A madrugada desta quarta-feira foi ainda mais fria que a de ontem em Santa Catarina. Como já alertado, a temperatura na região serrana caiu para perto e até abaixo de zero grau, como em Urupema onde a estação do CIRAM (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina) registrou temperatura mínima de -1,0ºC. Seguido de Urupema, temos São Joaquim onde fez 2,2ºC. Na tabela abaixo, você confere mais mínimas registradas hoje em SC.
| Cidade (ESTAÇÃO) | Temp. mínima (ºC) |
| Urupema (CIRAM) | -1,0 |
| São Joaquim (CIRAM) | 2,2 |
| Morro da Igreja (INMET) | 2,5 |
| Caçador (INMET) | 3,4 |
| Major Vieira (INMET) | 4,2 |
| Rio do Campo (INMET) | 6,7 |
| Concórdia (CIRAM) | 7,4 |
| Turvo (CIRAM) | 9,7 |
| Florianópolis (CIRAM) | 11,7 |
| Itapoá (CIRAM) | 13,7 |
Houve novamente a presença de geada no Planalto Sul, o que é preocupante para a agricultura na região. Durante boa parte do dia o sol predominou no território catarinense, como mostra a imagem de satélite abaixo, no canal vísivel as 10 horas da manhã.
Com o ar seco e valores de umidade relativa abaixo dos 40%, as temperaturas apresentaram rápida elevação durante o período vespertino, fazendo até um pouco de calo no extremo oeste, parte do Vale e interior do litoral norte. De acordo com as estações do CIRAM, foi registrado máxima de 27,3ºC, 26,7ºC em Indaial e 26,4ºC em Massaranduba. Nas demais áreas ficou agradável, acusando até 24,1ºC em São José.
Esse tempo estável é garantido por uma massa de ar seco presente em Santa Catarina. Quem mantem esse ar seco é uma crista em altitudes superiores, que é uma área alongada de alta pressão atmosférica e que deste modo causa descida e não ascenção do ar de superfície. Na figura abaixo, podemos ver esse sistema através dos ventos de sudoeste para nordeste no estado catarinense, notando que eles seguem o mesmo caminho e não apresentam divergência de direção.
No litoral houve um pouco mais de variação de nuvens, do tipo cumulus congestus, mas que não provocaram chuva. Essa nebulosidade foi determinanda ainda pela circulação de umidade através dos ventos do ciclone extratropical (letra B) em alto mar, como vê-se na figura a seguir.
Essa condição de frio e chuvas abaixo da média nessa primavera, está ligada ao fenômeno La Niña, que é o resfriamento das águas superfícieis do oceano Pacífico equatorial e costa nordeste da América do Sul. Tal resfriamento se dá por conta dos ventos alíseos de leste estarem com velocidade mais alta que o normal, carregando assim as águas mais quentes da parte leste e equatorial para o oeste do oceano Pacífico. Com isso, por compensação, as águas mais frias da parte inferior do oceano veem para a superície no lugar onde havia aquelas águas mais quentes.
Na figura abaixo, podemos ver a anomalia de Temperatura Superficial do Mar (TSM) da última semana.
Veja que chegam a ficar até 3ºC abaixo da média climatológica (regiões em azul). Segundo o CPTEC/INPE, este La Niña está classificado como forte. Note que na costa australiana há águas bastante quentes, inclusive gerando tempestades severas naquela região. De acordo com o Diário do Nordeste, no início deste mês 56 pessoas morreram devido a enchentes na parte ocidental da Indonésia.
A previsão para a quinta-feira é ainda do predomínio do sol. O tempo muda entre sexta-feira e sábado, com a volta dos temporais.
DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, DIÁRIO DO NORDESTE, MARINHA DO BRASIL.
