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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

JATO SUBTROPICAL ESTIMULA ASCENÇÃO DO AR EM SANTA CATARINA

Penha, litoral norte
A quarta-feira, primeiro dia de dezembro, teve maior quantidade de nuvens na faixa leste do estado em virtude de um sistema de alta pressão sobre o oceano Atlântico a leste da costa gaúcha, mas que mantinha ventos de sudeste a leste no litoral de Santa Catarina. Esse sistema está associado ao cavado que atuou na segunda-feira e que se deslocou para o sudeste brasileiro ontem. 


No entanto, no interior do estado o jato subtropical (parte colorida na figura acima), que são ventos fortes em altos níveis da troposfera, estimulou a ascenção do ar e a consequente diminuição da pressão atmosférica. A partir dessa configuração houve a formação de um novo cavado (área alongada de baixa pressão). Com isso a umidade amazônica transportada por ventos quentes e úmidos a 1500 metros (jato de baixos níveis), começou a ingressar novamente em território catarinense. Na imagem de satélite abaixo, podemos  notar que ao meio-dia, enquanto o leste apresentava ventos úmidos marítimos em superfície, o interior já sentia influência dos ventos de noroeste a 1500 metros de altitude. Vale novamente ressaltar que esses ventos não se encontram, pois estão em altitudes diferentes.


Já nessa imagem de satélite, nota-se o desenvolvimento de células convectivas. Essas células se aglomeraram e formaram um sistema convectivo organizado, o qual avançou por Santa Catarina. Na sequência animada de imagens de satélite a seguir, pode-se acompanhar a evolução das nuvens com desenvolvimento vertical formadas pelo cavado. Os pontos azuis são descargas elétricas (raios), detectados pelo CPTEC/INPE e RINDAT.


Um dos primeiros municípios atingidos foi em Chapecó no oeste, onde foi registrado 29,2mm de precipitação. Contudo, no restante da região oeste não choveu mais que 5mm! No meio-oeste, o maior valor de chuva acumulada durante o temporal foi de 23,1mm em Ouro. Já em Celso Ramos, além da chuva, o vento durante a tempestade alcançou uma rajada única de 65,9km/h. Caminhando para o fim de tarde, a chuva começa a atingir o planalto norte, mas novamente de forma mal distribuída. Choveu 23,2mm em Itaiópolis, mas em contrapartida Canoinhas não teve mais que 10,2mm. No mesmo horário, o Vale do Itajaí já acusara precipitação, despejando 9mm em Rio do Campo. Na maior parte do Vale, Planalto Sul e Litoral Sul, os valores de chuva ficaram abaixo dos 5mm no dia de hoje.

Na faixa litorânea, o deslocamento do sistema convectivo já era anunciado pela mudança repentina na direção dos ventos. Isso é evidente no gráfico da estação meteorológica do INMET em São José, onde nota-se que que os ventos viram de sudeste/leste para nordeste no início da noite. Veja:


Pela região leste, como a chuva veio de oeste/noroeste, os primeiros a serem atingidos foram os municípios do litoral norte, como em Massaranduba onde choveu 21,6mm. Continuou precipitando de forma irregular, como por exemplo em Florianópolis onde foi registrado 11mm na estação da Casan e 6,9mm no bairro Itacorubi. 

Logo mais a noite, as nuvens convectivas foram para o oceano, restando apenas nuvens mais baixas. Segundo o CIRAM, a previsão é de uma quinta-feira com sol e variação de nuvens. No final da tarde e noite pode ocorrer pancadas isoladas de chuva com descargas elétricas em todas as regiões.

Não perca na próxima postagem a análise do mês de novembro!

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, TERRA WAVES

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