresa Climaterra, a temperatura mínima deve alternar entre 2 e 4ºC no Planalto Serrano. Na segunda-feira o frio aumenta, com previsão de mínimas negativas.

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, CLIMATERRA

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