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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

NORTE CATARINENSE TEM CHUVA FORTE E DESLIZAMENTOS PREOCUPAM O LITORAL

O sistema de baixa pressão formado ontem em superfície pelo Vórtice Ciclônico, deslocou-se mais para alto mar, mas estendeu uma área alongada com baixa pressão atmosférica sobre o território catarinense, representada na figura abaixo pelos traços pretos.
Note que os ventos do sistema de baixa pressão no oceano acabam entrando de sul a sudeste no litoral catarinense, trazendo umidade marítima e formando nuvens do tipo orográficas. Em Florianópolis, por exemplo, o dia foi com variação de nuvens e chuvas bem isoladas e passageiras. Na foto abaixo, é possível ver essa condição na praia da Joaquina no meio da tarde.

Subindo mais um pouco na troposfera, temos ventos predominantes de noroeste em SC numa altitude de 1500 metros, impulsionada pela baixa pressão. Esses ventos trazem umidade da floresta amazônica para Santa Catarina, contribuindo para a manutenção das nuvens. Na figura abaixo, pode-se detectar esses ventos.

Ao longo do dia, a grande quantidade de umidade favorecida pelos sistemas acima, aliada a incursão de ar frio na média troposfera, contribuiu para o rápido resfriamento do topo das nuvens, deixando-as mais carregadas. A imagem de satélite abaixo mostra essas células já desenvolvidas.


Por volta das dez horas dessaa noite, o município de São Francisco do Sul no litoral norte, teve forte temporal, com acumulado 63,7mm em menos de uma hora de duração. Como choveu forte durante a madrugada, o total de precipitação que caiu por lá hoje somou 145,3mm. Em Corupá, a forte correnteza do Rio da Anta, motivado pelas fortes chuvas, causou o removimento do aterro sobre as cabeceiras da ponte sobre a BR280, interditando o trânsito de veículos. Em Jaraguá do Sul, um operário morreu ao ser atingido por um raio. Por lá aconteceram alagamentos (foto abaixo).

Já em Joinville, a chuva desde ontem já acumulou 149,4mm numa estação particular localizada na zona sul da cidade. Só hoje choveu 80,3mm. Essa combinação de forte chuva, associada a lula cheia que causa subida da maré, acabou resultando em alagamentos pela região, chegando a atingir mais de 1 metros de altura de água, como mostra o vídeo abaixo.






A preocupação agora em todo o leste catarinense é com o solo encharcado e vulnerável pelas fortes chuvas ocorridas nos últimos dias, que pode acarretar em deslizamentos de terra caso volte a chover, mesmo que em pouca quantidade. Em Criciúma, por exemplo, já houve um deslizamento hoje no bairro Vera Cruz, como é visto na foto a seguir.

A segunda preocupação é a velha combinação de chuva intensa, maré alta pela lua cheia e ventos marítimos que represam as águas no continente. Esse foi o motivo do alagamento em Joinville e será também dos outros municípios litorâneos, principalmente entre essa sexta e sábado, quando um sistema de alta pressão em alto mar deve levar muita umidade para a costa catarinense. Em Jacinto Machado, no extremo sul do estado, já precipitou 71,6mm nesta quinta-feira, contudo sem registro de danos.

De acordo com a defesa civil estadual, aumentou para 30 o número de cidades catarinenses afetadas pelas enxurradas, são elas: Agrolândia, Anitápolis, Armazém, Balneário Arroio do Silva, Ilhota, Corupá, Cocal do Sul, Criciúma, Florianópolis, Criciúma, Grão Pará, Içara, Imarui, Jaraguá do Sul, Joinville, Maracajá, Meleiro, Mirim Doce, Morro da Fumaça, Nova Veneza, Orleans, Palhoça, Passos de Torres, Pedras Grandes, Santo Amaro da Imperatriz, Schroeder, Siderópolis, Sombrio, Tubarão e Urussanga. O número de pessoas afetadas nessas cidades já chega a 215.293, sendo os maiores valores em Criciúma, Jaraguá do Sul, Maracajá e Tubarão.

No oeste e meio-oeste a umidade proveniente da floresta amazônica, vista na figura do início da postagem, contribuiu para alguns temporais isolados. Em Chapecó, onde a temperatura chegou a 29,1ºC, a chuva veio  e e poucas pancadas despejou 32,5mm na cidade. No Alto Vale do Itajaí voltou a chover novamente forte, acusando 69,6mm em José Boiteux. Desde ontem o acumulado de precipitação alcançou 208,6mm por lá, superando a média mensal.

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM DEFESA CIVIL, ENGEPLUS.

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