Seja bem-vindo. Hoje é

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

CÉLULAS CONVECTIVAS PROVOCAM CHUVA MAL DISTRIBUÍDA EM SC

Na última postagem, foi mostrado que estávamos sob a influência de um Vórtice Ciclônico (VC) na média troposfera. Pois bem, esse VC hoje se converteu em cavado, que não deixa de ser um sistema de baixa pressão, porém a circulação dos ventos não é em torno de um centro como no VC. Na figura abaixo, é possível detectar esse sistema, estando agora sobre o RS. 

 O cavado, continuou auxiliando a convecção em sua borda nordeste, ou seja, em Santa Catarina. Aliado a umidade vinda da floresta Amazônica e principalmente da evaporação regional e do oceano Atlântico adjacente, o sistema formou células convectivas pelo estado. Pela próxima figura, notamos que os índices de instabilidade K (contorno) e Totals (colorido) estão com valores mais altos sobre a faixa leste e parte do Planalto Sul (cor laranja). Isso indica um maior teor de umidade nessas áreas, além de significativa incursão de ar mais frio na média troposfera, determinado pelo próprio cavado.
Já no início da tarde, por volta das 14h, uma célula convectiva se desenvolveu sobre o sul catarinense, provocando chuva de até 23,2mm no município de Jacinto Machado. A imagem do radar do Morro da Igreja, mostra uma linha de chuvas sobre a região circulada.


Logo depois outra célula convectiva se formou também no sul do estado, porém um pouco mais ao norte da região. A próxima imagem de radar mostra dois núcleos de chuva dentro dela. Veja:


Na foto a seguir, vemos as nuvens Cumulunimbos (nuvens de trovoadas,  formadas verticalmente  e podendo atingir mais de 15km de altura), trazendo chuva para Criciúma, onde o pluviômetro do CIRAM acumulou 6,2mm, com vento de 40km/h.


Devido ao vento, árvores caíram sobre redes elétricas, causando a interrupção de energia em Nova Veneza, Siderópolis, Urussanga, Lauro Muller e Criciúma. Em Nova Veneza, a estação meteorológica do CIRAM registrou um acumulado de 8,6mm de precipitação em menos de uma hora. No município de Orleans, o colaborador José Luiz Mattei informou que choveu forte por lá. Em Siderópolis, onde o vento apresentou rajada máxima de 60km/h na hora do temporal, a chuva trouxe alagamento (foto abaixo).


Ainda entre o início e metade da tarde desta sexta-feira, outra célula convectiva se desenvolveu sobre a Grande Florianópolis, provocando chuva muito mal distribuída. Pela imagem de radar, nota-se que a chuva se concentrava no interior na região.


Na foto abaixo, vemos como estava a chuva no interior da Grande Florianópolis, tirada da parte continental da capital. Em Santo Amaro da Imperatriz a chuva começou perto das 15h e trouxe um acumulado de apenas 3,8mm. Mesmo valor em Biguaçú.


Para quem achava que não iria chover mais, se enganou. Entre as 18 e 19h outra célula convectiva ganhou novamente a Grande Florianópolis, trazendo desta vez 22,8mm de chuva para Biguaçú. No bairro Itacorubi na capital, choveu 0,3mm. Já no bairro Capoeiras (foto abaixo), o pluviômetro acusou 1,8mm logo após as 19h. No bairro Praia Comprida em São José, precipitou 4,8mm.


A imagem de radar mostrava chuva acompanhando essa célula.


No norte do estado, também houve algumas pancadas de chuva isoladas. Em Joinville, por exemplo, a chuva começou as três horas da tarde e em pouco tempo despejou 25,4mm, causando interrupção no fornecimento de energia elétrica na parte sul da cidade.

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, PORTAL ENGEPLUS, A TRIBUNA, A NOTÍCIA

Nenhum comentário: