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quinta-feira, 5 de maio de 2011

ANÁLISE DO MÊS DE ABRIL-2011

Numa síntese geral, o mês de abril foi marcado por chuva abaixo do normal e temperaturas ligeiramente mais altas que a média climatológica. Houve maiores ocorrências de granizo e tempestades, bem como registro de geadas na região serrana.

Olhando a figura abaixo, que mostra a anomalia de temperatura superficial do mar (TSM), percebemos que a mancha avermelhada sobre o oceano Atlântico esteve mais afastada da costa, ou seja, em outras palavras tivemos a volta da quase  normalidade nas temperaturas do oceano ao largo da costa sul brasileira. No oceano Pacífico, o fenômeno La Niña (área circulada) esteve presente, ainda que em fase de enfraquecimento. 
A atuação do La Niña, associado ao padrão de quase normalidade nas temperaturas do oceano no nosso litoral, determinaram uma diminuição nas chuvas, que em abril já são climatologicamente menores e que ficaram ainda mais baixas este ano. Na figura abaixo, podemos notar bem essas anomalias negativas (áreas avermelhadas) de chuva acumulada na maior parte do estado, sendo que somente no Planalto Sul (região branca), extremo norte e extremo oeste a precipitação mensal ficou bem próxima da média climatológica.
Para se ter uma idéia, durante todo o mês de abril, choveu apenas 39,1mm em São José, sendo que o normal seria em torno de 90mm de acordo com a climatologia!. Na própria capital, o valor mensal de chuva foi de somente 52,7mm. Em Urussanga no sul, choveu quase a metade do que era para chover no mês inteiro, somando poucos 48,4mm. Já no extremo oeste, o município de São Miguel do Oeste registrou 171,4mm, faltando apenas 18mm para alcançar a média climatológica mensal. Na tabela abaixo, você confere esses e alguns outros valores de chuva acumulada durante abril de 2011 em SC.
Cidade (ESTAÇÃO Precipitação mensal (mm)
São Miguel do Oeste (CIRAM)171,4
Itapiranga (CIRAM)165,0
Videira (CIRAM)139,0
Joinville (CIRAM)138,8
Chapecó (CIRAM)120,0
Lages (CIRAM)117,4
Florianópolis (CIRAM)52,7
Urussanga (CIRAM)48,4
São José (CIRAM)39,1

O La Niña reduz as chuvas, mas aumenta o risco de tempestades. A chuva acumulada no extremo oeste, por exemplo, parecer aparentar que o mês foi chuvoso por lá, porém a maior parte dessa precipitação se deu associada a tempestades, que se concentraram no início e metade do mês. Em Chapecó, só no dia 15 precipitou 45mm em poucas horas. Aliado aos temporais, temos a ocorrências de granizo, que não são tão comuns em abril, mas que com a ajuda do La Nina, acabaram tendo um certo aumento de frequência. O vídeo abaixo mostra intensa precipitação de granizo no dia 21 em Luzerna, meio-oeste catarinense.

Os sistemas que geralmente estiveram associados com as tempestades e granizo, foram os chamados Sistemas Convectivos de Mesoescala (SCM) e os Vórtices Ciclônico de Altos Níveis - VCAN. O primeiro é de escala menor que o segundo, porém num período de 12 antes de sua dissipação, ele provoca chuvas intensas e queda de granizo. Já o segundo, é de escala maior (escala sinótica), atuando nos níveis médios e altos da troposfera, causando ascendência do ar superficial, nas bordas leste/nordeste, maior advecção de ar quente e úmido amazônico e assim a formação de nuvens com alto desenvolvimento vertical.

Tivemos a passagem de 6 frentes frias durante o mês todo, sendo que a maioria delas foi ao largo do litoral, não atuando diretamente no interior. Em suas retaguardas houve ingresso de ar frio, que foram mais intensos no início e no fim do mês, principalmente nos dias 6, 10 e 24.  O menor registro de temperatura mínima do mês foi de 2ºC em Urupema, com geada isolada. Apesar disso, as temperaturas mínimas mensais ficaram entre 1ºC e 3ºC acima da média, sobretudo na região oeste, como mostra a figura abaixo.
Mapa com anomalia de temperatura mínima
As temperaturas máximas se comportaram entre a média e ligeiramente acima da média climatológica para abril (figura abaixo). Foram acusados 3 grandes picos de calor, nos dias 8, 14 e 22. O maior valor de temperatura máxima do mês foi de 36ºC em Itapiranga e 34,2ºC em Joinville.
Mapa com anomalia de temperatura máxima
DADOS: INMET, CPTEC/INPE,EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, NOAA

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