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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

TERMODINÂMICA E AR FRIO NA MÉDIA TROPOSFERA FAVORECERAM TEMPORAIS E GRANIZO EM SC

Após alguns dias de temperaturas altas, mas ar seco, o que permitia um friozinho nas primeiras horas da manhã, tivemos a volta de ingresso de umidade e calor da floresta amazônica para parte do território catarinense. Na figura acima, temos a análise de ventos e umidade numa altitude de 1500m. Note que  o ar úmido converge sobretudo para o nordeste do estado, bem como a Grande Florianópolis.

Esse ingresso de ar quente e úmido era favorecido pela diminuição da pressão atmosférica sobre o estado catarinense, proporcionada pela presença de uma frente subtropical no oceano Atlântico. Essa frente subtropical divide o ar subtropical do ar tropical e pode ser vista na próxima figura, onde temos a análise de ventos e pressão atmosférica ao nível médio do mar.


Além desses fatores termodinâmicos, ou seja, ar quente e úmido e consequente ascensão por ser menos denso, tínhamos também um cavado (área de baixa pressão atmosférica) na média troposfera, que mantinha ar mais frio nessa camada sobre o leste do estado. Esse cavado é visto na próxima figura, onde temos a análise de ventos a 6km de altitude, representado pelos traços pretos.


O resultado foi a formação de células convectivas desde o Meio-Oeste até a Grande Florianópolis e Litoral Norte. Abaixo, temos a animação de imagens do satélite GOES-12 no canal infravermelho com realce, mostrando a evolução dessas células, destacando principalmente aquela formada na Grande Florianópolis  e que se expandiu para o Vale e Litoral Norte.


Devido a camada mais fria na média troposfera favorecida pelo cavado, houve queda de granizo em Blumenau (vídeo abaixo), Ituporanga, Imbuia, Alfredo Wagner, Águas Mornas, Rancho Queimado, Angelina e Rio dos Cedros (vídeo abaixo).


Granizo em Blumenau-SC
Granizo em Rio dos Cedros-SC

Em Blumenau, segundo a estação meteorológica da RBS, choveu 20mm em minutos, sendo que o vento alcançou velocidade de 57,9 km/h. A chuva foi tão mal distribuída, que a estação do CIRAM em Blumenau registrou 9,6mm de precipitação. Em Ituporanga, apesar do granizo, choveu pouco, com apenas 2,8mm na estação do CIRAM. No municípios de Indaial precipitou 24,4mm.

Na Grande Florianópolis e parte do Litoral Norte, locais da gênese da célula convectiva, tivemos quase nada de chuva, sendo que precipitou 0,5mm em Itajaí e em Florianópolis sequer choveu. Na foto abaixo, tirada por mim no bairro Capoeiras, podemos ver a nuvem que cobria a região, que não teve chuva.

Florianópolis-SC
No entanto na região serrana da Grande Florianópolis, onde houve o granizo, o radar meteorológico da aeronáutica detectava pontos com chuva moderada a forte, como vê-se abaixo.


Na animação das imagens de satélite vistas anteriormente, vemos células convectivas formadas também no Meio-Oeste e Planalto Norte. Entretanto, as estações meteorológicas do CIRAM  e INMET não registraram chuva nessas áreas.

DADOS: INMET, CPTEC/INPE, EPAGRI-CIRAM, MARINHA DO BRASIL, CLIMATERRA, DIÁRIO CATARINENSE.
Mapas de criação própria

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