Seja bem-vindo. Hoje é

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

MASSA DE AR QUENTE E ÚMIDO FAVORECE ABAFAMENTO TEMPESTADES ISOLADAS EM SC

O dia de ontem e o de hoje foram caracterizados pelo forte calor e abafamento. As maiores temperaturas hoje foram de 33,9ºC em Caibi, 33,8ºC em Indaial e 33,7ºC em Criciúma. Devido a alta umidade, e sensação térmica foi as alturas. Em Indaial, onde fez 33,8ºC, a sensação chegou a 43ºC em virtude da umidade de 64%.

Houve também aumento na força das tempestades sobre Santa Catarina, que serão relatadas a seguir.

Ontem

Já ontem, uma enorme célula convectiva se formou sobre o sul do estado. O radar meteorológico (imagem abaixo) localizado no Morro da Igreja em Urubici, detecta refletividade de 35 até 45 dBZ, mostrando intensidade moderada a forte. 


No céu, vemos as nuvens Cumulunimbos avançando sobre Urussanga. 

Urussanga
Na própria Urussanga, choveu apenas 1mm  e o vento chegou a 43,2km/h. Porém em Criciúma, a chuva forte despejou 17,6mm no pluviômetro da estação automática do CIRAM. 44,1km/h. Já em Orleans (foto abaixo) e Lauro Muller, além da chuva, houve queda de granizo acompanhado de ventos fortes.

Orleans
Na Grande Florianópolis, a chuva foi tão isolada, que Biguaçú apresentou 19mm acumulados, enquanto São José apenas 0,3mm. Na capital nem sequer choveu. Quem observava a tempestade, era possível notar que ela tinha dificuldade em se deslocar para leste, se limitando ao interior.

Ao longo do fim da tarde e noite as nuvens com desenvolvimento vertical foram explodindo em convecção, chegando a alturas onde os topos atingiam temperaturas de até -80ºC, como mostra a animação de imagens de satélite no canal realçado.


Em Novo Horizonte, oeste catarinense, uma forte tempestade por volta das sete horas da noite, provocou chuva de 25,2mm em menos de uma hora. No final da noite, outra intensa célula convectiva se organizou no norte e Vale do Itajaí (imagem abaixo). Em Massaranduba, por exemplo, choveu 44,6mm durante a tempestade. Já Indaial, no vale, teve acumulado de 49,8mm próximo da meia-noite.

Hoje

Apesar de o dia ter começado parcialmente nublado por nuvens médias do topo Altostratus e Altocumulus, durante a tarde a intensa convecção levou a formação de novas células convectivas, que novamente explodiram em tamanho pelo estado. A nova animação de imagens de satélite relata bem a formação dessas Cumulunimbos.


Em Chapecó, no oeste, uma só pancada no início da tempestade, levou o pluviômetro  a acusar 36mm de acumulação. Em Caçador, meio-oeste, choveu 38mm agora pouco as 23h. Um pouco antes, por volta das oito horas da noite, quem também teve forte precipitação foi Lebon Régis, com 36,8mm.

No sul do estado voltou a chover consideravelmente. Em Nova Veneza o temporal causou alagamentos. Criciúma teve acumulado de precipitação de 13,4mm. A foto abaixo mostras nuvens carregadas chegando na cidade.

Criciúma
Já no Vale, as 20h, quem novamente teve chuva forte foi Indaial, onde a estação automática do CIRAM acumulou 34,4mm numa só pancada. Na mesma região, o município de Blumenau teve 15mm de chuva. Indo ao norte catarinense, a mesma célula acabou provocando chuva forte também novamente em Massaranduba, com 27,2mm. A imagem de radar abaixo mostra a intensidade moderada dessa célula sobre o Vale e norte catarinense.


Na Grande Florianópolis, a chuva associada ao temporal acabou passando novamente no interior da região, desta vez na parte serrana. Em Anitápolis, por exemplo, choveu 18,2mm as três horas da tarde.

O motivo para a formação dessas grandes células convectivas associadas a tempestades localmente fortes ontem e hoje, é ainda a presença de uma área de baixa pressão (cavado) sobre Santa Catarina, como pode-se ver na figura abaixo, representada pelos traços pretos.
A presença desse cavado acaba gerando diferença de pressão entre este e a Alta Pressão Subtropical do Atlântico Sul,  provocando aumento na circulação de ar quente e úmido dentro do território catarinense, proveniente da floresta amazônica. Na figura anterior, note que há uma frente fria no oceano. Na superfície esse sistema frontal não conseguiu adentrar. Porém em altitude, a entrada do cavado frontal ajudou na incursão de ar mais frio na média troposfera, o que deu a condição para a formação dos granizos. Na figura abaixo, os índices K (contorno) e Totals (colorido) altos, denotam bem essa característica.
DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, REDEMET, ENGEPLUS

Nenhum comentário: