Antes dos satélites entrarem em cena, os cientistas faziam uma média da temperatura do planeta com base em estações meteorológicas de superfície. Sabe-se que 70% da superfície terrestre é composta por água na forma líquida, em maior quantidade obviamente nos oceanos. Entretanto, as medições das estações meteorológicas eram feitas apenas nos continentes, os quais ocupam 30% do planeta. Como esses dados provem dos últimos 100 anos, a intensa urbanização fez com que os gráficos mostrassem uma rápida subida da temperatura global. A urbanização provoca as ilhas de calor por falta de vegetação e consequentemente evapotranspiração.
Com o advento do satélite, a meteorologia deu um grande passo e houve aprimoração das observações. A partir de 1979 os satélites começaram a medir a temperatura global como um todo, ou seja, oceanos e continentes. Os dados mostram que houve um aquecimento global desde o início das medições por satélite até 1999. Desde 2000 o planeta vem resfriando. Segundo os artigos do meteorologista e membro da OMM (Organização Meteorológica Mundial) Luiz Carlos Molion, esses aquecimentos e resfriamentos decorrem da força da atividade solar, que num período de 90 anos tem um mínimo e um máximo, e também dos oceanos. O oceano Pacífico, o maior da terra, controla o clima global através de um ciclo chamado PDO (Pacific Decadal Oscilation), que se repete a cada 60 anos, resfriando por 30 anos e aquecendo-se por 30 anos.
Ainda de acordo com Molion, a variação na concentração de gás carbônico (CO2) emitido pelos vulcões (principalmente) e seres humanos não tem participação no aumento ou diminuição da temperatura global. Ele justamente é o resultado da temperatura. O gráfico a seguir mostra bem isso. Veja que a linha de tendência (traços azuis) mostra um declínio da temperatura global de 2002 até meados de 2009. Porém a linha que representa o CO2, mostra que esse gás continua aumentando em concentração, mesmo o planeta estando em resfriamento.
Seguindo o ciclo do oceano Pacífico, estaríamos em resfriamento até pelo menos o ano de 2030, quando novamente deve aquecer.
DADOS: NOAA/UNIVERSIDADE DO ALABAMA, ARTIGO DE LUIZ CARLOS MOLION, ESTITULADO "DESMISTIFICANDO O AQUECIMENTO GLOBAL"
