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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

CHUVA ULTRAPASSOU OS 200 MILÍMETROS NAS 24 HORAS DESTA SEXTA-FEIRA EM SANTA CATARINA

 23 cidades em situação de emergência devido aos alagamentos, e deslizamentos de terra em SC

A área de baixa pressão que influencia Santa Catarina, hoje recebeu reforço devido a entrada de um cavado a 5km de altitude. Esse sistema estimula o levantamento de ar em sua borda leste/nordeste, fazendo a pressão continuar decrescendo na superfície. Como há um sistema de alta pressão no oceano na altura do estuário do rio da Prata, sua circulação de ventos úmidos é "atraida" para o leste catarinense em função da diferença de pressão atmosférica. Na figura abaixo podemos notar que esse sistema de alta pressão (A) provoca ventos entre leste e sudeste na costa.

Ao chegar no leste esse vento úmido se depara com barreiras montanhosas e é obrigado e se elevar, formando nuvens do tipo orográficas. Como o cavado traz um ar mais frio na média troposfera (entre 3 e 5km de altitude), o topo dessas nuvens fica frio e a chuva se torna mais consistente e as chuvas são mais intensas. Em São Francisco do Sul por exemplo, choveu 281,9mm em 24 horas, o que é superior a média mensal para janeiro.

Como a lua está na fase cheia, a maré astronômica subiu consideravelmente. Em São Francisco do Sul a maré teve um pico de 1.6m na madrugada e 1.2m por volta das 18h. Essa combinação de maré alta e chuva torrencial, acaba por causar sérios alagamentos, que não param tão cedo pois o vento marítimo de leste/sudeste represa as águas no litoral. Na própria São Francisco do Sul, vários balneários foram alagados. Em Joinville, choveu 149,6mm na encosta da Serra do Mar. Por isso as águas que descem de lá rumo ao litoral se somam as que precipitaram no pé da serra e na cidade. As ruas ficaram tomadas pela água (foto abaixo), que em alguns bairros chegava a uma altura de um metro e meio. Os ônibus tiveram dificuldade de transitar e até o exército foi prejudicado. Segundo a defesa civil estadual, 150 mil pessoas foram afetadas.

Joinville
Outra cidade que sofre com as fortes chuvas é Jaraguá do Sul (foto abaixo). Praticamente todos os bairros de lá tiveram alagamentos, deslizamentos de terra, destruição de casas e ruas, além de queda de barreiras. Cerca de 1230 pessoas estão desabrigadas ou desalojadas. Em Corupá, no Planalto Norte, força da correnteza do rio destruiu pontes e deixou comunidades ilhadas. As quedas de barreiras também impediram o tráfego em muitas ruas. Houve alagamentos e prejuízos na agricultura do município, sendo que até o último levantamento, 3600 pessoasjá foram afetadas pelas enxurradas.

Jaraguá do Sul
No Vale Do Itajaí, a chuva que desce do Alto Vale aliada aos 54mm acumulados hoje sobre Blumenau, acarretaram também em destruição de pontes no Morro do Baú em Ilhota, além de deslizamentos de terra. Em Massaranduba onde choveu 137mm, a rodovia que liga o município a Blumenau e Jaraguá ficou interditada em função de 15 quedas de barreira e árvores na pista.

Na Grande Florianópolis, o município de São José apresentou alagamentos e transbordamento do Rio Araújo. De acordo com a estação do INMET, choveu 69,4mm hoje, principalmente no início da tarde. Já em Florianópolis, tivemos 30,7mm acumulados no bairro Itacorubi. Porém como são chuvas orográficas há bastante diferença de valores entre um local e outro. A pior situação na cidade está nos bairros Pantanal e Caeira do Saco do Limões, que registraram deslizamentos de terra. De acordo com o jornal Diário Catarinense, ocorreram alagamentos no Trevo da Seta e no bairro Rio Tavares.

O sul catarinense voltou a registrar novos estragos. Em Siderópolis choveu forte na madrugada e novamente alagou parte da cidade (foto abaixo), principalmente a encosta da serra. Em Urussanga, a chuva forte veio com mais força agora a noite, já acumulando 86,8mm. Já foi decretado situação de emergência, sendo que 1500 pessoas foram afetadas nos últimos 3 dias por lá.

A previsão é de um sábado com chuva, que pode ser forte principalmente pela manhã no estado. A defesa civil continua em alerta para os deslizamentos de terra e alagamentos. Mais informações em breve aqui no blog Paulo Tempo.

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, DEFESA CIVIL, ENGEPLUS, DIÁRIO CATARINENSE, A NOTÍCIA

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