Seja bem-vindo. Hoje é

sexta-feira, 3 de junho de 2011

ANÁLISE DO MÊS DE MAIO-2011

O mês de maio deste ano de 2011, foi generalizadamente frio e pouco chuvoso na maior parte de Santa Catarina. Houve mais eventos de geada e temperaturas abaixo de zero grau. Os ciclones extratropicais conseguiram atingir áreas próximas da costa, agitando o mar e trazendo danos a ressaca. Nesta postagem estarão destacados todos esses fatos, tanto na temperatura como na condição de tempo e acumulado de precipitação.

A começar pelas temperaturas, maio ganhou o ano por enquanto no quesito frio. Praticamente o mês todo apresentou madrugadas frias e dias amenos, com raros picos de calor. Com exceção do planalto norte, as temperaturas médias mensais apresentaram valores entre normal e até 3 graus abaixo da média climatológica para maio, como mostra o mapa abaixo.
Ao todo quatro massas de ar polar diferentes ingressaram no estado catarinense durante maio. A primeira foi no dia 4, quando o SC teve a primeira temperatura negativa do ano, fazendo -0,2ºC em Urupema. Desse dia em diante, as próximas ondas de frio foram uma superando as outras, com temperaturas mínimas cada vez mais baixas. Se olharmos o gráfico (abaixo) de temperaturas máxima, média e mínima na estação meteorológica do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) em São Joaquim, veremos que a tendência geral foi de queda ao longo do mês.
A menor temperatura do mês em questão, foi de -4,6ºC em Urupema no dia 30. Um dia antes, num domingo que foi nomeado aqui no blog como "Domingo negativo", onze cidades tiveram temperaturas abaixo de zero grau, como em Monte Castelo no planalto norte onde foi acusado -1,6ºC. O litoral teve também suas menores marcas, com 5,8ºC em Itapoá. A geada, como anunciado no início da postagem, foi mais frequente em maio, principalmente após a metade do mês.

Falou-se de frio até agora. O calor, apesar de raro, se fez presente apenas ao redor do dia 8, quando obteve-se as maiores temperaturas mensais. Registrou-se 30,4ºC em Joinville e 27,4ºC em São Miguel do Oeste. Como estamos falando de temperaturas máximas, vale a pena comentar a tarde mais fria que SC teve em maio, quando cidades serranas não alcançaram mais que dez graus, sendo que em São Joaquim não passou dos 9,9ºC. Isso graças ao frio aliado a cobertura de nuvens.

Com relação a chuva, maio apresentou valores de precipitação mensal abaixo da média em quase todo o território catarinense. A única exceção ficou por conta de uma área entre o Alto Vale, norte do Planalto Sul e parte serrana da Grande Florianópolis. Veja mais detalhes no mapa abaixo, onde tem-se as anomalias de precipitação em relação a média climatológica.
Veja que no oeste, chegou a chover até 100mm abaixo do normal, sendo que maio na região já tem um baixo valor devido ao próprio outono. Ou seja, ficou ainda mais baixo. Em Ponte Serrada, por exemplo, choveu 54,9mm durante todo o mês, quando o normal é precipitar 170mm, ou seja, anomalia negativa de 115mm! Em Chapecó o acumulado mensal de precipitação foi de 59mm, ficando até noventa milímetros abaixo da média climatológica. Em contrapartida, Lages teve 122mm em maio, ficando até 12mm acima do normal. Apesar disso, essas chuvas não foram constantes, ou seja, se concentraram em poucos dias. No caso da região serrana, os picos de chuva se deram principalmente nos dias 11 e 15.

Os principais sistemas atuantes durante o mês para provocar chuvas foram áreas de baixa pressão. A mais significativa foi no dia 15, onde inclusive se deu os picos de chuva comentados anteriormente. Naquele dia, chegou a chover 88,6mm em Rio do Oeste no alto vale. Se tratou de um sistema de baixa pressão, formado por indução de um cavado (área alongada de baixa pressão) na alta troposfera. O sistema trazia tanto ventos da floresta amazônica, quando do oceano Atlântico. Já as frentes frias passaram todas pelo litoral e não adentraram o continente. A única coisa significativa que trouxeram foram as intensas massas de ar polar.

Os ciclones extratropicais tiveram suas formações mais próximas da costa e também da região subtropical em si. No fim do mês inclusive, houve danos devido as ondas altas que se formaram devido aos fortes ventos, causando ressaca no litoral. 

Analisando as anomalias de temperatura superficial do mar, observou-se que durante o mês de maio, o fenômeno La Niña ainda esteve ativo, apesar de pouco intenso. Mesmo assim, exerceu influência sobre o Sul do Brasil, provocando anomalias negativas de chuva e entradas de ar frio. Na figura abaixo, o fenômeno La Niña está representado. Note também que persistem as águas mais quentes em relação a média no oceano Atlântico subtropical. Isso pode ter motivado maior evaporação e assim contribuido para que houvesse chuvas acima da média entre parte do Planalto Sul, do Alto Vale e da Grande Florianópolis, mesmo apesar de tais anomalias não alcançaram a costa como nos meses de verão deste ano. 

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, NOAA

Nenhum comentário: