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| Chuva em Imbituba-SC |
Durante o domingo, uma frente quente se manteve provocando temporais no RS. Com a queda da pressão atmosférica, devido a presença do Jato Subtropical (ventos fortes na alta troposfera), houve a advecção negativa de temperatura a sudoeste do sistema, formando então um sistema frontal completo. O ramo quente foi em direção ao mar juntamente a um ciclone extratropical no sul do oceano Atlântico. Já o ramo frio chegou até o centro-sul de Santa Catarina, onde se tornou estacionário, gerando assim uma frente estacionária. Na foto do satélite GOES-12 a seguir, pode-se ver a banda de nuvens sobre Santa Catarina, apresentando alguns topos bem altos e bastante congelado, cuja temperatura atinge até
-70ºC.
Quanto mais altos os topos chegam, maior é a diferença de temperatura ao longo da nuvem de desenvolvimento vertical e assim mais intensa será a chuva e as tempestades. Se olharmos os índices de instabilidade K e Totals na manhã de hoje, vemos que ambos possuem maiores valores no Oeste, Litoral Sul, parte do Vale e do norte do estado.
Até as 23h, um pouco antes desta postagem, São Miguel do Oeste já somava 109mm de precipitação, o que representa 73% do esperado para todo o mês de junho. Em Novo Horizonte, além de ter chovido 55mm, ventou forte, com rajada de 60,4km/h por volta das nove horas desta noite. No Planalto Sul a chuva também veio intensa, sendo que Campo Belo do Sul teve 48,6mm entre as 6h e 16h. Na tabela abaixo, você confere os maiores valores de precipitação acumulada hoje em Santa Catarina, nas estações meteorológicas automáticas do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e CIRAM (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina).
| Cidade (ESTAÇÃO | Chuva (mm) terça-feira |
| São Miguel do Oeste (INMET) | 109,0 |
| Novo Horizonte (CIRAM) | 55,0 |
| Xanxerê (CIRAM) | 50,0 |
| Campo Belo do Sul (CIRAM) | 48,6 |
| Dionísio Cerqueira (INMET) | 48,6 |
| Água Doce (CIRAM) | 43,2 |
| Abdon Batista (CIRAM) | 35,2 |
| Timbé do Sul (CIRAM) | 35,4 |
| Rio do Oeste (CIRAM) | 31,2 |
| Rio do Campo (INMET) | 27,4 |
| Lebon Régis (CIRAM) | 26,0 |
| Turvo (CIRAM) | 25,8 |
Junto com a frente estacionária, tem-se também a forte interação das correntes de jato, que como visto, são ventos fortes na alta troposfera. Na figura abaixo, podemos ver mais amplamente a presença desse jato (cores avermelhadas).
A sigla VCAN na figura acima entre Chile e oceano Pacífico adjacente, representa um sistema denominado Vórtice Ciclônico de Altos Níveis. Apesar de ainda estar longe do Sul do Brasil, acaba advectando vorticidade ciclônica, o que ajuda na manutenção das instabilidades. A umidade para garantir as chuvas está vindo da floresta amazônica, através do Jato de Baixos Níveis. Na próxima figura, percebe-se que ele segue em direção ao oeste catarinense, onde as cores avermelhadas indicam ventos mais intensos a 1500 metros de altitude.
Segundo o CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), o VCAN deve se aproximar do Sul do Brasil nas próximas 24 horas. Entre a noite de amanhã e a madrugada de quinta-feira, o VCAN dará início a uma ciclogênese sobre o estuário do rio da Prata, formando assim um ciclone extratropical. Até lá, o tempo segue instável sobre Santa Catarina, com chance de novos temporais durante a quarta-feira.
DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL.
FOTO: TERRA WAVES
Mapas de criação própria
