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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

AUMENTA A CONVERGÊNCIA DE VENTOS ÚMIDOS EM SC

Durante o domingo e esta segunda-feira, a corrente de ventos quentes e úmidos provenientes da floresta amazônica (Jato de Baixos Níveis) deixou de atuar no Sudeste e passou a influenciar a região Sul do Brasil. Isso ocorreu devido a aproximação de uma frente fria que esteve hoje na fronteira brasileira com o Uruguai. Pela figura de ventos a 1500 metros de altitude da análise das 10 horas da manhã, percebemos bem essa convergência de ventos rumo a região sul, inclusive o território catarinense.


Outro sistema que também impulsiona a umidade da floresta amazônica para o estado é um cavado (área alongada de baixa pressão) nos altos níveis da troposfera, que causa subida do ar e decréscimo de pressão atmosférica em sua borda nordeste em superfície. A próxima figura mostra bem essa configuração. Note que no eixo (parte central) do cavado, não forma-se nebulosidade.

Com ingresso de umidade e calor, associado ao levantamento de ar provocado pelo cavado em altitudes superiores, várias células convectivas se formaram em Santa Catarina, provocando temporais, mas principalmente acumulados mais significaticos de chuva, apesar de localizados. Ontem, por exemplo, a zona sul de Joinville teve chuva forte, acumulando 70,9mm no pluviômetro de uma estação meteorológica particular. O resultado foram alagamentos como mostra a foto a seguir.


Ainda no norte do estado, o final da madrugada de domingo foi marcado por temporal intenso em São Francisco do Sul e Barra Velha. Em São Francisco do Sul, a estação monitorada pelo CIRAM registrou 55,6mm de chuva. Já uma estação particular localizada no norte da cidade acusou 80mm, denotando que foram precipitações isoladas e com diferentes valores totais acumulados. Segundo o site do Diário Catarinense Online, houve alagamentos nas duas cidades citadas. Muita chuva também em Itajaí por volta das 6 horas da manhã do domingo, somando 54,6mm.

Nesta segunda-feira, novas células convectivas se desenvolveram pelo território catarinense. Na Grande Florianópolis a chuva veio cedo. Uma célula convectiva provocou chuva no interior da região, somando 17,4mm em Anitápolis e 1mm em Santo Amaro da Imperatriz e Biguaçú. Em Florianópolis mesmo não choveu. Da parte continental da capital, pude registrar em foto a chuva que acontecia no interior da região.


No mesmo horário outras cidades registravam também chuva por conta das células convectivas. Em Morro Grande, no sul do estado, o temporal que caiu pela tarde acumulou 19,4mm. Já em São Joaquim, choveu 20,4mm. A imagem do radar meteorológico localizado no Morro da Igreja em Urubici, detectava as áreas com chuva na metade da tarde.


No início da noite, a nebulosidade do cavado foi cobrindo o estado, devido a intensificação do mesmo e a passagem do ramo frontal frio pela costa gaúcha.  A imagem do satélite GOES-12 mostra bem isso.

 
Perto das 23h, o sul do estado recebia chuva forte e localizada. Em Meleiro, por exemplo, a estação do CIRAM registrou 44,4mm em menos de uma hora. Chuva considerável  novamente em Joinville, com 37,8mm acumulados e novos alagamentos. Na Serra, o município de Lages também teve chuva intensa (foto abaixo), somando 21mm.


No meio-oeste, como vê-se na animação das imagens de satélite, haviam nuvens com considerável desenvolvimento vertical, as quais provocaram chuva forte em Abdon Batista, acumulando 58,4mm no pluviômetro. O vento por lá atingiu 72,3km/h em uma só rajada durante o temporal.

Também esta noite, as cidades onde não choveu, estão passando por um forte abafamento, chamado de aquecimento pré frontal, ou seja, concentração de calor devido a entrada da frente fria no Sul do Brasil. As 21h fazia 26,8ºC em Criciúma e 26,3ºC em Florianópolis. O vento, que ajudaria a refrescar, está quase nulo. Durante o dia desta segunda, o calor também predominou em SC, sendo que na própria Criciúma fez 36,7ºC de máxima.

A tendência é que a frente fria desvie para o alto mar. O cavado deve permanecer atuando no estado catarinense, permitindo a convergência de umidade em superfície e a formação de temporais no fim do dia em todas as áreas. Faz calor novamente, com valores acima dos 30ºC.


DADOS: INMET, EPAGRI-CIRAM, CPTEC/INPE, MARINHA DO BRASIL, DIÁRIO CATARINENSE, A NOTÍCIA, CORREIO LAGEANO

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