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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

VÓRTICE CICLÔNICO PROVOCOU VENDAVAIS E GRANIZO EM SC

Postado dia 24, mas reeditado devido a informações novas

Como foi salientado no último post, estamos tendo um bloqueio atmosférico nessa semana sobre o sudeste do oceano Atlântico. O sistema frontal estacionário que estava no Uruguai na terça-feira, acabou recuando para o litoral argentino, motivado pelo bloqueio. Na noite de ontem, enquanto estava digitando a postagem, uma área de baixa pressão se formava no nordeste da Argentina e favorecia circulação de umidade. Algumas células convectivas geraram temporais isolados no oeste e meio-oeste catarinense, como em Alto Bela Vista, onde foi registrado queda de granizo, que provocou um prejuízo de 100% nas plantações de milho. Na foto abaixo, um servidor ajuda a retirar as pedras de granizo do asfalto.


Como em Alto Bela Vista não há estação meteorológica instalada, podemos pegar o município de Concórdia que fica próximo e que obteve 15mm de chuva durante aproximadamente 40 minutos de temporal. Na imagem de satélite abaixo, podemos ver a célula que convectiva que provocou o fenômeno. Note que a temperatura do topo das nuvens era de -40ºC, o que indica que esses topos chegavam até 8km de altitude.


Analisando a figura abaixo, percebemos que sobre o meio-oeste do estado, os indices de instabilidade K e Showalter estavam com valor de 35 e -1, respectivamente. Isso indica que a atmosfera estava suficiente úmida, com bastante variação vertical de temperatura e significativo levantamento do ar quente.


Nesta quarta-feira, a formação de um Vórtice Ciclônico (sistema de baixa pressão) entre 3000 e 5000 metros de altitude, estimulou a formação de nuvens com desenvolvimento vertical sobre o Sul do Brasil. Na imagem de satélite abaixo, note que essa nebulosidade cresce em forma de arco no leste do Vórtice Ciclônico (VC), o que é explicado pela maior ascenção do ar nessa borda dele.


Por volta das 19h, uma das células convectivas formadas pelo Vórtice Ciclônico, provocou um forte temporal em Caçador no meio-oeste catarinense, onde foi registrado um fenômeno chamado microexplosão, que é uma corrente muito forte de ar que desce das nuvens de tempestade e chegam com violência ao solo, onde se espalham para os lados causando as destruições. Na figura ilustrativa abaixo, podemos ter uma noção mais didática do que é uma microexplosão.


Com a foto abaixo tirada dos estragos em Caçador, podemos ver pelas setas elaboradas pelo CIRAM, que as árvores cairam praticamente para a mesma direção, característica comum em microexplosões.


Na imagem de satélite a seguir, é possível ver destacado a célula convectiva que estava sobre Caçador, que além da microexplosão, também causou chuvas com acumulado de até 16,7mm.


Além de Caçador, houve temporais também em outras cidades, como em Rio do Campo no Vale, com acumulado de precipitação de 21,4mm em menos de uma hora de duração. No leste do estado a chuva foi mais em forma de pancadas passageiras, sem descargas elétricas.

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, DIÁRIO CATARINENSE

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