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quarta-feira, 20 de abril de 2011

ESTAÇÃO BRASILEIRA NA ANTÁRTIDA APRESENTA RESFRIAMENTO NOS ÚLTIMOS 14 ANOS

Nos últimos 14 anos as temperaturas médias anuais do ar registradas na Estação Antártica Brasileira Com. Ferraz apresentaram tendência de queda, cerca de -0,6ºC/década.

Esta condição pode ser constatada, por exemplo, nos anos de 2007 e 2009, quando o inverno rigoroso congelou os dois lagos de água doce que abastecem a Estação. Nos anos de 1995, 2007 e 2009, a extensão do gelo que cobre a Baía do Almirantado durante o inverno, atingiu a categoria 5, ou seja, o nível máximo, com o mar congelando até mesmo nas proximidades da estação polonesa Arcktowski.

Desde 1986, ano de início das coletas de dados na EACF, com excessão de 1987, osinvernos (médias de junho-julho-agosto) mais frios concentraram-se nos últimos 14 anos, a exemplo de 1995 com -10,3ºC, e 2007 e 2009 com -8,5ºC, de temperaturas médias. Ao longo de 2009, as temperaturas ficaram abaixo da média, com exceção de janeiro e março. A temperatura mínima absoluta do ano, –25,6ºC, ocorreu em 05/agosto, sendo que há 18 anos a mínima Ferraz em um mês de agosto não caía abaixo dos -25ºC. 

Janeiro/2010, com média +1,0ºC, foi o janeiro (média climát. +2,3ºC±0,7ºC) mais frio na área em 37 anos; Fevereiro/2010 teve a média +0,2ºC (média climát. +2,2ºC±1,0ºC), e valores menores ocorreram 39 anos atrás. Estas temperaturas justificam a situação inusitada no Proantar, com os dois lagos de água doce que abastecem Ferraz ainda cobertos de neve e gelo no início de março!
O clima nesta região apresenta grande variabilidade interanual, como se nota no quadriênio 2006 a 2009, com alternância entre anos mais quentes e frios, e variações significativas de ~3 ºC nas médias entre eles. Neste contexto, é difícil prever as temperaturas futuras, mesmo no prazo de um ano.

Ainda em relação à tendência da temperatura do ar na área de Ferraz, cabe notar que se consideradas as médias anuais dos últimos 65 anos, houve aquecimento médio de +0,23ºC por década. Porém, para os últimos 29 anos, que de um ponto de vista prático configuram os 30 anos convencionais de uma climatologia padrão, os dados médios mostram estabilidade, portanto sem indicação de aquecimento do clima.

FONTE: CPTEC/INPE

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