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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

VCAN PROVOCOU MAIS TEMPESTADES, GRANIZO E TORNADO EM SC

O Vórtice Ciclônico de Altos Níveis - VCAN (sistema de baixa pressão atmosférica em altos níveis da troposfera) teve um deslocamento do litoral do Uruguai para o sul do RS durante a quarta-feira, como pode-se ver na figura de análise de ventos em 200 hPa (12km de altitude).


Na próxima figura abaixo, temos de um lado a análise de ventos na média troposfera e do outro na baixa troposfera. Perceba que o Vórtice Ciclônico que estava somente nos altos níveis, se aprofundou para as demais altitudes troposféricas, exceto a superfície.


Com essa situação, uma banda mais organizada de nebulosidade avançou pelo leste catarinense durante a madrugada e logo depois células convectivas alinhadas durante a tarde da quarta-feira. A animação de imagens do satélite GOES-12 (abaixo) nos mostra essa condição.

No mapa abaixo, onde tem-se o acumulado de chuva em Santa Catarina nas 24 horas do dia 14, vemos que a região onde mais precipitou foi a Grande Florianópolis, parte do Litoral Sul e do Planalto Sul. A única região onde não houve alguma chuva foi o oeste catarinense.


Mais uma vez houve registro de queda de granizo, em São Joaquim, Rio do Sul e Taió. De fato, o nível de congelamento estava bem abaixo do comum nessas áreas, como vê se no mapa de análise abaixo. Veja que a altitude onde a temperatura era de zero grau estava abaixo de 3800m, bem como a umidade também apresentava valores elevados.


Em conjunto, tínhamos bastante levantamento de ar quente e úmido, que é visto pelos valores negativos de omega (cor vermelha), ou seja, velocidade vertical do ar. É claro que isso muda no decorrer do deslocamento das células convectivas, sendo que uma hora o ar sobe na região e outra o ar desce. Situação típica de verão.


Pela madrugada, como mostrou a animação de imagens de satélite, uma linha grande tempestades avançava pelo sul do estado. Em Orleans, o nosso colaborador José Luiz Mattei registrou chuva com trovoadas por volta das 3 horas da madrugada. Em Laguna, choveu 24mm na estação meteorológica do INMET. A imagem de radar meteorológico do Morro da Igreja mostrava as áreas de chuva moderada a forte (ver legenda).


Já durante a tarde, vemos as 14h a detecção de chuvas pelo radar no estado, sendo moderada a forte (entre amarelo e vermelho) no Planalto Sul, Litoral Sul e parte do Vale do Itajaí, organizadas de acordo com as várias células de convecção. 


Em Laguna, onde o radar mostrava chuva considerável, a estação do INMET confirmou a detecção, registrando 8,6mm em menos de uma hora. Urussanga, ainda no Litoral Sul, registrou naquela tarde 11mm. Em Araranguá, choveu 4,8mm.

Em Rio do Sul, onde houve granizo, a chuva também foi forte, sendo precipitado 51,5mm em poucos minutos, o que já se considerado chuva forte. Em Taió, mesmo sem foto do funil de vento, os estragos são bem característicos com um tornado, pois o vento forte destelhou casas, quebrou e arrancou árvores pela raiz na SC-403 e acabou com duas granjas de criação de frangos. Moradores locais afirmaram que o vento vinha em forma de círculos, parecendo um redemoinho. Nas duas fotos abaixo, podemos ver esses estragos.

Estragos do tornado que passou por Taió-SC
Árvores caídas após a passagem do tornado em Taió-SC
Granja destruída pelo tornado em Taió-SC
O evento foi muito localizado e com efeito característicos de um tornado. Até a imagem do radar minutos depois, mostrava a célula que passou por Taió, em forma de gancho (em cores amarelo e vermelho), bem característico de tornado, com centro de chuva forte sobre Presidente Nereu. O triângulo de ponta cabeça é uma representação de onde poderia estar se formando um tornado naquele instante, da mesma forma que havia ocorrido quando tal célula estava sobre a região de Taió.


Um bom índice de instabilidade usado para previsão de tornados, sendo apenas um deles, é o índice Sweat, que avalia o cisalhamento vertical do vento, ou seja, a variação brusca da velocidade e direção do vento com a altitude. Na figura abaixo, vemos que na análise das 10h, o índice sweat era considerável sobre o leste catarinense, com valores  de 190 a 270.

Um pouco mais tarde, por volta das 17h, a célula convectiva chegava a Grande Florianópolis, com chuva isolada e mal distribuída. Em São José choveu 6,8mm. Já na Lagoa da Conceição em Florianópolis precipitou 2,3mm numa estação particular. Na foto abaixo, vemos nuvem cumulunimbus se aproximando do bairro Capoeiras na capital, onde choveu 15,2mm.
Temporal em Florianópolis-SC
Na quinta-feira, dia 15, ocorreram novas quedas de granizo, sendo o fenômeno registrado em Joinville e Nova Trento. Em Joinville, o vídeo abaixo, feito pelo portal Joinville SC, mostra a queda das pedras de gelo. Em Nova Trento o granizo foi miúdo e de curta duração.

Granizo em Joinville-SC

Na Grande Florianópolis, o fim de tarde da quinta-feira teve chuvas e trovoadas isoladas. Em Santo Amaro da Imperatriz, um cinegrafista amador filmou (vídeo abaixo) a chegada do temporal. Choveu pouco, com 0,3mm, segundo uma estação particular. Já em Capoeiras, Florianópolis, choveu 16mm.

 Tempestade chegando em Santo Amaro da Imperatriz-SC

No decorrer do dia de quinta-feira,a união em fase dos vórtices ciclônicos desde os baixos até os altos níveis da troposfera, formaram um ciclone extratropical em superfície.

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, CLIMATERRA, JORNAL O RIOSSULENSE, JORNAL VALE OESTE PORTAL JOINVILLE SC.

Um comentário:

Ministério da Saúde disse...

Olá Paulo Tempo!
Sempre é hora de combater a dengue. Juntos podemos mobilizar a população sobre a importância de se prevenir contra o mosquito Aedes aegypti, mantendo hábitos simples como limpar calhas, caixas d’água, recolher o lixo e nunca deixar pneus ao ar livre para não juntar água.
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Obrigado,
Ministério da Saúde